terça-feira, agosto 30, 2016

Não Aguento Mais Tantas Regras! Quero Ser Independente! Será que Devo Sair de Casa?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

Ir embora quando algo não está bem 
parece ser uma boa saída; porém, 
fugir de um problema e encontrar 
 vários outros não é uma solução tão 
sábia assim.
    Acordar cedo, arrumar a cama, ajudar nos serviços de casa, estudar, precisar dar explicações quando tirar notas baixas, escutar reclamações, ter que dividir a televisão e o computador com os irmãos, controlar o horário para chegar cedo quando sair e, se trabalhar fora, ainda ter que ajudar financeiramente. É... Vida de solteiro dentro da casa dos pais não é nada fácil não! Então, a mente começa a martelar aquela velha “solução” estratégica: “Preciso arrumar um canto só pra mim!”. Sabe o que eu tenho a dizer para quem pensa assim? “Parabéns!”. Isso mesmo. Só consegue pensar em liberdade quem tem ousadia para tomar atitudes radicais e enfrentar o selvagem mundo lá fora sem a proteção da família. É admirável a personalidade forte de quem planeja sua fuga da “ditadura” dos pais, porque certamente ele tem condições para cumprir com todas as responsabilidades que surgirão e ainda terá tempo para estudar, fazer comida, lavar roupas, limpar a casa, e ainda conseguir curtir a vida sossegado, afinal, agora a TV e o PC são só dele e, além do mais, ele também pode sair e voltar na hora que quiser sem ter que dar satisfações a ninguém; pois agora é tudo só dele assim como também o dinheiro... O dinheiro? Opa! Peraí! O dinheiro vai dar pra tudo isso? Parece que além do tempo necessário para se cumprir com as obrigações normais, ainda encontramos aqui um outro “probleminha” bem mais sério: suprir as necessidades financeiras da “liberdade” - aluguel, água, luz, telefone, cartões de crédito, etc. e muitas outras etc’s... - não é a mesma coisa que dar uns trocados em casa uma vez por mês sabendo que os pais vão bancar o restante sem te cobrar nada. E agora? Será que não é melhor repensar seus conceitos de liberdade?
    Só pra ajudar a reforçar seu raciocínio enquanto decide, vou te contar a história de um jovem na Bíblia que também pensava igualzinho a você e um dia resolveu sair de casa. Sim. É dele mesmo que estou falando: o filho pródigo[1] (Lc 15:11-32[2] [3] [4] [5])! Apesar de ser apenas uma ilustração, essa história contada por Jesus nos dá uma clara noção sobre as desvantagens e os perigos de tentar se aventurar fora de casa sem estar preparado para isso. Vejamos apenas dez das muitas lições que podemos aprender com os erros desse rapazinho cabeça dura:
1 - Falta de sentimento afetivo:
    Ele tinha um pai, provavelmente uma mãe, e um irmão, mas não se importou com eles e quis se distanciar do seu lar.
    O desapego à família já é um sinal de que algo não está bem, pois o convívio familiar é um dos princípios bíblicos de maior valor para os servos de Deus, devendo ser interrompido apenas pelo casamento (Gn 2:24; Mc 10:7). Qualquer outra razão que te faça ter vontade de sair de casa como, por exemplo, a autoridade dos pais ou a simples vontade de curtir a vida, deve ser encarada como um problema e não como uma solução porque a desagregação familiar nada mais é do que mais uma ação maligna para oprimir o ser humano (Tg 3:14,15[6]).
2 - Interesse pelo dinheiro:
    Ele poderia ter saído sem nada, com a intenção de arrumar um emprego, mas demonstrou que o mais importante eram as posses da sua família.
    A cobiça tem sido uma das maiores razões de desentendimento entre pais e filhos e entre irmãos. Muitos, mesmo sem sair de casa, demonstram uma preocupação tão grande pelos bens materiais que excedem ao zelo e evidenciam seu caráter egoísta; isso fica bem claro ao exigirem sua parte ou seus “direitos” em tudo sem se importarem com seus irmãos e com o quanto aquilo possa ter custado aos seus pais. Pensar em si mesmo mais do que nos outros é um sentimento de indiferença que precisa ser combatido e substituído pelo sentimento de amor, o qual nos leva a querer ajudar e dividir o que temos em vez de somente usufruir daquilo que parece termos direito (Fp 2:3,4).
3 - Desrespeito pela hierarquia familiar:
    Tradicionalmente, a herança só é dividida após a morte dos pais, com exceção de quando os mesmos decidem entregá-la ainda em vida. Tomando a iniciativa de pedi-la antecipadamente, ele agiu de forma desonrosa em relação à autoridade de seu pai e à primogenitura do irmão mais velho que, em caso de necessidade, era quem teria por direito fazer a solicitação da divisão dos bens.
    Passar por cima da autoridade de alguém - principalmente do pai - e ferir os direitos alheios é uma grande demonstração de arrogância e rebeldia. Nesse caso, vemos também uma certa falha do pai, o qual podia lhe ter negado esse pedido absurdo e deixado bem claro que se ele quisesse sair teria que ir sem nada; dessa forma, muito provavelmente, como na maioria dos casos, ele desistiria de ir embora porque não poderia executar seus planos supérfluos sem dinheiro. O mal de muitos pais é não saber diferenciar entre amor e falta de autoridade e, por dó de corrigirem duramente, muitas vezes acabam contribuindo com o pecado e o futuro sofrimento dos filhos e deles próprios. Assim como a obediência dos filhos, a autoridade paterna não é uma opção, mas uma determinação divina (Cl 3:20,21).
4 - Falta de responsabilidade:
    Ele desperdiçou tudo o que tinha, sendo que, mesmo que quisesse se divertir, poderia ter feito isso moderadamente guardando uma parte para investir em algum negócio próprio ou, pelo menos, deixando alguma reserva para ter com o que se sustentar até conseguir um bom emprego, se casar e viver tranquilamente.
    Essa é uma característica bastante comum em muitos desajuizados: apenas se divertir como se a vida fosse um belo mundo encantado cheio de fantasias. Ao sair de casa, ele não considerou o fato de que a partir daquele momento não podia mais contar com o apoio do pai e que os valores financeiros que levava nos bolsos eram a única coisa que ele tinha, sendo assim necessária uma boa administração, pois seu futuro era incerto. Agir com prudência é um ato de responsabilidade obrigatório para não sofrer no futuro (Lc 14:31,32).
5 - Excesso de confiança na estabilidade:
    Certamente ele achou que sempre haveria recursos ou empregos no lugar aonde estava. Quando uma grande crise atingiu aquela região, ele não tinha mais dinheiro sequer para procurar um lugar melhor.
    Estar preparado para tudo não é paranóia[7] de pessimistas como pensam alguns, mas sim uma prova de sabedoria e sensatez; isso porque a pessoa sábia tem ciência de que não existe estabilidade no mundo que vivemos e a pessoa sensata tem maturidade suficiente para entender que o que ela possui não vai durar para sempre. É óbvio que devemos ter nossa confiança centralizada em Deus, mas ignorar a possibilidade de perdas não é sinal de fé e sim de irracionalidade por estar colocando à prova a misericórdia divina (Lc 14:28-30).
6 - Tentar remediar a situação para não encarar a vergonha da volta para casa:
    Recorrer à família depois de tê-la abandonado não fazia parte de seus planos, então o jeito era tentar sobreviver a todo custo ainda que isso significasse sujeitar-se a enfrentar situações para as quais ele não estava preparado como, por exemplo, apascentar porcos.
    A princípio, reconhecer um erro parece ser um simples ato de se expor à humilhação, e é esse sentimento de orgulho que provoca o aumento do sofrimento numa situação que poderia ser facilmente resolvida. Não querer mudar de atitude expõe a pessoa a situações ainda mais humilhantes e castigadoras do que o pedido de perdão e o conserto do erro. Para muitos, principalmente os jovens, o orgulho é um grande inimigo que precisa ser combatido com a convicção de que a maior dignidade está na humildade de admitir as falhas e não na arrogância de querer mostrar que está sempre certo (1ª Pe 5:6,7).
7 - Despreparo para enfrentar trabalhos difíceis:
    O único emprego que conseguiu, além de estar fora de suas condições de exercê-lo e de não ser muito agradável, parecia não ter uma remuneração muito justa, pois ele não tinha nem mesmo o que comer.
    A Bíblia não relata, mas a situação nos leva a supor que ele era um filho mimado, criado com excesso de liberdade, não muito aplicado aos estudos e nem ensinado a exercer serviços mais duros. Esse despreparo, no momento de dificuldade, o levou a sofrer porque ele não encontrou nada para fazer que estivesse à altura de sua capacidade; além do mais, o fato de estar trabalhando num lugar aonde não tinha nem o que comer, evidencia um certo descaso por parte de seu patrão e uma falta de habilidade ou conhecimento de sua parte para lutar pelos seus direitos. Isso reflete a mais pura realidade em que vivem muitos de nossos jovens: descaso com os estudos, desinteresse pela qualificação profissional, desconhecimento sobre as leis e falta de argumento para se defender quando é injustiçado. Muitas coisas que passamos são conseqüências do despreparo no passado; a construção do futuro depende bastante do planejamento que é feito hoje (Pr 24:27).
8 - O abandono das pessoas próximas:
    Todos ali sabiam da situação, mas ninguém lhe dava nada. Talvez essas mesmas pessoas tivessem se divertido com ele quando estava cheio de dinheiro; porém, no momento de necessidade, lhe viraram as costas.
    Sabe aqueles amigos que sempre te convidam para baladas, pizzaria, passeios, festinhas e as vezes até mesmo para eventos de igreja, mas que sempre fazem questão de lembrar que tem que levar grana pra “rachar” conta? Quer saber se eles são teus amigos de verdade? Diga que está doente ou que não tem dinheiro... Quantos será que vão te oferecer ajuda ou continuar andando com você? Muitas vezes nos decepcionamos por achar que podemos contar com todos que aparentam estar ao nosso lado, por isso é essencial ter um certo discernimento para poder selecionar bem as amizades e, mesmo assim, ainda estar preparado para encarar possíveis desilusões (Pr 19:4,7).
9 - A lembrança do conforto do lar na hora do aperto:
    Apenas na hora de maior sofrimento, não havendo mais condições de enfrentar sozinho a situação, “lembrou-se” da confortável casa do pai.
    A coisa apertou, todas as possibilidades de saída já estavam esgotadas, então não tinha outro jeito a não ser suportar a vergonha e ir bater à porta da casa do pai torcendo para ele ter misericórdia e aceitá-lo de volta. O interessante é que nessa hora ele se lembrou de Deus também - porque confessou ter pecado contra o céu -, o que mostra que ele foi criado num lar religioso. Muitos apenas se lembram da família e do próprio Deus apenas quando os problemas aumentam e eles percebem que não têm mais como resolver sozinhos. Esse é um dos maiores exemplos da hipocrisia humana e é uma das razões pelas quais o Senhor permite tanto sofrimento ao homem; muitas adversidades que passamos são apenas oportunidades para que reconheçamos nossos erros, peçamos perdão e mudemos de atitude. Lembrar das bênçãos que já alcançamos e desperdiçamos, do chamado, das promessas e dos livramentos que já tivemos, muitas vezes, nos levam a renovar nossas forças e ter esperança para seguir em frente. Porém, melhor que isso é lembrarmos sempre de Deus, para não termos que implorar sua misericórdia nos momentos de maior sufoco (Jn 2:1,2).
10 - A humilhação de voltar atrás e pedir perdão:
    Não tendo outra alternativa, tomou a difícil decisão de enfrentar a vergonha se humilhando e, admitindo que errou, pedir para voltar à mesma família a qual ele tinha abandonado.
    Há situações embaraçosas que somos nós mesmos que criamos. É inegável que foi nobre sua atitude de se reconciliar com a família, mas toda essa amarga experiência foi fruto de sua própria negligência para com ele mesmo. Ainda que tenha sido recebido de braços abertos pelo pai, isso não significa que ele não tenha sofrido as conseqüências de seus atos, pois, como podemos ver adiante, teve que enfrentar a rejeição do irmão mais velho e, certamente, a discriminação das demais pessoas que não mais podiam confiar nele como um homem responsável e digno de respeito, o que pode também tê-lo levado a ter dificuldades para conseguir um casamento porque os pais daquela época - como os de hoje também - observavam muito a capacidade e o caráter de um rapaz antes de aceitá-lo como noivo de sua filha. Ser jovem numa sociedade como a nossa já não é fácil devido à má fama que a juventude atual carrega e, se der motivos então, torna-se quase impossível conquistar novas oportunidades. Há feridas que até são curadas, porém, as cicatrizes ficam e denunciam a existência daquele mal que, mesmo não mais estando ali, levam muitos a te ver alguém que não tem uma saúde perfeita. É importante preservar a integridade, pois ela é um dos poucos valores que nos levam a sermos avaliados pelo que somos e não pelo que temos (Pr 28:6; 16:8).
    Como vimos, o abandono de um lar, ainda que pareça ser por motivos justos, causa irreparáveis transtornos que vão muito além do prejuízo material. Por isso, quando seus pais reclamarem de suas atitudes, antes de se revoltar, lembre-se que eles querem o seu bem e que, com toda certeza, a razão dessa reclamação não está na rabugice deles e sim em algum erro seu que estão corrigindo para que você próprio e nem eles venham a sofrer depois. Se, por ventura, forem injustos, lembre-se também que ninguém é perfeito e que cabe a você reagir com respeito e pedir sabedoria a Deus para que te dê graça para lhes mostrar o porquê de sua razão e juntos chegarem a um acordo razoável para ambas as partes. Também não é necessário se culpar por, em alguns momentos, achar a vida dentro de casa entediante e ter vontade de sair, pois você é um ser humano normal e sua adrenalina pede isso. No entanto, busque satisfazer essa necessidade de diversão de uma maneira saudável colocando sempre em primeiro lugar o amor a Deus e à sua família, pois, sendo infiel a eles, você estaria jogando fora sua própria salvação e causando dores irreparáveis naqueles que te amam. E uma outra coisa que você pode ter absoluta certeza é de que quando tiver seus filhos, você tentará controlá-los da mesma forma e também sofrerá quando eles te desobedecerem. Você quer que a sua casa seja um lugar melhor? Então comece por você mesmo sendo um filho melhor, um irmão melhor, um vizinho melhor, um namorado melhor, um aluno melhor, um funcionário melhor, um crente melhor... enfim, uma pessoa melhor para depois poder esperar que todos a sua volta, principalmente seus familiares, sejam melhores para com você (Lc 6:31; Jo 13:15). Um bom meio de convívio é construído por nós mesmos através da nossa boa convivência com o próximo. Quer conquistar um bom casamento constituindo um lar abençoado? Então seja uma bênção desde já para ser digno de colher bons frutos quando você for o chefe da casa. Valorize sua família enquanto ainda a tem; melhor é o desconforto das cobranças do que um dia sentir a dor da saudade e do remorso por lembrar que não foi um bom filho e agora não há mais como voltar atrás. Quer independência? Então ganhe sabiamente a confiança dos seus pais pelas suas boas atitudes; agindo assim, não só obterá boas experiências, como também sempre terá um lugar de honra entre os seus (Tg 3:13,17).



[1]Pródigo: Que despende com excessiva profusão; que desbarata os seus bens; dissipador, esbanjador, gastador, perdulário. Que distribui, faz ou emprega com profusão: Pródigo de elogios. Generoso, liberal. Aquele que gasta e destrói desordenadamente seus bens, reduzindo-se à miséria. Pessoa que por sua prodigalidade se torna incapaz de administrar seus bens.
[2]Fazenda: Riquezas e bens; Finanças.
[3]Dissolutamente: Desregradamente: sem regra; sem controle, sem limites. Com lascívia, perversão, imoralidade.
[4]Bolota: Alfarroba (vagem grande produzida pela alfarrobeira. Sua polpa, doce e nutritiva, é usada como alimento para animais, inclusive os porcos).
[5]Cevado: Animal engordado (Lc 15:23).
[6]Faccioso: Seguidor de uma facção. Parcial. Sedicioso. Perturbador da ordem. Causador ou defensor de rebeliões ou confusões.
[7]Paranoia: Psicose caracterizada por um conceito exagerado de si mesmo e ideias de perseguição, reivindicação e grandeza, que se desenvolvem progressivamente, sem alucinações.

Jonas M. Olímpio

domingo, agosto 28, 2016

Igreja Evangélica: Projeto de Evangelização x Projeto Político


O Brasil para Jesus Cristo
JOÃO CRUZUÉ

Em termos estratégicos, o que é mais promissor para os Evangélicos: um projeto de representação política voltado para a defesa da fé e dos bons costumes cristãos ou um projeto de evangelização estimulado para cada congregação? Há um bom tempo tenho escrevido sobre isto e gostaria de dar minha opinião mais uma vez para marcar posição.

Em uma análise fria, os evangélicos cresceram muito no Brasil dos anos 90 para cá utilizando com sucesso um projeto centrado em veículos de comunicação em massa. A comunicação mostrava que pessoas cheias de problemas eram libertas e alcançavam prosperidade através do Evangelho, se bem que arrastando a brasa para o nome da denominação.

Por outro lado, o apelo excessivo em cima do dinheiro tornou algumas denominações detestáveis aos olhos dos não cristãos, que costuma ver as coisas com mais clareza, pois não estão sujeitos, todo dia, a processos de lavagem cerebral.

O Evangelho é um coisa boa? É excelente! Ele é, e sempre será, as Boas Novas de Deus para a humanidade. Jesus Cristo salva, perdoa, levanta, abre portas fechadas, reconcilia com Deus, transforma qualquer pecador é uma pessoa-benção para a sociedade, prospera, cura, expulsa demônios, alegra o coração, ressuscita mortos, recupera das drogas, batiza com o Espírito,  etc.

Tenho visto no noticiário atuais análises políticas que mostram uma vantagem dos candidatos evangélicos nas eleições para cargos representativos, dado a uma melhor comunicação dentro de suas Igrejas. Espera-se, dizem os especialistas, que 30% das casas legislativas estarão ocupadas por líderes evangélicos, sejam pastores ou artistas. Ao meu ver, nada de mais, uma vez que proporcionalmente, o número de evangélicos neste país já passa está na casa dos mesmos 30%. Esta conquista, ao meu ver, não vai ser alcançada por um projeto político, mas por um esforço de evangelização em curso.

As lideranças das grandes denominações erram em pensar que ao separaram pastores de filhos de pastores presidentes para uma candidatura política estarão resolvendo o problema do avanço da secularização e apodrecimento da sociedade. Isto, na verdade, é o avanço da secularização dentro da Igreja, tendo como protagonista a própria liderança da Igreja. O carro na frente dos bois.

E como deveria ser?

A liderança da Igreja, segundo está no primeiros capítulos do livro de Atos dos Apóstolos, deve se ocupar  em criar e LIDERAR um projeto de evangelização vigoroso, para que as congregações dobrem de tamanho a cada três a cinco anos. As Igrejas, depois de grandes, se tornam especialistas em burocracia e ao mesmo tempo tira o foco da prática do Evangelho.

Se a membresia da Igreja dobrar de tamanho a cada cinco anos, em não menos que 30 anos a população cristã do Brasil será maciçamente evangélica. E sendo assim, a defesa dos princípios da fé cristã não se dará no âmbito político, mas em cada família brasileira. É falta de sabedoria, por exemplo, votar uma lei que determina a colocação de uma Bíblia em uma repartição pública, se a sociedade for de maioria secular.

Prefiro uma sociedade cristã a um parlamento majoritariamente religioso. As experiências do passado mostram que o fundamentalismo religioso enraizado no poder é nefasto e perigoso. O equilíbrio e o respeito é o melhor caminho. Se a sociedade for majoritariamente cristã, não haverá parlamento que lhe seja surdo, por puro bom senso.

Assim, já passa da hora de abrir os olhos para ver. Estrategicamente, é muito melhor e mais barato desenvolver e colocar em funcionamento um projeto de evangelização que envolva toda congregação, cada membro da Igreja, de forma racional e sábia, do que eleger um político cristão com o propósito de mudar uma sociedade de hábitos e costumes seculares. 



cruzue@gmail.com


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terça-feira, julho 05, 2016

Desejo ou Curiosidade Por Atos Homossexuais: Como Lidar Com Isso?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

O homossexualismo é uma prisão
maligna que não provém da mente e
nem do corpo, mas do espírito; por
isso tem que ser combatido
espiritualmente.
    Antes de começar, para não ser taxado de homofóbico, quero explicar o significado do termo homofobia. Para isso precisamos também entender o significado da palavra homossexual[1] que é uma junção de homo + sexual, sendo homo um prefixo de origem grega da palavra homos que significa “igual” ou “mesmo” sexual é de origem do latim medieval sexualis e do latim clássico sexus significando “sexo”: sendo assim, por se tratar de um comportamento sexual, homossexual significa “aquele que gosta do mesmo sexo”. Com relação à homofobia, sabemos que fobia é um termo grego que expressa “medo” ou “aversão” - nojo, ódio - contra algo ou alguém. Dessa maneira, podemos definir que pessoas homofóbicas são aquelas que sentem medo, repugnância ou ódio dos homossexuais. Então, em relação aos cristãos - entenda-se como cristãos aqueles que realmente seguem o Evangelho -, se não tememos, repudiamos e nem odiamos os homossexuais, então, automaticamente, não somos homofóbicos; pois, na verdade, a única coisa que reprovamos é a atitude deles, ou seja: o pecado (Ap 2:20-23[2]). Entendendo que não somos contra as pessoas que sofrem desse mal, mas sim que queremos e devemos ajuda-las, façamos então uma análise sobre as consequências que ele tem causado principalmente entre os adolescentes e os jovens que se envolvem afetivamente com pessoas do mesmo sexo e qual é a postura divina em relação a isso.
    Com exceção da existência dos eunucos[3]situação essa que nada tem haver com homossexualismo, mas com a assexualidade[4] -, e dos hermafroditos[5], biológica ou psicologicamente não há uma conclusão definida em relação ao desvio do comportamento sexual, pois mesmo os pesquisadores mais aprofundados no assunto divergem suas opiniões não conseguindo deixar claro se isso é uma doença física ou um distúrbio mental; socialmente, muitos tentam explica-lo como uma escolha pessoal, ou seja: uma simples questão de comportamento. Porém, tais argumentos são questionáveis, pois se não há provas de que haja nessas pessoas alguma diferença genética[6] ou cerebral, da mesma forma não há como comprovar que uma pessoa saudável física e mentalmente opte voluntariamente por algo tão sem sentido quanto desejar se relacionar sexualmente com alguém do mesmo sexo. Sendo assim, qual é então a explicação para isso? Deixando a razão humana de lado, sabemos que a resposta é de origem espiritual, pois trata-se de uma ação maligna que altera a mente de heterossexuais[7] a tal ponto de mudar seu comportamento e, em muitos casos, transformar até seu corpo. Mas qual é a intenção de Satanás em fazer isso? Como a Bíblia nos ensina, ele veio para matar, roubar e destruir (Jo 10:11), e o seu principal alvo é o ser humano porque este foi criado tendo também a missão de louvar a Deus (Sl 150:6; Jo 4:23,24) - missão que antes pertencia a ele (Ez 28:13[8]) - , exercer autoridade contra as forças das trevas (Lc 10:17-19) e, se for obediente, tendo o direito de ser salvo (Lc 10:20) - outro direito que Satanás já perdeu (Is 14:12-14; Ap 20:10[9] [10]) -; motivos suficientes para sentir muita inveja e querer que o ser humano perca também e, para isso, luta de várias formas (1ª Pe 5:8,9), sendo uma delas o homossexualismo por saber que essa prática desagrada muitíssimo a Deus (Lv 18:22; 20:13; Rm 1:26,27[11] [12]; 1ª Tm 1:9,10[13] [14] [15] [16]).
    É importante também lembrar que nem todos os homossexuais são assumidos, pervertidos, anticristãos ou pelo menos aparentam sua homossexualidade, pois muitos, por vergonha ou por medo, preferem manter-se ocultos e outros, por essas mesmas razões, até enfrentam e resistem a esses desejos não mantendo relações homoafetivas. Isso é normal principalmente entre adolescentes e jovens cujas famílias são rígidas e, certamente, reagiriam com repreensão e não com apoio à prática ou com ajuda para que possam deixa-la. Esconder o homossexualismo parece ser uma solução, mas isso nada mais é do que omitir um problema. O melhor mesmo é procurar conversar com os pais ou irmãos mais velhos ou, se achar que não vai encontrar compreensão e ser discriminado dentro do próprio lar, deve-se então procurar alguém de confiança - de preferência o pastor de sua igreja, o líder do grupo de jovens, um professor de Escola Dominical ou um irmão que demonstre ter a mente aberta e habilidade para lidar com isso - que tenha maturidade o suficiente para orientá-lo oferecendo-lhe ajuda tanto moral quanto espiritual. Ao mesmo tempo, deve-se estar preparado para iniciar uma verdadeira batalha espiritual em busca da libertação: orações constantes, consagração, jejum, votos, busca do conhecimento da Palavra, envolvimento na Obra e desvio das coisas ou pessoas que possam induzí-lo a essa prática (Sl 1:1,2; Pr 13:20; Sl 64:2-6[17]; 1ª Co 15:33,34). Qualquer esforço é válido na tentativa de fazer o que é certo e, obviamente, Deus não desprezará os “sacrifícios” de quem está lutando para ser fiel e fazer a vontade dEle.
    É necessário deixar claro também que, embora não deva tolerar o pecado, o papel da Igreja é acolher o pecador. Pastores ou líderes que detectem a existência de pessoas nessas condições têm a obrigação de trata-las com amor orientando-as sobre as razões pelas quais elas devem abandonar essa prática e ajudando-as a vencer esse mal. Não são duras repreensões e a exclusão ministerial que vão contribuir para a libertação, essa seria apenas uma forma de os obreiros que foram chamados para apascentar livrarem-se de sua responsabilidade sobre as almas que estão confiadas pelo próprio Deus aos seus cuidados (1ª Pe 5:2-4). É óbvio que esse acolhimento não significa dizer “fique como está” e permitir a essa pessoa liderar trabalhos ou participar ativamente de serviços que são destinados à pessoas que tenham plena comunhão com o Senhor zelando pela sua santidade; porém, ela deve ser mantida ali como um membro do Corpo de Cristo que apesar de estar ferido ainda faz parte dele e precisa ser cuidado (Fp 2:4; Hb 12:12,13). Quanto à família, principalmente aos pais, é preciso que saibam que por mais que seja amarga a decepção de ter um filho homossexual, reagir com raiva e demonstrar vergonha não vai resolver o problema. O que se deve fazer é lhe mostrar que mesmo não aprovando suas atitudes, o amor por ele continua igual e que, ainda que não aceitando sua prática, não o tratarão como um criminoso que deve ser punido, mas como alguém que, querendo ou não, precisa e vai receber ajuda para ter uma vida normal, a qual é exigida por Deus para que se alcance a salvação (Hb 12:14-16). A partir daí, é necessário haver compreensão, muita intercessão, incentivo pela busca de uma vida espiritual e acompanhamento dentro dos padrões cristãos, evitando assim, por exemplo, consultas a psicólogos não-crentes que geralmente aconselham a pessoa a fazer o que lhe parecer agradável para ser feliz desde que isso aparente não prejudicar a ninguém e nem a ela própria; tal filosofia demoníaca também é pregada em muitas religiões que se denominam como inclusivas, mas na verdade só estão mesmo é incluindo mais almas ao inferno.
    Geralmente é na adolescência que os desejos e curiosidades pelo sexo começam a se despertar no corpo humano, como também, quando é o caso, os interesses homossexuais. Ao perceber isso, o garoto ou a garota não deve se desesperar por ser diferente e muito menos se entregar a essas vontades, mas apenas tentar identificar se isso é mesmo um desejo ou somente uma simples curiosidade que logo passa. A princípio, é importante que procure pesquisar informações sobre o assunto, principalmente em fontes cristãs, mas evitando falar sobre isso com professores seculares e amigos não-crentes, para que não corra o risco de ser influenciado negativamente por eles. Depois disso, caso comprove que exista mesmo dentro de si essa atração por pessoas do mesmo sexo, cabe a ele a busca por ajuda para se orientar tanto moral quanto espiritualmente (Hb 12:6-8), tendo plena consciência de que na sua vida, tanto o seu corpo quanto a sua alma e o seu espírito devem ser administrados de uma forma que venha a agradar a Deus (1ª Ts 5:23,24), o qual o criou para formar um lar deixando uma descendência (Gn 1:27,28ª; Mt 19:4,5) e não simplesmente satisfazer seus desejos carnais (Rm 6:12-14). E é preciso considerar ainda que, apesar de poder se arrepender e alcançar a salvação, mesmo que abandone o homossexualismo, suas consequências poderão marca-lo por toda a vida como, por exemplo, doenças sexualmente transmissíveis, traumas psicológicos, incompreensão de pessoas que não acreditem em sua mudança e, no caso de haver sido feita alguma mudança física, uma difícil recuperação; então, é necessário pensar muito nos problemas gerados pela interferência na criação natural de Deus e jamais aceitar essa agressão a si próprio como algo normal, pois o preço a ser cobrado é muito alto (Rm 6:23).




[1]Homossexual: Referente à homossexualidade. É o relacionamento sexual entre indivíduos do mesmo sexo. Homossexuais normalmente se relacionam também com pessoas do sexo oposto, nesses casos, são chamados de bissexuais. Popularmente, homens que se relacionam entre si são chamados de "gays", e as mulheres são chamadas de "lésbicas."
[2]Jezabel: Filha do rei dos Sidónios Etbaal; seu casamento com Acabe foi o resultado de uma aliança que tinha como objectivo fortalecer as relações entre Israel e a Fenícia. A sua história é conhecida através do Primeiro Livro de Reis do Antigo Testamento. Continuou a adorar os deuses fenícios, mas não se limitou a isso, pois combateu o Deus de Israel. Recorreu ao dinheiro do tesouro público para sustentar os 450 profetas (ou sacerdotes) do deus Baal e os 400 profetas da deusa Achera (deusa fenícia da fertilidade). Elias derrotou todos os profetas de Baal, que morreram. Quando Jezabel soube disto ficou furiosa, pretendendo mandar matar Elias, que teve fugir para Judá. Um comandante chamado Jeú liderou uma revolta contra a família real, na qual matou o filho de Jezabel, Jorão. Quando Jezabel soube da revolta pintou os olhos e adornou a cabeça, desafiando Jeú da janela do palácio. Este ordenou aos eunucos da rainha que a atirassem da janela (defenestração): Jezabel morreu, tendo o seu sangue atingido as paredes e os cavalos. Uns cães que por ali passavam devoraram o corpo da rainha. Por causa desta rainha o nome "Jezabel" encontra-se associado como exemplo ou figura de prostituição e idolatria, assim como é citada em Apocalipse 2:20.
[3]Eunuco: Homem castrado que servia de guarda das mulheres do seu dono (Et 2:3). Eram também chamados de eunucos alguns altos funcionários de confiança dos reis, quer esses funcionários fossem castrados ou não (At 8:27). Tradicionalmente, no Oriente é um guardião de mulheres, principalmente nos haréns. Muitos já nascem com problemas congênitos - um mal desenvolvimento dos testículos - proporcionando baixa ou nenhuma potência sexual impossibilitando uma vida conjugal normal e a geração de filhos. Os que nascem nessa condição podem ser considerados transexuais, porém, isso nada tem a ver com homossexualismo ou opção sexual.
[4]Assexualidade: Estado de assexual; ausência de interesse sexual.
[5]Hermafrodito: Diz-se do ser (pessoa, animal ou planta) que reúne em si os caracteres e os órgãos, ou somente os órgãos, dos dois sexos (nasce com pênis e vagina); andrógino. Aquele que possui organismo bissexual. Não se trata de homossexualismo, pois não é uma opção sexual, e sim de uma anomalia de nascença. Na mitologia era um deus grego, filho de Afrodite e de Hermes. Este representa a fusão dos dois sexos e não tem gênero definido. Teria nascido um menino extremamente bonito, que se transformou posteriormente num ser andrógino por haver se unido à ninfa Salmacis. Foi a partir deste mito que se batizou os conceitos de hermafrodita e hermafroditismo.
[6]Genética: A ciência dos genes (cada uma das partículas cromossômicas).Ramo da Biologia que trata da hereditariedade. Ela se ocupa das diferenças entre os seres vivos, das suas causas e dos mecanismos e leis da transmissão dos caracteres individuais.
[7]Heterossexual: Pessoa que sente atração por pessoas do sexo oposto. Condição sexual normal para a qual o ser humano foi criado.
[8]Pífaro: Instrumento popular e pastoril, semelhante a uma flauta, mas sem chaves.
[9]Enxofre: Elemento amarelo inflamável com cheiro forte que existia em grande quantidade perto do mar Morto (Gn 19:24; Dt 29:23).
[10]Besta: Animal de quatro patas, de grande porte; animal de carga (Is 46:1). Biblicamente é linguagem figurada referente à uma criatura maligna que representa a força bruta, a imoralidade e a oposição a Deus (Is 30:6; Ap 13:1-18).
[11]Infame: Que tem má fama (Jó 30:8). Baixo; vergonhoso (Rm 1:26).
[12]Torpeza: Ato obsceno, vergonhoso (Rm 1:27).
[13]Obstinado: Que se obstina.  Firme, pertinaz, teimoso. Inflexível. Feito com insistência, com pertinácia.
[14]Parricida: Assassino do pai (1ª Tm 1:9).
[15]Matricida: Assassino da mãe (1ª Tm 1:9).
[16]Perjuro: O que jura falso. Mentiroso (1ª Tm 1:10).
[17]Inquirir: Indagar, perguntar. Questionar; mudar de ideia.

Jonas M. Olímpio