Jonas M. Olímpio
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Devemos analisar cuidadosamente se nosso relacionamento íntimo está sendo agradável aos olhos de Deus, e devemos também estar conscientes de que nem tudo o que foge ao padrão tradicional é pecado. E a única forma de diferenciar entre o certo e o errado é examinar de forma minuciosa e sem preconceito o conteúdo das Escrituras Sagradas. |
Apesar de parecer uma questão simples e até sem importância, o negócio é muito sério e atinge não somente a vida espiritual, mas também o lado moral, psicológico e até físico de um casal. Mas se o sexo é uma coisa tão agradável e saudável, por que há restrições em relação ao modo de sua prática sendo que duas pessoas devidamente casadas são totalmente livres para praticá-lo abertamente e, principalmente, qual é a base bíblica para isso? Respondendo a uma pergunta de cada vez, vamos começar pela última, baseando-nos na advertência registrada em 1ª Coríntios 6:12 e 10:23: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm”.
Mas o que isso tem haver com sexo? Sim. Eu sei que o primeiro texto se refere à glutonaria e à prostituição e o segundo ao consumo de comidas sacrificadas à ídolos. Porém, não nos esqueçamos que a interpretação bíblica não é simplesmente literal e, independentemente do assunto tratado em cada texto, seu conteúdo revela o caráter divino, ou seja: nos permite compreender qual é o padrão de conduta estabelecido por Ele diante de todas as situações semelhantes, as quais podem, de igual modo, ser agradáveis ou desagradáveis à sua santa vontade. Sendo assim, podemos entender que da mesma forma que comer em excesso é um pecado contra o próprio corpo - pois leva à obesidade trazendo consequências negativas para a saúde - tanto como a prostituição - que é uma traição à família instituída por Deus e também uma exposição do próprio corpo ao risco de contrair gravíssimas doenças -, o sexo praticado de forma inadequada, mesmo que no próprio casamento, consiste em pecado por estar afrontando a natureza criada por Deus e igualando a relação matrimonial à um momento de prazer informal com uma prostituta, o que também, em muitas de suas práticas, se assemelha às orgias de devotos pagãos em seus cultos prestados aos ídolos.
Como a Bíblia não entra em detalhes sobre o assunto, é preciso abordá-lo com muito cuidado e, principalmente, temor a Deus, sabendo que acima do prazer está o nosso respeito, o qual é expresso por meio de nossa obediência a Ele, com a qual, quando resistimos às tentações da nossa carne, podemos, de certa forma, encará-las como sacrifícios, os quais, podendo ou não parecer exageros, são recebidos por Ele, pois quando os praticamos, assim também o estamos adorando (1ª Co 10:31). É preciso enfatizar também que nem tudo que muitos cristãos condenam é realmente errado, e aí é preciso saber diferenciar entre o pecado e os costumes estabelecidos por simples princípios morais, os quais, cujo as intenções podem até ser boas, mas acabam por se tornar apenas pesados e desnecessários jugos sobre um povo já cansado e sobrecarregado com as dificuldades do dia-a-dia (Mt 11:28-30).
Então, vejamos aqui algumas dúvidas respondendo às perguntas mais comuns de muitos casais crentes, discernindo, à luz da Bíblia, a diferença entre tabu e mandamento divino durante a intimidade sexual:
1) O sexo é apenas para reprodução?
Alguns mais radicais, principalmente entre os mais antigos, defendem essa ideia, mas isso nada tem a ver com os ensinamentos bíblicos. Não faz sentido pensar que somos meros reprodutores, pois não somos animais irracionais, somos humanos; isso significa que temos fortes sentimentos afetivos e também muitos - mas muitos mesmo - desejos carnais provocados pela atração física. Os relatos do livro de Gênesis concernentes à multiplicação humana (Gn 1:28; 9:7) não estão inclusos nos mandamentos dados à Israel e nem nas doutrinas destinadas à Igreja; então, isso significa que não são uma ordem para que se tenha uma casa cheia de filhos e tampouco para praticar o ato sexual somente quando se tiver a intenção de conceber uma criança. Já imaginou que chatice se a vida de um casal tivesse que ser assim? Sei que o casamento não se resume nisso, mas qual seria a graça em se deitar, dizer “boa noite” e cada um virar para o seu lado e dormir? Glorifiquemos ao Todo-Poderoso por não ser assim! A sua própria Palavra nos mostra o quanto o prazer sexual é importante para manter a alegria e a harmonia entre o casal (Pr 5:18,19 ), colocando-o não como uma opção, mas sim como um dever e uma arma contra o adultério (1ª Co 7:2-5 ). Se fôssemos meros reprodutores, nossos membros sexuais não deveriam proporcionar tanto prazer, pois Deus bem nos conhece e sabe que quase ninguém seria salvo se tivesse que manter uma vida de semi-castidade. Para sentir prazer sem culpa, o homem cristão deve saber que sua ejaculação, embora tenha sido desenvolvida com aptidão para gerar vida, é simplesmente uma reação provocada pela intensa movimentação dos músculos ligados ao pênis, ou seja, uma reação natural do corpo, e não um líquido sobrenatural enviado naquele momento por Deus para engravidar a mulher. Um dos maiores questionamentos em torno disso é devido ao fato de que Onã, por conta de um casamento levirato, deveria ter um filho com a esposa de seu falecido irmão para lhe dar uma descendência, mas, o mesmo, em desobediência à Lei, ejaculou na terra, e isso desagradou a Jeová que o puniu com a morte (Gn 38:8-10). Para não termos esse fato como uma doutrina, lembremo-nos que estamos na Graça e não na Lei, e a não ser que excepcionalmente recebamos uma ordem divina para fazer um filho, estamos livres de encarar o sexo unicamente como um meio de reprodução.
2) A mulher deve sentir prazer?
Baseados na teoria de que o orgasmo feminino é algo leviano, muitos cristãos super santíssimos - principalmente alguns homens - encaram as mulheres como uma simples máquina reprodutora, e alguns mais moderninhos até sabem que elas não servem somente para reproduzir, mas acham que só quem tem direito ao prazer é o homem. Em consequência disso, a mulher se sente verdadeiramente como um objeto, chegando a ver o sexo apenas como mais uma de suas obrigações dentro de casa. E quando ela não está verdadeiramente firme na presença de Deus, sabe qual é o maior perigo dessa imaturidade masculina? Sem meias palavras, é chifre mesmo! Pois quando você não cuida, o Diabo se oferece para tomar conta! Esse tipo de carência é tão sério quanto a falta de atenção, de respeito ou de carinho. Mulher que não sente prazer na cama, por melhor que seja tratada, não é completamente feliz. E isso é tão importante que, por exemplo, quando Deus prometeu um filho à Sara, ela riu e questionou com ela mesma sobre o fato de não mais poder sentir prazer devido à avançada idade de ambos - ela noventa e ele cem anos - (Gn 17:17; 18:12). Os críticos podem até argumentar que o desejo de Sara não pode ser considerado uma base doutrinária para a Igreja, porém, até mesmo por bom senso devemos raciocinar que se as mulheres não devessem sentir prazer, Deus não seria tão cruel para criar no corpo feminino o clitóris, um órgão cujo única função é proporcionar o orgasmo. Essa questão é tão importante que, ainda na Lei, o Senhor determinou que um homem recém-casado, pelo período de um ano, não poderia ser convocado para a guerra e nem para serviços públicos para poderem “alegrar” sua mulher (Dt 24:5). Pode ter certeza: a alegria de uma mulher vai muito além da simples presença do marido em casa. Antes de “demonizar” o orgasmo feminino, lembre-se: quem fez o corpo foi Deus e, logicamente, nenhum pai daria a seu filho - ou filha - um “brinquedo” que ele não devesse usar.
3) É errado o casal usar roupas provocantes ou se despir totalmente?
Parece absurdo, mas não é raro encontrar algum cristão que, mesmo tendo vários anos de casado, nunca tenha visto o corpo do seu cônjuge nu. Não são poucos os relatos de reclamações de mulheres que têm marcas próximas à cintura feitas pela fivela do cinto do marido, porque o mesmo não pode cometer a “indecência” de tirar a calça na frente dela, e também de homens que reclamam de mulheres “super santas” que somente erguem a saia ou o vestido e apenas abaixam um pouco sua peça de roupa íntima e ainda exigem que ele seja rápido como se estivessem cometendo um crime. Alguns mais modernos, até aceitam se despir parcialmente, mas apagam as luzes para não terem que visualizar o corpo um do outro. A esses radicais da santidade eu só tenho uma pergunta a fazer: em que texto bíblico eles receberam a ordem para proceder dessa maneira? O fato de a Palavra de Deus condenar a sensualidade (Gl 5:19 ) se refere à nossa postura diante do mundo, e isso não inclui o relacionamento conjugal. Entre o casal deve haver transparência em tudo e, além do mais, o efeito visual colabora bastante com a excitação de ambos, tornando-os mais próximos e mais íntimos. Assim podemos compreender que, no que se refere ao aumento da atração de um pelo outro, não só a nudez, como também o uso de roupas, íntimas ou não, que lhes estimule sexualmente é totalmente válido porque contribui positivamente com o fortalecimento do relacionamento. As determinações divinas quanto ao corpo são para que não o usemos para a prostituição (1ª Co 6:15,16); sendo assim, considerando então que sua esposa não é uma prostituta, mas sim alguém que, devido à legitimidade do casamento, te foi dada por Deus também para a prática do sexo, ao procurar diferenciar a velha rotina do tradicional “papai e mamãe”, você não está pecando, mas sim aprimorando as técnicas para aperfeiçoar seu relacionamento. É óbvio que algumas atitudes como, por exemplo, o uso de determinadas roupas, objetos ou posições podem incomodar o parceiro, ou a parceira, por qual quer motivo, então, por essa razão, é claro que precisa haver bom senso e respeito; mas, com exceção disso, não se deixe limitar por regras infundadas e invista com sabedoria na felicidade do seu casamento, o qual é um presente divino (Pr 18:22).
4) É pecado dizer palavras “picantes”?
Realmente, a Palavra de Deus nos orienta a não pronunciarmos palavras torpes, mas apenas aquilo que sirva para edificação (Ef 4:29). Dentro desse contexto, inclui-se também o uso de palavrões, o que, realmente, além de ser feio e mal-educado, demonstra que o coração da pessoa está cheio de pecado (Mt 12:34-37), pois palavras de baixo calão estão sempre ligadas à práticas sexuais ilícitas. Agora, trazendo para o relacionamento amoroso, referindo-se aos momentos de intimidade, é claro que por uma questão até de respeito ao cônjuge, por mais que se empolgue, uma pessoa normal não vai dizer palavrões para quem ela ama. Porém, considerando o quanto é importante o uso da fala e da audição tanto como técnica de sedução quanto de satisfação de si próprio, há várias palavras, gestos e expressões não libidinosas que podem ser sussurradas aos ouvidos como palavras de carinho, elogio ao corpo e gemidos que não ofendem ao parceiro, muito pelo contrário, o estimulam, e também não entristecem ao Espírito Santo (Ef 4:30). Dizer algumas palavras consideradas como picantes, se for de forma sábia, não é um ato de grosseria, mas sim uma demonstração de romantismo; então não é pecado (Ct 4:5; 7:1-3).
5) Pensar em uma outra pessoa durante o ato sexual, qual é o problema?
A mente parece ser incontrolável, porém, se damos “asas”, ela voa cada vez mais alto e aí a queda é feia. Aparentemente, não há problema em fantasiar seu prazer pensando em outra pessoa, afinal, você está fazendo amor com seu cônjuge; então, vamos olhar o outro lado da moeda: imagine se for a pessoa que você ama - seu esposo ou sua esposa - que está ali contigo, mas pensando em outra pessoa. Se você pudesse saber o que se passa na mente dela, certamente ficaria entristecido e até furioso, porque em seu sentimento, seu senso de autovalorização ficaria ferido por ser levado a imaginar que não está sendo bom [de cama] o suficiente para ela, e, sem dúvida, se consideraria traído. Considerando um dos princípios mais básicos ensinados no próprio Evangelho que diz que não devemos desejar a ninguém o que não desejamos a nós mesmos (Mt 7:12-14), se você tem esse problema de “fantasias extraconjugais” deve lutar duramente contra isso. O próprio Jesus nos ensina que pensamentos pecaminosos também podem ser considerados como adultério (Mt 5:27-29). É preciso ter a consciência de que se você tem relações com uma pessoa pensando em outra, você não pode dizer que está “fazendo amor” mas sim está, na verdade, usando o corpo dela para se masturbar. É inegável que muitas vezes, por várias razões possíveis, seu cônjuge possa não conseguir te satisfazer por completo, mas aí só há três coisas a fazer: a primeira é orar pedindo a Deus graça e sabedoria para lidar com a situação; a segunda é manter seu pensamento firme no desejo de ser totalmente fiel à ele; e o terceiro, se necessário, é, com muito jeito, coragem e sinceridade, ter uma conversa séria explicando como e porquê você está sofrendo esse bloqueio que te impede de se concentrar na hora da relação para tentar mudar o que está te atrapalhando. Não aceite que o inimigo roube sua paz e sua santidade num momento tão puro como esse. Um cristão não consegue ser realmente feliz se sua consciência não estiver tranquila (Rm 8:5-8).
6) Sexo oral é pecado?
O sexo oral, por não se tratar propriamente da conjunção carnal, ou seja, do contato físico entre os órgãos genitais, é considerado simplesmente como uma preparação, um estímulo e também um complemento ao ato sexual em si. Antes de analisa-lo biblicamente, façamos uma observação sob o ponto de vista médico: segundo respeitáveis especialistas no assunto, essa prática não é segura e, portanto, não recomendável; e o motivo é simples: sua realização envolve o uso da língua, a qual é colocada em contato direto com órgãos (o pênis ou a vagina) que, por mais que a pessoa os higienize com lavagem e depilação, não são totalmente limpos e, consequentemente, são portadores de elementos que podem ser nocivos à saúde. As doenças mais comuns em decorrência disso são HPV, herpes e outras DST’s como clamídia, gonorreia, sífilis, hepatite e, entre outras, a AIDS. Agora, biblicamente falando, sabendo que podemos usar preservativos e fazer uso de outros meios de prevenção, qual é o problema em praticar sexo oral? Como bem sabemos, qualquer agressão ao próprio corpo é uma afronta à natureza divina (Rm 6:12,13), e nenhum meio de prevenção apresentado pela ciência é totalmente seguro. Mas, a Bíblia nada diz claramente como ordem ou recomendação em relação a esse assunto. Por isso, como cristãos conscientemente prudentes, devemos encará-lo considerando alguns aspectos: existe acordo entre o casal? [ninguém pode fazer nada forçado]; qual é a razão dessa prática? [é satisfação espontânea de prazer ou realização de alguma fantasia estimulada por algum meio pornográfico?]; espiritualmente, você se sente em paz? [se o seu coração sentir algum incômodo, simplesmente não o faça]. Não havendo determinação bíblica, qualquer prática fica por conta da consciência individual (Rm 14:22,23). Mas, se puder resistir, resista; porém, dentro da limitação humana, é indiscutível o fato de que realmente a sensação da língua acariciando determinadas partes do corpo, para ambos, é algo extremamente prazeroso; só que há várias formas de sentir prazer sem colocar em risco a tua saúde e a saúde de quem você ama e, ao mesmo tempo, preservar sua integridade moral e espiritual. Afinal, o sexo oral é de origem mundana e, a menos que se prove o contrário, foge ao padrão do modo natural do uso do corpo criado por Deus (Rm 1:26). Será que vale a pena arriscar?
7) Acariciar as partes íntimas do corpo é proibido?
Diferentemente do sexo oral, acariciar as partes íntimas do corpo não traz nenhum risco à saúde e, se for feito com respeito ao cônjuge, não há porque ser considerado como uma afronta contra Deus. Esse tipo de carinho, não somente expressa amor e desejo pela pessoa, como também a estimula e “esquenta” a relação sexual. É claro que isso tem que ser feito com jeito, principalmente na mulher. Pois o homem precisa ter a sensibilidade de saber que o corpo feminino é muito sensível e suas partes íntimas bastante delicadas. O sujeito jamais deve chegar enfiando o dedo aonde lhe parecer conveniente ou mordendo como se estivesse mastigando um pedaço de carne de segunda, mas, com palavras doces, tocando-a suavemente, para que ela sinta vontade de senti-lo mais intensamente, não apenas com a mão ou a boca, mas de fato com seu órgão genital. Ele precisa ter habilidade para fazê-la desejar o seu contato físico e não simplesmente “abrir as pernas” pelo fato de ele ser o marido e ela tenha essa “dívida” como obrigação para com o mesmo. Falando claramente, não somente a região próxima à vagina, as nádegas e os seios, mas todo o corpo deve ser tocado, e esse procedimento é ainda mais interessante e romântico se começar com ambos ainda vestidos e, de preferência, com uma massagem para aliviar o stress do cotidiano. Certamente, os cristãos antigos mais radicais podem me questionar da seguinte forma: “Por que eu precisaria disso sendo que nunca cometi essas ‘depravações’ e meu casamento já dura há dezenas de anos?”; em resposta a esses, também tenho um questionamento a fazer: “Sua mulher é realmente feliz, ou tem sido apenas submissa como uma boa serva, achando que se reclamasse do seu machismo seria condenada por Deus?”. Muitos se privam de um maior prazer a dois seguindo a um pesado jugo imposto por homens e não pelo Criador (Mt 11:29,30).
8) E o sexo anal, é permitido ou não?
Assim como o sexo oral, a prática do sexo anal não deve ser encarada como algo normal e saudável. Primeiramente, observando pelo ponto de vista médico, pode-se facilmente entender que o ânus não foi feito para ser penetrado. Sua estrutura apresenta fragilidade, o que o torna sujeito a fácil a ferimentos e, consequentemente, sangramentos, sendo que o sangue é um dos maiores condutores de doenças, inclusive as DST’s mais conhecidas, as quais também são transmitidas por vários micro-organismos existentes nessa região, considerando também que é por ali que são evacuadas as impurezas rejeitadas pelo organismo, e por mais que se limpe ou lave, nenhum sabonete alcança a extremidade que é alcançada pelo pênis. Agora, de acordo com os princípios bíblicos, mais uma vez nos deparamos com aquela questão de que o assunto não é abordado claramente e, por isso, não existe nenhuma doutrina em relação a isso. Porém, a referência bíblica que mais nos permite entender que atos que possam ser considerados promíscuos impróprios para um casal são abomináveis diante de Deus se encontram em 1ª Tessalonicenses 4:3-5, que diz que devemos ter cuidado com a imoralidade sexual afastando-nos dela, sabendo conviver com nosso cônjuge em santidade e honra, não nos deixando dominar por práticas sexuais descontroladas, as quais são atitudes próprias dos que não temem a Deus. Assim sendo, podemos sim concluir que o sexo anal deva realmente estar incluído nesse contexto. De fato, é inegável que essa parte do corpo feminino é mesmo muito atraente e, de uma forma praticamente automática, desperta o desejo do homem; porém, nos momentos de intimidade, é possível ele satisfazer sua vontade apenas acariciando com as mãos ou até mesmo com o órgão genital apenas por cima sem a necessidade de penetrar. No demais, para os que ainda tenham dúvidas, se aplica aquela velha regra: será que vale a pena correr o risco (1ª Ts 4:7)?
9) Assistir pornografia para estimular é errado?
Quando se fala em pornografia, também se inclui músicas seculares com letras de conteúdo impróprio e todo e qualquer tipo de material que, de forma explícita ou não, traga à exposição a intimidade sexual de um casal. Por mais incrível que pareça, alguns cristãos defendem o uso de material pornográfico como instrumento estimulante na hora da relação. Sinceramente, isso me parece muito mais uma desculpa para satisfazer seus desejos pecaminosos de ver sacanagem. Se a pessoa tem realmente algum problema que dificulte sua excitação deve procurar conversar com seu cônjuge para ver o que pode ser feito para melhorar sua forma de fazer amor e, se necessário, procurar por um tratamento. A Palavra de Deus nos exorta a não colocar coisas más diante dos nossos olhos (Sl 101:3,4) e a termos cuidado para que não deixemos que as coisas desse mundo não venham a nos corromper (Rm 12:1,2); sendo assim, qual é a necessidade de nos expor à imoralidade da prostituição comercial, que é a pornografia? Pois a intimidade de um casal é algo privado, e o fato de se colocar a assisti-la, ou mesmo deixar que outros vejam ou percebam que você está praticando o ato sexual, consiste em compartilhar algo que envolve a nudez e a própria moral. Qualquer desejo nesse sentido que se manifeste em sua mente deve ser prontamente repreendido e combatido com oração e um firme propósito de santificação para não aceitar essa sutil armadilha de Satanás (1ª Pe 5:8,9), que consiste, na realidade, em uma forma de adultério, por se tratar de sentir prazer observando o corpo de uma pessoa que não seja seu cônjuge.
10) Fazer sexo durante o período de menstruação, tem algum problema?
O que a Bíblia diz sobre a prática do sexo durante o período de menstruação? No Antigo Testamento, essa prática era expressamente proibida (Lv 15:24-28); a razão disso, certamente, considerando que não havia medidas de prevenção, era relacionada à saúde do casal, sendo também usada como um símbolo da importância da pureza no relacionamento entre o povo de Israel e Jeová. Porém, no Novo Testamento, isso nem mesmo é abordado. Assim sendo, cabe a cada casal decidir se deve manter relações íntimas nesse período ou não. Mas é óbvio que antes de tomar essa decisão deve-se considerar questões ligadas à higiene e à saúde, pois é preciso admitir que, além de ser algo desagradável por exalar um odor desagradável, exige alguns cuidados, sem os quais pode sim causar danos ao bem estar de ambos. Quem mais sofre com isso é a mulher, pois a mesma acaba por ter todo o seu corpo, principalmente nas partes íntimas, mais sensível e dolorido, e inclusive seu estado de humor costuma ser bastante alterado, chegando algumas até a ter reações violentas sem um aparente motivo razoável para isso. Por essas razões, caso optem pela prática do ato sexual, não é recomendável que ele se prolongue por muito tempo para que ao invés de prazer acabe proporcionando desconforto para ela, pois, apesar de nesse período ela se excitar com mais facilidade, tal empolgação pode levar à extravagâncias a serem sentidas pelo organismo. Médicos afirmam que nesse período é maior a probabilidade de se contrair doenças sexualmente transmissíveis e, mesmo não havendo ovulação nessa fase, por poder haver alguma irregularidade no ciclo menstrual, é sim possível ocorrer a gravidez. O recomendável aí é que se utilize preservativos e, de preferência, que seja feito no chuveiro. Concluindo, por respeito à mulher e por questão de higiene, o ideal mesmo é suportar esses cinco dias - que demoram tanto para passar -, no máximo, fazendo carícias, e substituindo o sexo por outras coisas (1ª Co 14:35a).
É claro que a forma da prática sexual é uma coisa muito íntima e deve ser discutida pelo casal sem imposições ou interferência de ninguém, até mesmo porque, se um ato tão sublime fosse assim digno de tantas restrições, o próprio Senhor Jesus teria deixado uma doutrina específica sobre esse assunto nos Evangelhos ou nas epístolas dos seus apóstolos. Mas é óbvio que isso não nos isenta de obedecer regras de acordo com os princípios relacionados à moralidade e à saúde e também a respeitar o que dizem os líderes religiosos que ensinam com coerência. Para concluir, é importante saber que ter fantasias sexuais não é pecado, pois pecado, na realidade, é satisfazê-las - ou mesmo desejar satisfazê-las -, fora do casamento ou de maneira que venha a profanar a imagem e semelhança de Deus (Gn 1:26,27), a qual se reflete em sua santidade (1ª Pe 1:15), ou seja: precisamos viver sempre com a consciência tranquila. É importante ainda ressaltar que recentes pesquisas comprovam que apenas pouco mais de 30% dos casais cristãos estão totalmente satisfeitos com sua relação sexual. Isso é um alerta para que venhamos a agir com prudência para preservar o matrimônio que foi concedido por Deus, o qual, muito demonstra cuidar dessa área alertando-nos a nos provar da prática sexual por muito tem, e, se isso ocorrer, que seja com pleno acordo entre o casal (1ª Co 7:2-5 ). Não deixe a prática do amor se transformar numa simples transa, pois aonde não há amor verdadeiro também não há felicidade verdadeira, e um relacionamento nessa situação só tem dois destinos: a separação pelo desânimo ou pela traição ou a permanência até a morte sendo uma tortura para um dos cônjuges ou para ambos. Como está seu casamento? A pessoa que está ao seu lado é sexualmente feliz?