sexta-feira, janeiro 19, 2018

Como Devo Reagir Diante das Oposições à Obra?

Jonas M. Olímpio
https://ebvirtual.blogspot.com.br

Texto Bíblico
Neemias 6:1-3 - Sucedeu que, ouvindo Sambalate[1], Tobias[2], Gesém[3], o árabe, e o resto dos nossos inimigos, que eu tinha edificado o muro, e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, 2Sambalate e Gesém mandaram dizer-me: Vem, e congreguemo-nos[4] juntamente nas aldeias, no vale de Ono[5]. Porém intentavam fazer-me mal. 3E enviei-lhes mensageiros a dizer: Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?

Com os exemplos de Neemias
aprendemos que o crente
equilibrado em sua conduta, não
desce ao nível dos inimigos para
responder suas afrontas; ele
simplesmente diz que está muito
ocupado cumprindo seu trabalho
e deixa Deus fazer justiça em
seu lugar.
História
    Jerusalém. Ano 445aC. O cativeiro da Babilônia[6] já havia se findado e, aos poucos, os judeus eram enviados em grupos de volta à sua terra. Neemias[7], um copeiro do rei Artaxerxes[8], sendo um judeu temente a Deus e tremendamente apegado ao seu povo, recebeu tristes notícias sobre a situação de Jerusalém e, depois de orar e jejuar, sendo autorizado pelo rei, foi conferir de perto. Chegando lá, o que viu foi uma cena terrível: o que havia sobrado do muro estava aos pedaços, das portas restaram indícios de madeira e metal queimados, entulhos estavam espalhados por todas as partes de modo que ele nem conseguia passar com o animal sobre o qual estava montado, o povo estava em grande pobreza e sua identidade cultural, social e religiosa estavam sob forte influência dos seus colonizadores. A situação era gravíssima, pois um muro representava a segurança e a importância de uma cidade; e ele, como um fiel servo de Deus, sentiu-se na obrigação de tomar uma atitude. Mas o que fazer diante de um cenário tão caótico? Primeiramente, pedir a orientação do Senhor e, a partir daí, elaborar um projeto de reconstrução, reunir o povo, calcular os gastos, arrecadar o que fosse necessário, organizar tudo e dar início aos trabalhos. Fazendo isso, quando tudo estava em andamento, surgiu um grande obstáculo: os inimigos da obra: Tobias, Sambalate e companhia Ltda. Mas quem eram eles? Esses eram homens que ocupavam cargos importantes no governo e se sentiam ameaçados pela reconstrução dos muros, pois temiam que isso possibilitasse uma rebelião dos judeus, fato esse que lhes traria grandes prejuízos, pois Jerusalém era uma grande cidade. Esse é o perfeito retrato dos habituais inimigos da Obra que enfrentamos ainda nos dias de hoje: eles podem estar tanto fora quanto dentro da igreja, seus motivos são sempre a ganância material e a busca pelo status, seu alvo são aqueles que estão trabalhando pela edificação da Igreja e seus meios sempre visam a destruição dos que se opuserem aos seus planos malignos. Como devemos reagir perante eles? Neemias nos dá um perfeito exemplo de como deve agir um verdadeiro servo de Deus: “Faço uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse, e fosse ter convosco?”. Qual é o grau do seu envolvimento com a Obra? É apenas um membro dela ou está comprometido com ela?

Mensagem
    Qual é a sua prioridade? Diante da provocação você para de trabalhar e dá atenção ao inimigo, ou você ignora suas palavras e continua com sua atenção voltada para Jesus?

    As estratégias dos inimigos:
    Zombaria: Os inimigos usaram palavras ofensivas à honra, na tentativa de provocar o ego dos judeus (Ne 4:1-3). Muitas vezes somos afrontados pelos ímpios porque servimos a Deus ou até mesmo por crentes quando não concordam com nossa dedicação à Obra; porém, a justiça divina contempla todo sofrimento e age no momento certo (Sl 1:4-6).
    Falsas propostas: Vendo a determinação de Neemias, prepararam uma armadilha e se fingiram de amigos (Ne 6:2). O inimigo nem sempre se apresenta furioso e armado, por isso devemos estar sempre alertas a tudo o que nos é oferecido (Pr 26:24-26).
    Mentiras: Diante da persistência, os inimigos apelaram para a falsa acusação (Nm 6:6,7). As calúnias inventadas a nosso respeito somente nos derrubam se dermos ouvidos ao inimigo, pois quando resistimos somos justificados e honrados pelo Senhor (Mt 5:10-12).

    A resistência aos inimigos:
    Busca da orientação divina: A primeira reação de Neemias foi orar; ele “desabafou” com Deus todas as suas amarguras (Ne 4:4,5[9]). Quem busca a orientação de Deus, não somente consegue encontrar as respostas certas como também recebe paz em seu coração, pois começa a entender que seu verdadeiro inimigo é espiritual e não carnal (Ef 6:10-13[10] [11] [12]).
    Discernimento entre a verdade e a mentira: Nas tentativas de aproximação, que na verdade eram ciladas, podemos notar o discernimento espiritual de Neemias que não acreditou nos argumentos apresentados (Ne 6:2); nem mesmo os “profetas” conseguiu enganá-lo (Ne 6:12-14) e, prudentemente, já havia orientado o povo a vigiar enquanto trabalhava (Ne 4:17-20). Como servos de Deus, não podemos aceitar o fato de sermos enganados diante de qualquer argumento, pois temos que saber discernir entre a verdade e a mentira (At 5:1-3) considerando o fato de que o discernimento é um dom espiritual (1ª Co 12:7,10; 2:14,15) e, pelo meio do qual, nem mesmo os que usam o nome de Deus podem conseguir nos enganar (1ª Jo 4:1).
    Resposta firme aos opositores: Quando foi convidado para uma reunião com Tobias e Sambalate, percebendo que se tratava de um impedimento à obra, não tentou se desculpar e muito menos atendeu ao chamado, ele simplesmente disse que o que ele estava fazendo era muito mais importante (Ne 6:3). Quais são as respostas que estamos dando àqueles que tentam nos afastar das coisas de Deus (1ª Tm 4:1,2[13]; Rm 16:17,18[14])?
   
    O resultado da resistência:
    A conclusão do muro: O resultado da persistência, da coragem e da fidelidade a Deus foi excelente: eles conseguiram concluir o muro em cinquenta e dois dias (Ne 6:15[15]). A conquista do objetivo é certa, mas apenas para aqueles que não desistem. Não há como evitarmos a existência dos opositores, mas quem garante o sucesso da Obra é aquEle que ordenou que a fizéssemos (Mt 10:22; Gl 6:9).
    A exaltação do nome de Deus: O término da construção não somente alegrou aos judeus, mas também honrou a Jeová diante de seus próprios inimigos como também dos gentios (Ne 6:16); pois o serviço sacerdotal foi restabelecido (Ne 7:1,2); e o povo voltou a adorar livremente (Ne 8:1,6), podendo inclusive ofertar (Ne 10:37), assim alcançando um verdadeiro avivamento tendo sua fé fortificada (Ne 9:38). Qual é o objetivo que te leva a fazer parte da Obra do Senhor? Todos os trabalhos os quais tivermos oportunidade para fazer devem ser executados com amor e dedicação, lembrando-nos que trabalhamos para Deus e não para os homens (Cl 3:17; Ec 9:10).
    O resgate da dignidade do povo: Com a edificação dos muros passou a haver um controle sobre os habitantes de Jerusalém que lhes permitiu registrar suas genealogias (Ne 7:5); os que não pertenciam ao povo foram apartados, dando-lhes mais liberdade para se prostrarem diante de Deus (Ne 9:2) e assim puderam também voltar a zelar pela pureza do seu povo não estando mais sujeitos às mais diversas influências dos povos estrangeiros (Ne 10:29,30). Você tem se preocupado em manter-se puro vivendo nesse mundo tão corrompido pelo pecado? O verdadeiro crente preocupa-se muito em fazer a diferença em qualquer lugar que esteja (Jo 17:14-17).

Conclusão
    Sobrevivendo em tempos de supervalorização material numa situação em que o próprio Evangelho é encarado por muitos simplesmente como um bom negócio de grandes proporções financeiras, o verdadeiro cristão, que é aquele que não se rende aos “Tobias” e “Sambalate” que estão à sua volta, precisa se inspirar em homens como Neemias e no próprio Senhor Jesus Cristo para não se corromper e nem desistir de sua missão. Reconstruir muros já não é uma tarefa muito fácil, e com inimigos tentando impedir se torna quase impossível. No entanto, o que aprendemos aqui é que quando nos colocamos em oração pedindo a Deus que seja Ele o idealizador e executor de nossos projetos não há como a edificação não ser concluída. É assim que percebemos que os maiores obstáculos não são os opositores, mas sim nós mesmos quando não temos fé e confiança no próprio chamado. Neemias não precisou se expor entrando em brigas ou mesmo discutindo; sempre respondeu com mansidão e firmeza, e Deus cuidou de tudo por ele. Essa deve ser a reação de um verdadeiro cristão; o mundo precisa ver esse exemplo em nós. E, por essa razão, não devemos perder tempo em nosso ministério olhando e dando ouvidos às pessoas que não concordam ou não acreditam no que fazemos, porque se nós temos a certeza de que foi o Rei quem nos chamou e está nos capacitando, estamos mais do que autorizados a cavar os alicerces e prosseguir com o trabalho. Falando nisso, você já conversou com o Dono da Obra hoje (Ne 13:31b)?



[1]Sambalate: O seu nome na língua babilônia é "Sin-Uballit" que significa "Que Sim lhe dê vida" (Sim, na Babilônia, era considerado o deus da lua). Provavelmente nasceu em Bete-Horom, por isso era chamado de horonita. Ele foi o líder dos opositores de Neemias porque se sentia politicamente ameaçado com seu trabalho de edificação dos muros em Jerusalém. Seus filhos, Delaías e Selemias, tinham nomes judeus e sua filha se casou com o filho de um sumo sacerdote, o que dá a entender que ele possa ter feito as pazes com Neemias ou com seu povo.
[2]Tobias: Um amonita que foi um dos principais opositores à Neemias na reconstrução de Jerusalém. Era um provável oficial de alto escalão do governo persa. Ele e seus filhos se casaram com mulheres judias. Embora tenha sido recebido no Templo pelo sumo sacerdote Eliasibe, foi expulso por Neemias.
[3]Gesém: Chamado na Bíblia de arábio, acredita-se que foi um governador edomitas ou persa. Juntamente com Sambalate e Tobias, foi um dos principais opositores de Neemias na reconstrução de Jerusalém.
[4]Congregar: Reunir; juntar. Se reunir ou se juntar com outras pessoas.
[5]Ono: Citado no livro de Neemias (Ne 6:2), esse vale ficava a, mais ou menos, 32 quilômetros de Jerusalém.
[6]Cativeiro da Babilônia: Também chamado de Exílio ou Cativeiro da Babilônia, é o nome geralmente usado para designar a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para a Babilônia por Nabucodonosor II. Este período histórico foi marcado pela atividade dos profetas do Antigo Testamento, Jeremias, Ezequiel e Daniel. A primeira deportação teve início em 598 aC.. Jerusalém é sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rende-se voluntariamente. O Templo de Jerusalém é parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os oficiais militares e artífices, inclusive o Rei, são levados para o Exílio em Babilônia. Zedequias, tio do Rei Joaquim, é nomeado por Nabucodonosor II como rei vassalo. Precisamente 11 anos depois, em resultado de nova revolta no Reino de Judá, ocorre a segunda deportação em 587 aC. e a consequente destruição de Jerusalém e seu Templo. Governando os poucos judeus remanescentes na terra de Judá - os mais pobres - ficou Gedalias nomeado por Nabucodonosor II. Dois meses depois, Gedalias é assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem para o Egito com medo de represálias, deixando a terra de Judá (ex-Reino de Judá) efetivamente sem habitantes e suas cidades em ruínas. É certo que o período de cativeiro "em Babilônia" terminou no primeiro ano de reinado de Ciro II (538 aC./537 aC.) após a conquista persa da cidade de Babilônia (539 aC.). Em consequência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo. Esse cativeiro durou 70 anos.
[7]Neemias: Significa "Javé Conforta". Judeu, copeiro de Artaxerxes. Liderou um grupo que voltou do Cativeiro Babilônico para Jerusalém, onde foi governador e realizou reformas. Foi um homem de muita habilidade e coragem. É considerado um grande exemplo de liderança; uma de suas obras mais marcantes foi a reconstrução dos muros de Jerusalém sob forte oposição de Sambalate e Tobias. É o provável autor de um livro histórico do Antigo Testamento que leva o seu nome.
[8]Artaxerxes: Significa "Rei Poderoso" ou "Grande Guerreiro". É um nome próprio ou título (como César e Faraó) de três reis da Pérsia, dois dos quais são mencionados na Bíblia. 1) Artaxerxes I, apelidado de "Longímano" (mão longa), reinou de 464 a 424 aC. e proibiu a reconstrução do templo e de Jerusalém (Ed 4:7-23; 6:14). 2) Artaxerxes II, reinou de 404 a 358 aC. Ele deu a Esdras e Neemias autoridade e também mantimentos, ouro e prata para o Templo (Ed cap. 7; Ne 2:1-9; 13:6).
[9]Opróbrio: Desonra; vergonha.
[10]Principado: Dignidade de príncipe. Território cujo governo pertence a um príncipe ou a uma princesa. Mencionado na Bíblia também em referência a espíritos, sejam eles bons ou maus (1ª Co 15:24; Ef 1:21; 3:10; 6:12; Cl 1:16; 2:10,15).
[11]Potestade: Potência, força, poder. A divindade suprema, segundo a religião. Potentado.
[12]Hoste: Tropa, exército beligerante, corpo de exército. Bando, chusma, multidão.
[13]Cauterizado: Que sofreu aplicação de cautério (ferro quente, cáustico ou outro agente que queima e converte em escara (ferida de queimadura), ou destrói os tecidos a que é aplicado). Morto ou destruído por ação de ferro em brasa. Simboliza uma mente destruída (1º Tm 4:2).
[14]Lisonja: Bajulação. Agradar alguém por interesse.
[15]Elul: No calendário judaico, esse é o mês correspondente ao período de agosto e setembro.

Jonas M. Olímpio 

quarta-feira, janeiro 03, 2018

Âncora cristã para a pós-modernidade

Cristo na Tempestade - Pintura de Rembrandt

Por: João Cruzué

O desencanto da sociedade com a religião e depois com a ciência é a principal característica da pós-modernidade. E não parou por aí. No rastro destes dois pilares seguiu-se a política, a justiça e a imprensa.  Assim como na época do Renascimento, um espírito de inconformismo e insatisfação paira sobre tudo e todos,  até mesmo sobre a própria pós-modernidade.

Posso comparar esta época com a situação enfrentada por alguns pescadores no Mar da Galileia, há dois milênios, onde a a fúria do mar e a força do vento, que pareciam incontroláveis, se acalmaram pelo som das palavras de um homem.

Quero começar com a  Operação Lava-Jato, um dos agentes da pós-modernidade no Brasil. Ela desnudou e vem  desnudando com fotos, vídeos e gravações a forma centenária de como o poder do dinheiro vem comprando a consciência dos políticos no Brasil - aos MILHARES. desencanto. A forma como o Ministério Público tratou dos acordos de delação levou o Judiciário a aplicar penas brandas a grandes larápios do dinheiro público. Transparência e desencanto como os agentes da Lava-Jato.

A Igreja Evangélica, minha casa, também enfrenta os efeitos da pós-modernidade. A forma com que algumas denominações "arrecadam" os recursos do bolso dos fiéis é uma ofensa à prudência paulina dos capítulos 8 e 9 da II Carta aos Coríntios. Desde quando o Apóstolo Paulo, em nossos dias, ira tomar os dízimos e ofertas do povo de Deus para comprar uma rede de TV para transmitir novelas, filmes e programas indecentes? De que livro da Bíblia Sagrada veio a inspiração para Igrejas fundarem partidos políticos seculares? Com que autoridade um Pastor Presidente pode aparecer em um culto de Santa Ceia para apresentar pastores ou familiares a pré-candidatos a cargos de representação política? Não deviam eles anunciar nestas ocasiões e lugares um plano nacional de evangelização ou um novo campo de atuação missionária? Transparência e desencanto.

A Ciência que "deveria" soterrar a religião, empacou no sequenciamento do DNA humano. Depois de "sequenciado" trouxe mais dúvidas que certezas. O câncer ainda não tem cura, a AIDS ainda não tem cura. A tuberculose nunca esteve matando tanto. E no Brasil a febre amarela e o sarampo estão de volta. A Ciência não deveria ser ter a solução para toda espécie de males? E o que dizer da comunicação na era digital? É só olhar na hora do rush dentro dos trens e dos metrôs e principalmente em suas escadas: zumbis abstraídos com seus smartphones. Houve um recrudescimento da comunicação. As pessoas estão perdendo a sociabilidade, principalmente dentro dos lares. Ninguém tem mais paciência para conversar com ninguém. No meio cristão, é uma dificuldade reunir a família para orar na hora do almoço. Cada um está recolhido em seu espaço manuseando o seu celular. Não sabemos ainda aonde isso vai dar. Estamos cheios de problemas e comendo mal, perdoe-me a indiscrição: comendo porcaria. Uma quantidade enorme de substâncias químicas na carne, nos vegetais, na água, nos produtos enlatados. Nunca tivemos tanta alergia. E as bulas de remédios, cada vez maiores. Na verdade, grande parte das descobertas científicas está sendo aplicada na produção de bens de uso e consumo humano. Faturamento. A sociedade esperava mais.

Quanto à imprensa, jornal, rádio e TV, é 99% tendenciosa. Mostra a informação sob o ângulo que lhe convém. Muitos jornalistas falam aquilo que a audiência quer ouvir e escamoteiam a verdade. A transparência completa  é algo que ainda precisa ser incorporado ao processo de informação dos fatos à sociedade brasileira na era das páginas eletrônicas.  Gilberto Mendonça Teles (2010), registrou um fato interessante ao notar que os dicionários nem sempre reservaram um verbete especial para o termo transparência [1]. Para defini-lo com a profundidade exigida,  buscou auxílio no Dicionário dos Sinônimos - Poético e de Epítetos da Língua Portuguesa de Roquete & Fonseca (1848). Lá,  encontrou o seguinte:
A água é clara, quando nenhuma substância a turva; é diáfana, quando permite a passagem dos raios de luz, mas só é transparente quando permite a visão completa dos objetos que nela estão contidos.
Diante desses conceitos, não é possível dizer que há transparência em todos os fatos noticiados pela imprensa devido à manipulação.

O Judiciário brasileiro, principalmente o que está instalado nas grandes capitais, é a esfera de poder no Brasil que, segundo a grande imprensa, recebe remuneração, benefícios e aposentadoria acima dos limites impostos pela própria Lei. Transparência e desencanto.

Depois de ter se desencantado com tudo e com todos, chegou a vez da própria pós-modernidade. Sua visão crítica expôs a nudez de todas as áreas. A sociedade, sob está ótica,  passou a observar as mazelas e idiossincrasias de religiosos, cientistas,  políticos, juízes e jornalistas. O resultado disso é um comportamento individualista e consumista. O novo fica velho em menos de um ano. A descartabilidade de tudo.  A pós-modernidade é um pensamento que mostrou o cisco no olho das instituições sociais, sem dar nenhuma referência em troca. As instituições coletivas tiveram suas vidraças quebradas mas o indivíduo está se desgarrando e ficando solitário. Desagregação social.

E o cristão dentro da Igreja, diante de tudo isso, não está imune à fúria do mar e a força contrária do vento. A palavra de Deus ainda é o nosso referencial e a nossa âncora em meio à tempestade.  Entre tantos outros textos, citarei este, um dos meus preferidos: primeira Carta de São João, 2,  assim está escrito:
15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. 
16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. 
17 E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre.
18 Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.
19 Saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.
20 E vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo.
21 Não vos escrevi porque não soubésseis a verdade, mas porque a sabeis, e porque nenhuma mentira vem da verdade.

 O mundo passa, mas a Palavra de Deus permanece. Em meio às tempestades de quaisquer eras eu continuo ancorado nestes belos versos do Salmo 46:
DEUS é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.  Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará.

SP 03/1/18.







domingo, dezembro 31, 2017

Perspectivas 2018 para um cristão


(Ator Robert Powell)

Por: João Cruzué
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O mundo está se tornando a cada ano um lugar mais perigoso para se viver. De acordo com as profecias de Jesus, feitas no Monte das Oliveiras, escritas no Evangelho segundo São Marcos, 13.3-23, haverá guerras e rumores de guerras. Pestes, fome e terremotos e muitos falsos cristos e falsos profetas especialistas em enganos religiosos. Por outro lado, Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Quem anda na presença de Deus não está nem um pouco preocupado, porque foi o mesmo Jesus que disse: "Eis que estou convosco todos os dias".

Em nossos dias, há uma real ameaça de uma gerra nuclear vinda da Coreia de Norte é uma. De um lado está um doido inseguro querendo mostrar um poder que não possui. De outro, um aprendiz de presidente está tentando falar mais grosso, acossado por um escândalo eleitoral que a cada dia chega mais perto da Casa Branca. A combinação destas situações tira a paz do mundo e pode  perturbar enormemente a economia do planeta.

No Brasil, a febre amarela voltou com força ao noticiário da TV. Esta semana, mais um parque foi fechado na Cidade de São Paulo,  diante do aparecimento de mais macacos mortos. Fico imaginando, se o mosquito da dengue, de repente, começar a espalhar o vírus da febre amarela, o sistema de saúde do país pode implodir.

Continuando no tema do Monte das Oliveiras, este mundo já foi abalado por vários terremotos. A Bíblia registra  no livro do profeta Amós (1.1) a ocorrência de um terremoto nos dias do Rei Uzias. O mesmo fato está registrado no capítulo 14.5 do livro do profeta Zacarias. 

Em 25 de maio de 1960, ocorreu no Chile o maior terremoto já registrado nos últimos tempos: 9,5 graus na escala Richter. O sismo produziu um maremoto tão grande que causou destruição do Alaska à Nova Zelândia; do México às Filipinas. Cerca de 15 horas depois do abalo, ondas enormes chegaram à costa do Japão deixando 500 mil desabrigados e 185 mortos a milhares de quilômetros de distância.

Há  quase 7 anos, em 11 de março de  2011, ocorreu o grande terremoto de Kobe.  a blogueira  e irmã em Cristo, Cíntia Kaneshigue registrou o que sentiu, quando morava no Japão com sua família no Japão:

"Depois de cinco minutos, a TV começou a dar o alerta de tsunami para toda a costa do Japão, e de repente comecei assistir em tempo real a a água invadindo ruas, casas e fábricas. A onda não para. Ela vai engolindo tudo que encontra pela frente.

É uma visão aterrorizante.

Eu me senti totalmente impotente, o que poderia conter toda aquela enxurrada... Visão assoladora, carros, barcos, postes e até casas inteiras boiando, sem rumo, barcos vagando no meio das ruas.

Dentro de mim, começou a crescer uma angústia pelas pessoas que moravam nos lugares atingidos. E um profundo agradecimento a Deus por estar longe daquilo tudo. Sentimento de impotência total, só posso mesmo orar pelas vítimas.


Agora, madrugada, [12 horas depois] mais dois abalos fortes e eu não consigo dormir."

Era só o começo. Por causa desse terremoto, houve um grande desastre na usina nuclear de Fukushima. Notícias da época [1] dão conta de que 8,6 mil pessoas morreram e  13 mil estavam desaparecidas.

No Monte das Oliveiras, Jesus também falou dos falsos cristos e falsos profetas no tempo do fim. Quanto a isso, não é preciso escrever muito. A situação das Igrejas Evangélicas no Brasil e no mundo é alarmante. Basta girar o dial do rádio ou observar os canais religiosos na TV para conhecer ou sentir a temperatura morna  de um evangelho estranho. O Espírito Santo é quente e o mundo, frio. A mornidão é  o retrato da influência do mundo pós moderno dentro da Igreja. Uma horda de falsos profetas ou de profetas velhos desviados, andam apregoando um evangelho horizontal, para uma multidão interessada em bens, conforto e prosperidade. Com raras exceções. É o homem e suas necessidades em primeiro lugar. Jesus Cristo, para os apregoadores deste "novo" evangelho é um nome que dá lucro.  

Enquanto o apóstolo Paulo, nos capítulos 8 e 9 de 2 Coríntios era transparente e íntegro no trato com a coleta para os pobres da Igreja em Jerusalém, pessoalmente eu assisti um falso profeta mandando aos presentes na sua igreja pedir empréstimo no banco para ofertar o dinheiro, como mostra de "fé".  

Algumas Igrejas Evangélicas no Brasil estão fundando partidos políticos. Seus pastores presidentes andam muito interessados em divulgar a candidatura de entes familiares, mais até que uma campanha de evangelismo nacional ou  missões.

Enquanto isso, a periferia das grandes cidades está se tornando um território abandonado onde o governo. No vácuo institucional, outro poder está tomando lugar: as organizações criminosas do tráfico de drogas. É sabido que no Rio de Janeiro, a Polícia não tem acesso à muitas comunidades. A Capital paulista caminha para a mesma situação, em uma dezena de anos a situação pode ficar idêntica a do Rio.

O que é isto? É o cumprimento da profecia de Jesus, feita no Monte das Oliveiras. A iniquidade  multiplicando-se, o amor dos crentes esfriando-se e a volta de Jesus aproximando-se.

No livro " Os 40 anos finais da terra", publicado pela Editora Record, eu li que nos últimos tempos o próprio satanás iria abrir o peito e atirar no meio da sociedade o que de mais podre há dentro de si. Hoje, temos lido, visto e ouvido  sobre "liberdade" de gênero. Homens que querem ser mulheres, mulheres que desejam ser homens e pessoas que querem ter gênero algum. Entretanto, ainda não estamos vendo a última moda, a podridão das podridões, que é o costume da maligno de a mãe dormir e fazer sexo com o próprio filho.

A resposta de Deus para uma sociedade podre e violenta é: fome, peste, guerra, vulcões, terremotos e meteoros. Sim, meteoros. O escurecimento do sol e a falta da luz da lua previstos em vários livros da Bíblia são as consequências da queda das "estrelas" na terra.  Quanto maior a corrupção, maior será o peso da mão de Deus para que a sociedade perceba que esta terra se mantém unicamente graças ao amor e a graça de de Deus.

E por falar em corrupção, o protagonismo mundial do Brasil é espetacular. Aqui não se rouba apenas milhões. Os escândalos daqui são medidos em bilhões! O financiamento das campanhas políticas é feito com recursos que na maioria das vezes foi surrupiado do bolso do pobre e até do mendigo. Um geração maligna de políticos, salvo muito poucos como exceção. A corrupção no sistema político invadiu templos e denominações. Temos visto a loucura de algumas Igrejas que estão literalmente fundando partidos políticos, tendo pastores famosos como protagonistas. Isto tem um nome: loucura. 

Diante de toda esta situação ruim, o que faremos?

Esta situação já aconteceu antes. A receita bíblica é conhecida  ha quase 3 mil anos.

"Se o meu povo que clama pelo meu Nome se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. Nós temos conhecimento do resultado disso.  Um cativeiro de 70 anos. Uma nação sem território por quase 2.000 anos. Um holocausto de 6 milhões de judeus.

Deus é amor, e Deus também é justiça!

Diante dos fatos, As perspectivas para 2018 não são boas. Independentemente disso, para aqueles que amam o Senhor Jesus Cristo, andar na presença de Deus ainda é possível. Jejuar e orar pela alma do seu vizinho, jejuar e orar pelo filho da sua colega de trabalho que está sendo destruído pelo crack e morando no meio da rua, são atitudes de um servo/serva de Deus cujos ouvidos estão ouvindo a voz do Espírito Santo. 

Foto: João Cruzué
Cracolândia em dezembro/17

Há muitas e boas coisas que um cristão fiel pode fazer, em qualquer tempo, pois se a corrupção é contagiosa, a graça de Deus, por outro lado, continua sendo abundante e os ouvidos de Deus continuam atentos às orações dos pais dos filhos pródigos.

Até aqui nos tem ajudado o Senhor.  Uma das  perspectivas diante desta situação horrível no começo deste 2018 é a seguinte: dias da volta do Senhor para o arrebatamento da Igreja estão mais perto. Quanto mais corrupção, mais gerra, mais peste, mais terremotos, mais abominação dentro da Igreja, mais falsos profetas e falsos apóstolos, mais falsos bispos, MAIS perto também está o dia da volta do Senhor.

A outra perspectiva é que o Espírito Santo continua batendo à porta do coração das pessoas, porque Jesus não desistiu das almas perdidas. Ele precisa de você e de mim para levar as palavras do Evangelho. Não importa quem seja nem quantos pecados tenha. Jesus, em 2018, quer salvar a todos. Para fazer a vontade dele, é preciso buscar a sua presença, e aprender a ouvir a voz do Espírito Santo. 

Você entra com a oração e com o jejum em 2018 e o Senhor, com a graça, a cura e o perdão.

Maranata! Ora, vem Senhor Jesus.




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