segunda-feira, abril 11, 2016

Nada aflora meus sentimentos como o Natal – seu brilho, suas cores, suas cantatas. Ele e a Páscoa são os únicos momentos do ano em que é-se lembrado que Cristo não é propriedade de nenhuma religião. Mas espere: essa não é mais uma daquelas frases de efeito politicamente corretas. O ecumenismo do Natal traz mesmo muitos inconvenientes: essa conversa de espírito natalino, fraternidade universal, paz mundial, fé no amor etc. não passa de um disfarce fajuto para a reivindicação – esta, sim, sincera – “não torrem minha paciência, respeitem meu espaço, teçam-me mil loas, torçam pelo meu sucesso e então poderemos nos tolerar”. É claro que a maior parte das celebrações natalinas é incontornavelmente pagã. Mas o mundo é pagão. O que quero dizer, e o Natal me faz lembrar, é que, se uma função vital compete à religião cristã face à humanidade, esta não é a de criar uma mensagem salvadora (fosse esta, tal mensagem seria mui pouco fidedigna), mas a de receber uma mensagem que lhe é – à própria religião cristã – surpreendente, e transmiti-la fielmente. A Natividade foi anunciada, e tal anúncio registrado na Escritura, a astrólogos pagãos. Cristãos que, ano após ano, tentam demonstrar erudição dizendo que o Natal é uma invenção de Constantino, a apropriação de um ritual de louvor ao deus-sol, e debatendo – santo Deus! – se é pecado ter uma árvore de Natal em casa, são duplamente ignorantes. Esquecem-se, exatamente na data mais propícia para se lembrar, de que Cristo é anunciado a todos, e o papel – civilizador, com efeito – da religião cristã é anunciá-Lo na exatidão e plenitude de Sua manifestação.

Este ano, dois aspectos complementares da mensagem do Natal assaltaram-me o pensamento.

O primeiro deles deriva-se de uma fortíssima imagem poética que se repete na obra de um dos maiores cineastas e um dos maiores artistas cristãos contemporâneos, Terrence Malick: a da infância como lugar da verdadeira utopia. O paradoxo é proposital: utopia é negação do topos, é aquilo que não tem lugar. A infância, podemos enxergá-la como um lugar, mas tão somente lugar de transição – o que acarreta benesses e desconfortos. Em The thin red line, Malick apresenta-nos a crianças indígenas, brincando com pedras, nadando no rio, cantando em uníssono as cantigas da aldeia; alegram-se com pouco, são expostas a fortes adversidades: tudo lhes fala de morte, muitas viram suas mães falecendo atormentadas por moléstias, a ameaça de uma invasão estrangeira é constante, o mar é imprevisível porque pode sempre trazer o navio inimigo. No auge da guerra, com a aldeia em farrapos, o questionamento é inevitável: “Esse grande demônio, de onde vem? Como se entranha no mundo? De que semente, de que raiz se desenvolveu? Quem é que está fazendo isso? Quem está nos matando? Furtando-nos de vida e luz, brincando com o que talvez pudéssemos vir a saber... Será que nossa ruína beneficia a Terra de alguma maneira? Será que ajuda a grama a crescer ou o sol a brilhar? Essa escuridão está dentro de ti também? Já teve esse pesadelo também?” Não menos cruenta do que a guerra com armas é a guerra interior a cada ser humano: não se pode negar, o problema está em nós, somos nós que fazemos a guerra. O questionamento que atravessa a mente de quem destrói e de quem vê a destruição é invariavelmente pela imortalidade: de que vale ela, se é que há uma, perante o poder de destruir e o infortúnio de ser destruído? Mas o alvoroço da guerra passará, e então o que ecoará na floresta, o que atravessará o mar, é a cantiga das crianças – cantiga que não morre e assim nos comunica a eternidade. Em The tree of life, a criança aprende sem nenhuma dificuldade o que as freiras ensinam: a diferença entre a natureza e a graça. Quando é constrangida pela impaciência do pai – ao ensinar a tocar piano, ao ensinar a jogar baseball, ao ensinar a capinar o jardim, ao insistir para que jante toda a comida, até ao inquirir como foi seu dia ou fazer-lhe carinhos –, após sentir raiva, refugia-se sob a mãe, e até faz troça do equívoco paterno em achar que a natureza pode vencer a graça. Com a mesma precipitação com que faz travessuras – quebra uma janela, mata um passarinho, briga com o irmão, rouba uma peça de lingerie –, se sensibiliza com aquilo para o que os adultos se esforçam, quase como uma questão de sobrevivência, em não dar atenção: a deficiência física, a senilidade, o banditismo. A infância não é exatamente um paraíso: ser iniciante nas convenções sociais, não saber como se portar na maioria das situações, não saber como se defender da maioria dos perigos, e como não bastasse, poder ser impactado com a morte de um irmão – tudo isso tem um quê de infernal. Mas o mundo é uma criança de Deus, e haverá de ser redimido. Em pular sob as árvores, em correr sob o sol, em cantar em frente ao ventilador em movimento, nessas banalidades sinceras está a Alegria – a Alegria à qual nos dirigimos ansiosamente durante toda a vida, da qual nos esforçamos por lembrar quando somos achatados por prédios cinzentos, por preocupações de adultos, por cansaço e falta de tempo. No fim, naquela imortalidade anunciada pelo canto das crianças de The thin red line, dois retornos serão igualmente redentores: o do irmão que falecera e o da infância que se fora. A fraternidade não é mais implicada pelo medo e pela insegurança, mas se mostra uma fraternidade esclarecida. Ali até o pai demonstra graça para com os filhos; os abraços são desinteressados porque tudo o que se pode desejar já é presente e atual. Não doar é uma impossibilidade sob o doce constrangimento da doação absoluta. A eternidade é a apreensão daquilo que nos escapa: da infância. Mas não de qualquer infância, e sim da infância redimida, da infância sob o império da Graça, sob o cuidado direto e permanente do verdadeiro Pai.


O segundo aspecto da mensagem do Natal a assaltar-me o pensamento este ano deriva-se diretamente da expressão de fé apostólica, registrada na Escritura, no “Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo”. Os cristãos veem-se graciosamente surpreendidos com o privilégio de se referirem a Deus, não como o Deus de antepassados desconhecidos e mortos, não como o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, mas como o Deus daquEle que é atualmente nosso Senhor, daquEle que conhecemos pessoalmente – e não somente Deus, mas Pai de nosso Senhor. Conhecemos Deus não como aquEle que se revelou contidamente a patriarcas, mas como aquEle que nada esconde de nosso Senhor, que com Ele é Um só, que com Ele está em comunhão desde sempre e para sempre, e que O enviou pessoalmente até nós. Por isso, nossa relação com Deus não depende de nossa filiação a profetas antigos – quão frágil é tal filiação: “Até dessas pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão!” –, mas de nossa fé naquEle que é gerado de Deus, de Sua natureza, Seu unigênito. Não é de nossas relações, de nosso trato para com a família, o clã ou o povo, de nossas obras, que a nossa salvação depende. Recebemo-la de graça porque Cristo é Filho de Deus e, nEle, podemos nós também sê-lo. Podemos nos confortar em saber que só somos filhos de Deus porque antes disso Jesus é filho de Deus, que Deus só é nosso Pai porque antes disso Ele é Pai de Jesus, numa relação perfeita: nossa infância foi redimida. Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo!


Esses dois aspectos da mensagem do Natal parecem-me complementar-se na síntese realizada por Michel Henry com sua fenomenologia da vida (e torna-se ainda mais interessante citá-lo quando se lembra que Malick, que também tem formação em Filosofia, é especialista em Heidegger): com a encarnação do Verbo, não apenas podemos dizer que Deus se revelou remotamente, mas também que a carne passa a revelar o Verbo. “[...] a Encarnação do Verbo é sua revelação, sua habitação entre nós. Se podemos ter relação com Deus e ser salvos nesse contato com ele, é porque seu Verbo se fez carne em Cristo. A revelação de Deus aos homens é, pois, aqui, a existência da carne. É a própria carne como tal que é revelação” (Encarnação: uma filosofia da carne, p. 28). Nenhuma carne pode ser encontrada no limo da terra: nele só há corpos. “Algo como uma carne só pode advir e nos advém do Verbo” (idem, p. 31). De onde vem o grande demônio aludido em The thin red line permanece, em última instância, um mistério, mas pudemos assistir à vinda do grande Deus, e Ele nasceu de uma mulher!


Desde então, todas as noites são felizes como aquela em que a virgem concebeu em Belém. Desde então, os anjos não param de entoar: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens aos quais Ele concede o Seu favor”. Podemos olhar para uma criança e, com toda a sua imperfeição, com toda a nossa imperfeição, vermos uma imagem de Cristo. Foi para ela, foi para nós, foi para as crianças aldeãs que Deus se fez homem. Essa é a garantia de cumprimento da verdadeira utopia. Quão glorioso é sabê-lo! Quão glorioso é anunciá-lo! Nossa fé não poderia ter um fundamento mais firme: ainda que o mundo desabe, um lugar abrigará a esperança, e para lá deveremos olhar – a manjedoura.

sábado, abril 02, 2016

E Ver Pornografia... Tem Algum Problema?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

Além da desvalorização moral e
da indução ao sexo inseguro, os
adeptos da pornografia estão
também a mercê das
consequências do pecado da
infidelidade a Deus, o qual é
puro e repudia qualquer estímulo
à práticas sexuais ilícitas.
    É bom ver algumas coisas interessantes de vez em quando, né? Mas primeiro é melhor saber o que o Papai do Céu pensa disso. E antes que você questione, já vou dizendo que sim: esse é sim mais um estudo bíblico que vai dizer que é pecado se masturbar[1]; mas fique tranquilo, se você é apenas um adolescente ou um jovem solteiro, seria desumano demais da parte de uma pessoa casada te condenar e dizer que você merece queimar no inferno por causa disso... mas também não vou garantir que não queime. Brincadeiras à parte, a intenção não é condenar ou absolver, mas apenas orientar com o objetivo de ajudar rapazes e moças que valorizem sua vida espiritual e que façam questão de honrar seu compromisso com Deus, portando-se de forma pela qual possam sentir-se cada vez mais próximos a Ele. Antes de entrar no assunto, precisamos saber que pornografia[2] se refere não apenas a material visual que exponha imagens de sexo explícito, mas a qualquer meio, incluindo também textos, áudio ou gestos de sensualidade que insinuem a prática de um ato libidinoso[3]. Sendo assim, cuidado com tudo a sua volta (Hb 12:15,16[4] [5] [6])!
    É importante também que os próprios jovens solteiros não se culpem pelo desejo ou pela curiosidade sexual, pois é nessa faixa etária, entre 12 e 13 anos - podendo haver variação para mais ou para menos - , que os seus membros estão em início de desenvolvimento e a dificuldade de controle sobre a excitação[7] é inevitável. Esse processo se chama puberdade[8]; é nesse período em que ocorrem as mais notáveis e significativas transformações no corpo humano. A partir daí, além de mais maturidade[9], a pessoa ganha também a capacidade de gerar filhos. Para os meninos, a mudança mais comum é a primeira ejaculação[10] e, para as meninas, a menstruação[11]; para ambos, a ativação dos hormônios[12] sexuais é de grande impacto, pois altera não apenas o lado físico, mas também o emocional. E, no que se refere à emoção, isso provoca não apenas paixões, mas também desejos, os quais dependem muito de uma mente sadia para que a pessoa consiga se controlar e conciliar a vontade e a curiosidade com a moral e a espiritualidade. Geralmente, é nessa fase que os meninos passam a se preocupar em adquirir uma boa forma física e uma melhor aparência para atrair as garotas e, por sua vez, as meninas passam a se preocupar com o tamanho dos membros sedutores do seu corpo e a se expor sensualmente. Nessa “campanha” de sedução e conquista do sexo oposto, independentemente do resultado obtido, o que ocorre normalmente é a procura da satisfação daqueles “arrepios no corpo”, normalmente, com uma revista na mão durante longos banhos; como também na cama, o que explica o fato de as vezes acordarem molhados; e ainda, quando estão sozinhos em frente à TV ou ao computador. Nessa fase, a sensação é de que todas as palavras do seu dicionário têm apenas quatro letras: S-E-X-O. Resumindo: trata-se de uma granada ambulante: se “soltar o pino” o estrago pode ser grande, muito grande mesmo. Teriam eles culpa por carregar toda essa “pólvora” no corpo? Biblicamente sabemos que o ser humano foi criado com isso, e é por isso que ele procria e dá continuidade à existência da espécie (Gn 1:27,28a; 2:18[13]; 9:1,7[14]); assim, podemos concluir que quanto à tentação a resposta é “não”. Porém, se ele detonar essa “bomba”, ou seja: se entregar à tentação, então a resposta passa a ser “sim” (Gl 5:16[15]; Rm 8:1).
    Atualmente, a mídia transformou a sociedade de um modo geral num imenso mundo de Sodoma[16] e Gomorra[17], aonde ser imoral é sinônimo de esperteza e exercício de direito de liberdade, e ser decente significa ser careta e preconceituoso.  A prova disso está nas letras de determinadas “músicas” de conteúdo totalmente depravado[18] e na maioria dos programas de televisão, revistas e shows públicos, cujos assuntos principais sempre giram em torno da prática sexual fora do casamento e, principalmente, a internet que permite livre acesso - e também interação[19] - a tudo isso sem nenhuma censura. Como um jovem cristão pode manter sua integridade moral e espiritual num mundo em que quase tudo a sua volta estimula a sua mente a pensar e o seu corpo a desejar o sexo? Antes de responder a essa pergunta é necessário responder a algumas outras de alguns que foram vítimas da maligna lavagem cerebral que os leva a confrontar os princípios bíblicos com as seguintes indagações:
    Com a pornografia, estou apenas vendo e não praticando sexo, por que é pecado? Mesmo não sendo criminoso, se você presenciar voluntariamente um crime já é considerado como cúmplice; com isso quero dizer que ninguém vê pornografia sem a vontade de praticar aquilo que ela mostra. Aí o que conta não é a ação, mas sim a intenção. Se a Bíblia nos orienta a dispensarmos nossa atenção à coisas que nos edifiquem e que não desviem nosso foco da espiritualidade (1ª Co 7:34,35), isso significa que ainda que não estejamos fazendo, não há razão para alimentarmos nossa mente e “torturarmos” nosso corpo com algo que não devemos fazer; porque se é inevitável não sentir desejo só por pensar, quanto mais por ver.
    Qual é o problema em ver as partes íntimas do sexo oposto, sendo que, de alguma forma, nenhum membro do corpo é desconhecido, e então não estou vendo nada que eu já não conheça? A menos que você seja estudante ou profissional de alguma ciência relacionada ao corpo humano, não há como justificar a “necessidade” de ver partes íntimas do corpo alheio ou cenas de atos sexuais. Que motivo levaria à curiosidade pela pornografia ou pelo erotismo[20] a não ser a cobiça pela prática sexual? Várias podem ser as desculpas daqueles que não querem se prestar ao sacrifício da resistência à tentação, mas, nenhuma delas escapa da confrontação bíblica, a qual expõe o pecado - ainda que em pensamento - como uma afronta a Deus (Mt 5:28). De que forma pode alguém que usufrui conscientemente de um produto profano justificar-se diante da santidade divina (Rm 9:20)? Somos nós tão fortes que podemos contrariar nossa natureza carnal a ponto de presenciar aquilo que mais nos seduz sem sentir desejo por isso? Embora, de fato, qualquer pessoa, por mais inocente ou ingênua que seja, tenha realmente de alguma maneira já visto e conhecido partes íntimas do corpo do sexo oposto e isso faça parecer que nada há demais em admirar ou observá-las sem uma real necessidade, a grande verdade é que seu acesso à visualização de sexo ou mesmo simplesmente da sensualidade provoca reações na mente e no corpo que o leve a querer satisfazer-se. O erotismo é algo tão sério que desde o início Deus já condenava a prática ou a admiração da nudez, considerando isso como algo vergonhoso (Gn 3:7,11,21). Em vez de arrumar desculpas, nossa obrigação como servos do Senhor é procurar meios de manter nossa fidelidade à Ele (Sl 86:11; 139:23,24).
    E quando a pornografia ou a sensualidade aparece na minha frente repentinamente, mesmo assim tenho culpa? O “culto” ao sexo tem se tornado cada vez mais comum na sociedade contemporânea tornando quase impossível para as pessoas decentes o desvio de seu olhar em direção às imagens de seus “deuses” depravados. Afinal, vivemos num mundo em que a exposição da sensualidade está cada vez mais escancarada e é difícil sair na rua, ligar a TV, acessar a internet, abrir uma revista ou até estar na própria igreja sem ver ou ouvir algo que lembre ou incentive a prática sexual. A sutileza maligna tem enganado a muitos (Pr 17:15; Is 5:20-22) tentando até mesmo constranger pessoas moralmente sérias a se envergonharem de seu comportamento como se elas é que estivessem erradas por não exporem seu corpo, nem falarem palavrão, não fazerem piadas maliciosas e nem praticarem ou defenderem a fornicação ou o adultério. Porém, a questão é a seguinte: realmente não somos culpados por presenciar algo que surge repentinamente a nossa frente, mas, a partir do momento em que persistimos em olhar ou olhamos novamente, ou, ainda pior, deixamos que a imagem domine nossa mente estimulando nossos desejos, acabamos por nos tornar culpados porque aí já se trata de uma ação consciente e não involuntária (Tg 4:17; 1:14,15). Não temos culpa se, de repente, um amigo abre uma revista pornô, se clicamos em um link e aparece uma mulher nua ou se passa uma bela garota quase sem roupa na nossa frente, mas temos culpa se “sem querer” continuarmos olhando a revista do amigo, se não fecharmos o site indecente que abrimos sem perceber e também se quase quebrarmos o pescoço olhando para traz depois que a garotinha sedutora já passou. Não use a casualidade como desculpa para o pecado; evite-a! Pois Deus conhece cada um de seus passos e sabe a intenção do seu coração em cada um de seus olhares (Sl 139:1-4).
    E se eu me masturbar imaginando aquela pessoa como minha futura esposa(o), ainda assim é errado? E lá vem ele de novo: o danado do “diabinho esperto” soprando no seu ouvido uma boa solução para você fazer o que sabe que é errado sem a sensação de culpa. Tudo bem, até concordo que a intenção é boa, pois aliviaria a ansiedade e, em sua mente, você estaria apenas “imaginando de uma forma mais intensa” como seriam seus momentos íntimos depois de casado com o grande amor de sua vida. Porém, unir o útil ao agradável nem sempre é uma atitude correta, principalmente para aqueles que querem manter-se firmes em sua comunhão com Deus, e isso por três razões bem básicas: primeira: o solteiro deve aproveitar sua liberdade para dar uma atenção especial às coisas espirituais (1ª Co 7:32); segundo: a mente humana é muito vulnerável (Sl 94:11; Rm 7:18-20). Quem pode garantir que seus pensamentos estarão realmente voltados apenas à pureza do sexo pós-matrimonial? E terceiro: o que é pecado sempre vai ser pecado independentemente das circunstâncias em que seja praticado (At 17:30). Nesse caso, como em todos os outros, o que resta é pensar no seu futuro cônjuge como alguém por quem você precisa orar desde já para ter um casamento abençoado, e assim, em vez de ocupar a mente apenas imaginando suas habilidades na cama, gastar o tempo planejando seu futuro com essa pessoa.
    Como vimos, se queremos ser autênticos cristãos, precisamos manter distância de tudo o que possa nos distanciar de Deus, e, inevitavelmente, a pornografia também faz parte dessa extensa lista. De fato, materiais pornográficos estão espalhados por toda parte e são apresentados de todas as formas, inclusive de maneira bem sutil, fazendo com que pareça algo normal sendo parte da cultura ou simples objetos do cotidiano. É assim que o inimigo trabalha para confundir, atrair e aprisionar suas vítimas. No entanto, sabemos também que nenhum poder ele tem se não lhe dermos autoridade para agir em nossa vida. E de que maneira podemos evitar isso? Basta não nos expormos a situações que nos levem a usufruir de todo esse material profano a que temos acesso. Isso inclui o controle ou, em casos extremos, até a eliminação de amizades ou objetos inconvenientes, e autocontrole sobre o que vemos e ouvimos. Indiscutivelmente, é bem verdade que servimos a um Deus bondoso e perdoador (1ª Jo 2:1), mas isso não significa que tenhamos o direito de pecar voluntariamente (Jo 8:10,11). Então, mesmo sabendo da compreensão e da misericórdia divina, o melhor mesmo é não se arriscar fazendo uso da Graça como um escudo para o pecado, e encarar a resistência a ele como um sacrifício em oferta ao Senhor como reconhecimento de seu merecimento da nossa fidelidade. Não se escandalize com o que eu vou dizer, mas você já entregou seus membros sexuais diante do altar hoje (Cl 3:5-7)? Esse é um sacrifício diário que você faz cada vez que diz “não” às seduções ilícitas que surgem diante dos seus olhos que tentam dominar seu pensamento (Sl 101:3; Mt 5:29,30).




[1]Masturbar: Praticar o ato da masturbação. Provocar com a mão ou com objetos adequados o gozo venéreo em si mesmo ou em outra pessoa. Estimular o desejo sexual no corpo podendo chegar ao orgasmo ou não.
[2]Pornografia: Arte ou literatura obscena. Tratado acerca da prostituição. Coleção de pinturas ou gravuras obscenas. Caráter obsceno de uma publicação. Devassidão.
[3]Libidinoso: Voluptuoso, lascivo. Que sente vivos desejos sensuais; lúbrico, concupiscente.
[4]Profano: Que não é sagrado ou devotado a fins sagrados. Não consagrado. Estranho à religião; que não trata de religião: História profana; literatura profana. Estranho ou contrário à religião cristã. Contrário ao respeito devido à religião.
[5]Esaú: Significa “Peludo”. Irmão gêmeo de Jacó (Gn 25:25). Vendeu o direito de primogenitura ao seu irmão por um cozido de lentilhas (Gn 25:30-34). Perseguiu Jacó para matá-lo, porém mais tarde fez as pazes com ele (Gn 32:3-33:17). Foi patriarca dos edomitas.
[6]Primogenitura: Direito pelo qual o primogênito recebia porção dobrada da herança (Dt 21:15-17; Gn 25:31-34). Primogenitura, segundo a Bíblia, é o fato de que  a primeira cria de um animal, como os primeiros frutos das árvores deviam ser oferecidos ao Senhor no santuário, em agradecimento pelo dom da vida. A mesma lei se aplicava ao primeiro filho do casal: ele era considerado propriedade do Senhor (Êx 13,2; 22,29). Mas como sacrifícios humanos eram proibidos, os pais, depois de oferecer o menino no templo, o resgatavam mediante uma oferta material. Esse costume devia lembrar aos israelitas a noite do êxodo, quando Deus fez morrer os primogênitos dos egípcios, ao passo que preservou os filhos dos israelitas (Êx 12,29). Ao filho primogênito cabiam os direitos de primogenitura, como dupla herança (Dt 21,17), supremacia entre os irmãos e chefia da família (Gn 27,29.40; 49,8). Jesus é o "primogênito de toda criatura" (Cl 1,15; Hb 1,6) em razão da supremacia que o Pai lhe concedeu entre os homens (Rm 8,29).
[7]Excitação: Ato de excitar (despertar, estimular). Termo geralmente usando em referência ao estímulo sexual.
[8]Puberdade: Idade em que as pessoas adquirem aptidão para procriar. É também a fase em que mais se despertam os desejos e as curiosidades sexuais.
[9]Maturidade: Madureza (fruto maduro). Idade madura; experiência, seriedade, responsabilidade.
[10]Ejaculação: Ato de ejacular; jato. Expulsão repentina e abundante de líquido. Abundância de palavras. Termo popularmente usado para se referir ao orgasmo masculino.
[11]Menstruação: Ato ou efeito de menstruar; mênstruo. Nome dado ao período de duração do fluxo menstrual. Trata-se da descamação das paredes internas do útero quando não há fecundação. Essa descamação faz parte do ciclo reprodutivo da mulher e acontece todo mês. O corpo feminino se prepara para a gravidez, e quando esta não ocorre, o endométrio (membrana interna do útero) se desprende. É caracterizada pela perda de sangue; devido a estímulos hormonais, a superfície do endométrio se rompe e é excretada pela vagina, sob a aparência de um fluido de sangue. Em geral, a primeira menstruação - chamada de menarca - ocorre aos dozes anos.
[12]Hormônio: Cada uma das várias substâncias segregadas por glândulas endócrinas (tireoide, ovários, testículos, hipófise, suprarrenais etc.) que, passando para os vasos sanguíneos, têm efeito específico sobre as atividades de outros órgãos. Essa palavra provem do grego ormao que significa evocar ou excitar.
[13]Adjutora: Ajudadora.
[14]Noé: Significa "Descanso". Filho de Lameque da descendência de Sete (Gn 5:28-32). Noé era um homem justo. Quando Deus decidiu destruir o mundo através de um dilúvio, ele escolheu Noé e sua família para escaparem da destruição. Durante o dilúvio, Noé e sua esposa, seus três filhos e suas esposas e muitos animais permaneceram dentro de uma arca que havia sido construída por Noé. Depois que as águas secaram, Noé e sua família saíram da arca e receberam de Deus a ordem e a bênção para povoarem de novo a terra. Noé viveu 950 anos (Gn caps. 6-9).
[15]Concupiscência: Forte e continuado desejo de fazer ou de ter o que Deus não quer que façamos ou tenhamos (Rm 7:8). Desejos carnais.
[16]Sodoma: Significa "Lugar de Cal". Uma das cinco cidades do vale de Sidim, destruída por causa de sua pecaminosidade (Gn 13:10; Gn cap. 14; 18:16-19; cap. 29; Jd 1:7).
[17]Gomorra: Significa "Submersão". Cidade que ficava na planície ao sul do mar Morto. Foi destruída por causa da maldade dos seus moradores (Gn 19:24-28).
[18]Depravado: Corrompido, corrupto, pervertido. Malvado, perverso. Estragado.
[19]Interação: Ato de interagir. Ação recíproca de dois ou mais corpos uns nos outros. Atualização da influência recíproca de organismos inter-relacionados. Ação recíproca entre o usuário e um equipamento. Ações e relações entre os membros de um grupo ou entre grupos de uma sociedade.
[20]Erotismo: Caráter ou tendência eróticos. Paixão sexual anormalmente insistente. Estímulo sexual sem apresentar o sexo em forma explícita, o que o diferencia de pornografia. Palavra originada do termo grego "erotikós", derivada de "Eros", o deus do amor na mitologia grega, sendo o mesmo "cupido" na mitologia romana.


Jonas M. Olímpio

domingo, março 27, 2016

Igreja Evangélica, Política e Lava Jato

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Dilma, antes da delação do Grupo Odebrecht
Por: João Cruzué
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O Prefeito da Cidade do Rio de Janeiro, Sr. Eduardo Paes, criticou, em conversa recente com o ex-presidente Lula, os agentes da Polícia Federal e os Procuradores do Ministério Público que atuam em Curitiba na Operação Lava Jato. Quando Lula disse que "... esses meninos da Polícia Federal e esses meninos do Ministério Público, eles se sentem enviados por Deus, o Prefeito complementou: "É, mas eles são todos crentes. Os caras do Ministério Público são crentes,né?" Dentro deste contexto, gostaria de deixar algumas considerações e minha opinião sobre o desenrolar dos próximos acontecimentos. Não se trata de profecia ou julgamentos, mas do simples uso da minha intuição de crente em Jesus.

Tenho para mim que, quando o  ex-presidente Lula disse: "Estes meninos se sentem enviados por Deus", ele  estava desdenhando da religião do Procurador Deltan Dallagnol, que frequenta a  que frequenta a Igreja Batista do Bacacheri [bairro que conheço pessoalmente], em Curitiba. O pai do Procurador também era do Ministério Público. Ele e a Polícia Federal estavam e estão determinados a por na cadeia um bando de empreiteiros e políticos que vêm dilapidando os recursos públicos do país em benefício próprio.

Também tenho para mim também que, quando o prefeito do Rio comentou tal frase, ele pontuou que  "Eles são todos crentes, os caras do Ministério Público são crentes", também estava desdenhando dos crentes, com indiretas ao Procurador Deltan Dallagnol.

O ex-presidente quando generalizou: "..Esses meninos... E o prefeito também generalizou quando disse: "Eles são todos crentes" revelaram o velho preconceito contra os evangélicos. É público e notório o que o ex-presidente Lula pensa a respeito dos Pastores Evangélicos, notadamente quanto a colocar a culpa no diabo por todas as coisas ruins que acontece na vida dos fiéis e também sobre o recebimento dos dízimos. Quando ele precisa destes pastores, ele os mima; quando não precisa, os coloca no mesmo saco de farinha do seu partido, por causa do mal testemunho de alguns deles.

De 2002 até 2009, boa parte das lideranças evangélicas se "enamoraram" com o canto da sereia do ex-presidente Lula, porque estavam cansados da política velha, ostensivamente, desprezadora de crentes, e arriscaram a sorte no "novo". E como o "novo" ganhou, trazendo um discurso de proteção aos mais necessitados do país, não foi possível com nitidez o que estava no fundo da caixa d'água: politicas pró-abortistas, ativismo gay, lei da palmada, projeto 122 - a mordaça gay, casamento gay, discurso difamatório de desconstrução da Igreja Evangélica, rótulo de ladrões aos Pastores, projetos de retirada de imunidade tributária das Igrejas, um sufoco tremendo.

De 2002 a 2015, sem dúvida, foi o período que a Igreja Evangélica no Brasil mais sofreu com o processo de secularização, devido a sua intromissão sem limites na representação política. O sagrado se uniu ao profano e sofreu um dano irreparável. Consciências foram compradas e Igrejas foram "vendidas". Basta uma pesquisa criteriosa nos bancos de dados digitais nos anos de eleição, para que tudo que está dito seja comprovado. Nunca tivemos tanta representação evangélica no Congresso, e paradoxalmente, em nenhum outro período as ideologias ateias e comunistas avançaram tanto sobre a família brasileira. O PL 122 foi como um boi de piranha. Enquanto as atenções ficaram focadas nele, passaram o casamento gay, a mudança de interpretação do conceito de família no STF, e mais coisas.

Da mesma forma que o ex-presidente Lula e o prefeito Paes disseram, também é necessário que a Igreja Evangélica de hoje, copie o testemunho fundamentalista dos "meninos da Polícia Federal e dos meninos do Ministério Público" ligados à Operação Lava Jato. Mais fundamentalismo bíblico e menos projetos políticos. O princípio da não aceitação do jugo desigual foi quebrado por muitos líderes evangélicos, mas o ESPÍRITO SANTO DO SENHOR JEOVÁ não o revogou. O fundamentalismo evangélico esfriou. Não me canso de escrever, que hoje há mais ação e arregimentação de jovens nas periferias das grandes cidades por organizações criminosas ligadas ao tráfico de drogas, do que crentes pregando o Evangelho. A Igreja elitizou-se, abandonou as favelas, e Missões deixou de ser prioridade, para ser apenas um artigo de presunção e propaganda.

A ganância religiosa está tão desavergonhada, que fiquei pasmo ao ouvir um dos mais novos líderes evangélicos, no canal RGI, dizendo mais ou menso isso: Preciso de um x número de pessoas que deem uma oferta de R$ 2.000,00. Se você não tem, pega um empréstimo consignado e traga o dinheiro para a "Igreja".  Não foi outros que me disseram, eu ouvi, pessoalmente. Nos últimos 30 anos, uma boa parte do se diz Igreja Evangélica apodreceu muito depressa, a ponto de isto me assustar. E onde isto começou? Bom, em algum lugar de 1990 para cá, alguém trocou o Espírito Santo por fama, TV e dinheiro. Mais ou menos as mesmas coisas que Jesus Cristo recusou do diabo na tentação.

E quanto ao momento político atual, é preciso muita oração e atenção com os gastos familiares. Estamos a poucos dias da colaboração premiada do ex-presidente do Grupo Odebrecht, Sr. Marcelo Odebrecht. Quando ele abrir a boca, provavelmente, vai ligar o dinheiro sujo da corrupção com a campanha política de 2014 da atual Senhora Presidente. Assim que isto acontecer, o TSE vai abrir um processo para cassar a chapa Dilma-Temer. A lista da Odebrecht pode sujar a campanha de centenas de políticos, inclusive, evangélicos.

Depois da cassação da chapa, novas eleições vão ser marcadas ainda para este ano. Neste cenário político novos personagens políticos devem aparecer. Temos que orar muito, para que não aconteça aqui o que aconteceu na Venezuela. O povo estava tão cansado de corrupção que elegeu um militar para Presidente. Esse Militar era Hugo Chaves, o que estava ruim, ficou ainda pior.

Não creio que tenhamos impeachment, pois é provável que o TSE casse  a chapa Dilma-Temer por usar dinheiro sujo na campanha de 2014. Por outro lado, devemos orar muito mais para que não aconteça aqui uma venezuelização do país. Se o cenário fugir do previsível, as coisa piorarem e houver confronto nas ruas, a Economia vai piorar, a inflação vai subir, o desemprego vai aumentar, e só Jesus para ter misericórdia.

Diante disso, oração apenas não basta. Também é preciso muito jejum, para que Jesus tenha misericórdia de nosso país, e dos crentes que foram levados por alguns pastores e bispos a votarem em um jararaca que foi acolhida e ajudada dentro da Igreja Católica*



*Tese de doutorado: [OLIVEIRA - UFRRJ, 2010 - fl.8 , PDF pg 45]

* Livro "Como uma Família COMEFORD, J. C. - Introdução pg. 15]