sexta-feira, março 11, 2016

Ore

     Nossa natureza humana insiste em se desesperar diante das adversidades. Esquecemos que há um Deus que é por nós. Ele nos sustenta. Ele é Fiel. Esquecemos, quase sempre, de orar. E orar é justamente conversar com Pai. Devemos entregar tudo a Deus em oração. E ao entregar tudo a Ele, entregamos o controle de toda a situação nas mãos d'Ele.
   Temos o errôneo costume de orar depois que todas as nossas tentativas se esgotam e acabamos pedindo por um milagre. O problema é quando esse "milagre" não vem. Ficamos frustrados e culpamos a Deus. Quando deveríamos entregar o controle no começo. Deus não é culpado pela nossa falta de Fé no poder d'Ele.
   Seja qual for a razão, qual foi o erro que te levou até determinada situação, ore. Seja quais forem seus pensamentos ou desejos, ore. Ore. A melhor forma de vencer nossas batalhas é orando.
   Coloque Deus no começo de tudo e Ele cuidará do final.

Fique na Paz!

  (Fernanda Muniz)

quinta-feira, fevereiro 25, 2016

OBEDECER A JESUS E A CRISE NA TEMPESTADE


Por Pr. Silas Figueira
Texto base: Mt 14.22-33
INTRODUÇÃO
Uma das maiores crises que muitos cristãos enfrentam é conciliar a bondade de Deus com as tribulações que enfrentamos no percurso da vida. E essa crise é geral, ela de alguma forma atinge a cada um de nós, alguns de uma forma mais intensa, outras mais brandas, mas todos nós a enfrentamos.
Philip Yancey em seu livro “Decepcionado com Deus” escreve: “Descobri que para muitas pessoas existe um grande abismo entre o que esperam de sua fé cristã e o que de fato acontece. A partir de um verdadeiro mundo de livros, sermões e testemunhos, todos prometendo vitória e sucesso, elas aprendem a esperar que Deus atue de modo impressionante em suas vidas. Se não enxergam tais intervenções, sentem-se desapontadas, traídas e frequentemente culpadas. Como disse uma mulher: Eu ficava pensando na frase ‘relacionamento pessoal com Jesus Cristo’. Mas, para minha surpresa, descobri que isso é diferente de qualquer outro relacionamento pessoal. Nunca vi a Deus, nunca o ouvi, nunca o senti, nunca experimentei os elementos mais básicos de um relacionamento. Ou existe alguma coisa errada com o que me ensinaram, ou existe alguma coisa errada comigo”.
Muitas pessoas estão decepcionadas com Deus por causa do tipo de evangelho que lhes têm sido apresentadas. Não um Evangelho bíblico, mas uma mutação de filosofia com espiritismo embalada em folhas da Bíblia. E isso não é evangelho.
Esse tipo de fé leva qualquer um a viver totalmente decepcionado com Deus. Mas quando temos uma fé firmada em Deus pelo o que Ele é tudo se torna diferente.  Como disse D. Martyn Lloyd-Jones: “Não devemos servir a Deus pelo o que Ele dá e faz, mas pelo o que Ele é”. A decepção que muitos tem tido com Deus é porque inverteram essa ideia, pois Deus não nos dá e nem faz tudo que queremos, mas supre todas as nossas necessidades (Mt 6.31-33).
John MacArthur comentando sobre o apóstolo Paulo diz que “Ao final de sua vida, assentado só, em um calabouço romano, Paulo ainda podia sorrir para o futuro. Palavras de esperança invadiam sua perspectiva, pois ele media o sucesso a partir do padrão celestial”. Essa é a diferença entre o apóstolo Paulo e os falsos “apóstolos” de nossos dias.  
Essa é a grande diferença entre uma fé firmada em Deus e uma fé firmada em milagres. Como disse Philip Yancey“Será que uma erupção de milagres sustentaria a fé? Provavelmente não; pelo menos, não sustentaria o tipo de fé em que Deus parece estar interessado. Os israelitas são uma grande demonstração de que os sinais só conseguem nos tornar viciados em sinais, não em Deus”.
O verdadeiro evangelho é obediência independentemente da situação que estamos enfrentando. Ser cristão, no verdadeiro sentido da palavra, significa ser um seguidor incondicional de Jesus Cristo. Somos ordenados a obedecê-lo sem questionar, e a segui-lo sem reclamar. 
O texto que lemos nos diz que após a multiplicação dos pães e dos peixes, Jesus compele seus discípulos a embarcar e passar adiante para o outro lado do mar. A palavra “compelir”quer dizer: fazer deslocar-se à força; empurrar, impelir. Ou seja, Jesus os obrigou a partir. Eles não foram por livre e espontânea vontade, mas receberam uma ordem direta de Jesus; e obedeceram.
Mas em meio a esta obediência, o mar se agitou, pois o vento era contrário. Como podemos conciliar obediência com ventos contrários em nossa vida? Como entender isso? Eu quero pensar com você sobre isso dentro desse texto de Mateus, pois ele tem muito a nos ensinar sobre este assunto.
EM PRIMEIRO LUGAR, QUEM OBEDECE A JESUS PASSA POR TEMPESTADES (Mt 14.22-24).
A vida é feita de lutas e dificuldades, não existe vida com Deus sem lutas, alias, o Senhor Jesus deixou isso bem claro para os seus discípulos quando disse que no mundo eles passariam por aflição (Jo 16.33). E outra coisa, a tempestade veio porque estavam dentro da vontade de Deus e não como Jonas fora da vontade dEle.
Uma vez que Jesus é oniciente, ou seja, sabe todas as coisas, Ele sabia que a tempestade estava por vir. Como então Ele manda os seus discípulos para ao encontro desta tempestade?
1º - Ele queria os livrar da tentação da multidão. No Evangelho de João nós encontramos a multidão querendo coroá-lo Rei. Por isso a pressa de Jesus em despedir logo a multidão e manda os seus discípulos embora (Jo 6.15). Se os discípulos não tivessem partido, certamente teriam apoiado os planos da multidão, pois eles ainda não entendiam os planos do Senhor.
2º - Porque os discípulos estariam mais seguros no meio da tempestade e dentro da vontade do Senhor do que em terra com as multidões e fora da vontade divina. A bonança nem sempre é sinal de bênção. Às vezes ela pode tornar-se a nossa queda. Davi estava em paz em seu palácio, e foi nesse momento que caiu (2Sm 11).
O centro da vontade de Deus é o lugar mais seguro da terra, ainda que seja em meio a uma grande tempestade.
3º - Os discípulos aprenderam muito mais através da manifestação do Senhor na tempestade do que se ela não tivesse ocorrido. Os discípulos haviam enfrentado uma tempestade com o Senhor no barco, agora estavam enfrentado outra com Ele fora do barco. O cristianismo é um aprendizado diário, é a fé em prática todos os dias. João quando narra este mesmo episódio diz que “Jesus ainda não viera ter com eles” (Jo 6.17). Ainda é uma palavra que gera esperança. Não é o fim de tudo. Jesus está a caminho. Ele ainda não chegou, mas vai logo chegar.
4º - Porque os discípulos precisavam ter discernimento espiritual (Mt 14.25,26). Uma das coisas mais urgentes hoje no seio da igreja é o discernimento espiritual. Quantas pessoas sendo enganadas pelos falsos profetas por falta de discernimento. Veem Jesus onde Ele não está e onde Ele está não o veem.
Observe que os discípulos ao verem Jesus andando sobre o mar pensaram ser um fantasma. Eles não conseguiram identificá-lo, mas isso tem ocorrido também hoje. Quantas pessoas que estão vendo “fantasma” quando na verdade é o Senhor vindo ao seu encontro. Não discernem o Senhor de um espírito maligno. E quem não tem discernimento acaba metendo os pés pelas mãos. Veja o que em Marcos 6.48 nos diz:
“E, vendo-os em dificuldade a remar, porque o vento lhes era contrário, por volta da quarta vigília da noite, veio ter com eles, andando por sobre o mar; e queria tomar-lhes a dianteira”
Jesus queria tomar-lhes a dianteira. Queria se identificar, mas o medo os fazia remar cada vez mais para longe. O discernimento nos faz ver e entender as coisas espirituais como elas são, mas a falta de discernimento nos afasta dEle.
Exemplo: A história de um homem que estava ausente de sua aldeia com seu filho. Quando eles retornaram a sua aldeia eles a olharam do alto de um monte e perceberam que ela havia sito atacada e todos estavam mortos. O homem disse então:
 - Ah se eu fosse Deus!
O menino então olhando para o pai disse:
- Pai se você fosse Deus não deixaria que isso acontecesse, não é?
- Não meu filho. Se eu fosse Deus eu entenderia.
O medo e a fé não podem conviver no mesmo coração, pois o medo sempre nos impede de ver a presença de Deus.
EM SEGUNDO LUGAR, QUEM OBEDECE A JESUS QUER ESTAR COM ELE (Mt 14.28,29).
Seja em que tempo for e em toda e qualquer situação. Quem lhe obedece tem prazer de estar com Deus. Pedro não pensou duas vezes para estar com Jesus.
Podemos destacar três razões para isso:
1º - Quem vive pela fé discerne a voz do Senhor. Pedro quando ouviu a voz do mestre não pensou duas vezes para estar com Ele, ainda que fosse sobre as águas. É preciso ter fé para sair do barco e estar com Jesus. Assim é a fé. Ela nos impulsiona a viver o impossível e crer no extraordinário quando discernimos a voz do nosso Senhor. Veja por exemplo a história de Abraão quando o Senhor lhe pediu Isaque (Gn 22 conf. Hb 11.17-19). Isso é fé.      
2º - Quem vive pela fé sabe que Jesus é o socorro bem presente na tribulação – v. 30-33. Quem obedece a Jesus, mesmo tendo uma pequena fé, vê grandes milagres. Observe que o Senhor repreende a Pedro pela sua pequena fé. Pedro começou a afundar porque começou a reparar na força do vento, então teve medo; preste atenção, Pedro não submergiu ele começou a afundar e logo pede por socorro. Ele não gritou por socorro quando já estava se afogando. Isso é uma grande lição para todos nós.
Devemos gritar por socorro enquanto há tempo e não quando ele já se esgotou. O socorro do Senhor é bem vindo já antes da tragédia. Depois, talvez, seja tarde.
Pedro teve uma fé vacilante, pois ele tirou os olhos do Senhor e olhou para as circunstâncias ao redor. O termo duvidar tem o sentido de “mostrar-se incerto ao ter de escolher entre dois caminhos”. Pedro começou com fé, mas terminou afundando, pois viu dois caminhos em vez de um. Se quisermos ser vitoriosos não podemos desviar os nossos olhos do Senhor. Essa é a lição que Pedro nos deixa. É possível andar sobre as circunstâncias adversas da vida, se não tiramos os nossos olhos do Senhor.
3º - Quem vive pela fé recebe o conforto e consolo de Jesus na hora da tribulação – v. 25, 27. Em meio a todo aquele desespero o Senhor traz ao coração dos seus discípulos conforto e consolo. Jesus veio ao encontro deles na quarta vigília da noite, ou seja, por volta da três da manhã.
Muitas vezes, temos a impressão de que o Senhor nos abandonou justamente no momento que mais precisamos dEle. No momento mais difícil de nossas vidas. Essa é a impressão que temos e o diabo gosta de botar dúvidas em nosso coração. Devemos lutar contra tais pensamentos e nos lembrar da Palavra em que Ele nos promete estar conosco em todo o tempo. Veja por exemplo: Is 43.2; Mt 28.20c; 2Tm 4.16-18.
Quando Jesus se aproximou disse: Sou Eu, tende bom ânimo, não temais.
Primeiro – Jesus se apresenta – Sou Eu para mostrar que Ele não era um fantasma.  
Segundo – Jesus renova o ânimo dos discípulos – Tende bom ânimo.
Terceiro – Jesus tira o medo dos seus corações – Não temais.
Da mesma forma o Senhor se apresenta a cada um de nós hoje, renovando a nossa fé e trazendo alento aos nossos corações.
EM TERCEIRO LUGAR, QUEM OBEDECE A JESUS O ADORA, POIS SABE QUE ELE É O VERDADEIRO DEUS (Mt 14.32, 33).
Observe que o vento só cessou quando Jesus e Pedro entraram no barco. Mas mesmo antes a confiança e a alegria já estavam estampadas em seus corações, pois afinal de contas o Senhor havia chegado.
Podemos tirar três lições aqui:
1º - A experiência de Pedro foi uma bênção não apenas para ele, mas para os demais discípulos também. A experiência de Pedro não fortaleceu somente ele, mas serviu de fortalecimento para os demais discípulos. Assim como nos fortalece hoje também. Não devemos viver das experiências dos outros, mas devemos entender que as experiências alheias é uma forma de nos consolar e nos fortalecer e, acima de tudo, nos trazer a memória que o Senhor não mudou, mas está cuidando dos Seus ainda hoje.
2º - Eles viram que o Senhor era o Filho de Deus. Nenhuma experiência espiritual, nenhum milagre alcançado que não glorifique a Deus procede dEle. Toda experiência, e todo milagre tem que nos levar a glorificar a Deus sempre. Toda vez que Jesus operava um milagre era para fortalecer a fé das pessoas na Pessoa dEle. Nunca se esqueça disso.
Observe um detalhe. Esse milagre engrandece a realeza de Jesus. Quando Pedro faz o pedido: “manda-me ir ter contigo”, usa uma palavra grega que significa “a ordem de um rei”. Pedro sabia que Jesus Cristo era Rei sobre toda a natureza, inclusive do vento e das águas. A palavra de Jesus é lei, e os elementos devem obedecê-lo. Por isso que Pedro ousou sair do barco.
3º - O Senhor sempre vem ao nosso encontro ainda que seja na quarta vigília da noite. Quem vive pela fé em Jesus não deve se esquecer de que Ele sempre vem ao nosso encontro, ainda que pareça tardar. O relógio de Deus não atrasa, o nosso é que está sempre adiantado.
CONCLUSÃO
A ordem de Jesus foi cumprida pelos seus discípulos, mas mal sabiam que aquela obediência iria lhes dar uma das maiores experiências de suas vidas. Obedecer a Deus não é garantia de que não enfrentaremos dificuldades na vida, mas certamente nos levará a termos experiências grandes que fortalecerão a nossa fé no decorrer de nossa caminhada com o Senhor.
Obedeça-O e deixe que Ele seja Senhor em sua vida e o mais Ele fará.
Pense nisso! 

terça-feira, fevereiro 23, 2016

Dar Uns “Amassos” Durante o Namoro, Pode?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

Liberdade excessiva e
falta de temor a Deus é
o que leva muitos
jovens casais a
"amassar" sua vida
espiritual não
resistindo às tentações
sexuais.
    Só pra iniciar o nosso bate-papo, quero dizer que, na Bíblia, esses amassos têm o seguinte nome: fornicação[1]. E, por sua vez, fornicação nada mais é do que o pecado da luxúria (atração por prazeres sexuais); uma relação sexual ilícita; em outras palavras: é um ato de imoralidade que consiste em pecado por ferir os mandamentos divinos (Êx 20:14[2]). Essa é uma das tentações mais difíceis de se resistir por um simples motivo: o sexo proporciona muito prazer e quanto mais é praticado, mais provoca desejo. E, da mesma forma, até mesmo muitos adolescentes e jovens que ainda não o praticaram, mas somente pelo fato de já terem desenvolvido em seu corpo os membros criados para o ato sexual e a mente já repleta de informações a respeito do quanto isso é prazeroso, o torna tão desejável quanto aquele prato caríssimo que você nunca comeu, mas fica com a boca cheia d’água só por imaginar em saboreá-lo. Essa curiosidade seguida de uma intensa vontade leva a maioria a um processo quase inevitável: pornografia, masturbação, exploração do corpo do namorado(a) e, finalmente, a prática literal do sexo. Essa tem sido a maior das razões pela qual muitos, nessa faixa etária, têm se afastado do Evangelho; pois os que não conseguem resistir sentem-se sufocados pela doutrina bíblica e acabam por optar por uma vida de “liberdade” em que a única regra é “o que importa é ser feliz”: essa é a mensagem de Satanás, e ele prega isso muito bem (1ª Tm 4:1-3[3]).
    Quando se fala de fornicação, sempre surgem algumas velhas e polêmicas questões, vamos analisar algumas delas:
    “Mas e se o casal se ama?” - A confusão existente em torno desse sentimento é uma das armadilhas mais usadas pelo inimigo para conduzir o ser humano ao inferno. Pois é em nome disso que muitas pessoas desprezam quem realmente as ama, abandonam a família e perdem a sua integridade moral, entregando-se ao pecado para provar que amam ou para viverem a satisfação de um mero desejo carnal. Muitos jovens casais fazem uso desse argumento para justificar sua relação de intimidade proibida. Diante dessa situação, tenho outra pergunta a fazer: esse amor é verdadeiro? A Bíblia resume todos os mandamentos no amor, destacando que o principal é o amor a Deus (Mt 22:37,38). Agora, como alguém que diz que o ama pode ser capaz de traí-lo dessa forma, praticando um ato de impureza que Ele repudia terminantemente (Hb 13:4[4])? Quem ama a Deus deve respeitá-lo acima de tudo; assim, automaticamente, vai também respeitar aquela pessoa a quem diz que ama (Mt 22:39), não levando-a a pecar e a perder a sua moral. Um casal de namorados que realmente se ama também se respeita e se ajuda. Dessa forma, em vez de caírem mutuamente no pecado, edificam um ao outro orando, lendo a Palavra, adorando e fazendo a Obra do Senhor juntos (Sl 101:6). Essa é a maior prova de amor que se pode dar a alguém.
    “E se os dois têm o objetivo de se casar?” - Ter o objetivo de assumir uma responsabilidade futura não dá a ninguém o direito de se adiantar; por acaso você recebe o pagamento antes de trabalhar? Sexo é uma conjunção carnal[5], e conjunções carnais somente devem ser praticadas entre o esposo e a esposa; e um namorado e uma namorada ainda não são considerados como um esposo e uma esposa. Uma das melhores coisas da vida é o efeito do “elemento surpresa”: é aquele lance da expectativa, da ansiedade, do preparo e da sensação de felicidade ao receber o prêmio depois da missão cumprida. O sexo no casamento é basicamente isso; se for feito antes, a lua de mel já perde seu sentido, pois a principal “magia” do inicio de uma vida matrimonial é principalmente a descoberta da intimidade do cônjuge; se não tiver mais isso, se casar não representará nada mais do que simplesmente se unir oficialmente. E sabe o que é pior? Para os que são tementes ao Senhor, haverá o incômodo da sensação de culpa por saber que mentiu perante a família, a igreja e a sociedade fazendo algo que o desagradou (Sl 119:67,71), e ainda também o peso da lei da semeadura (Jó 4:8; Sl 7:15; Jr 4:18): isso explica porque muitos casais são infelizes, inclusive na área sexual.
    “Ninguém é de ferro, como resistir à fraqueza da carne?” - Tá certo. Vamos fazer tudo o que der vontade então, e depois é só explicar que ninguém é de ferro e tá tudo resolvido; qualquer coisa é só culpar o Diabo, pois ele vive provocando o nosso ponto fraco, não é mesmo? Esse tipo de argumento, as vezes, pode até funcionar perante o homem, mas não diante de Deus. Se a Bíblia nos ordena a resistir ao Diabo garantindo que, se assim fizermos, ele fugirá de nós (Tg 4:7), isso significa que ele só age quando nós permitimos (1ª Pe 5:8,9). Negando isso, simplesmente, negamos a Palavra de Deus. O mal do ser humano é tentar justificar suas fraquezas em vez de assumi-las e combatê-las (Pr 28:13,14). Sim, de fato, o sexo é uma das maiores - senão a maior - das tentações; porém, não há nada e nem ninguém que possa nos obrigar a fazer aquilo que realmente não queiramos ou pelo menos não tenhamos a intenção de fazer. A natureza carnal pode sim ser vencida começando pela simples atitude da determinação a não se entregar ao pecado. A partir daí, basta se propor a seguir uma mudança de hábitos, o que inclui aumentar o período em que você se envolve com coisas espirituais, como também atividades materiais saudáveis, e diminuir o tempo em que você passa a sós com a pessoa com quem está namorando. Dedicar-se mais a Deus e a outras atividades não é tarefa fácil, mas nem tudo o que é necessário é fácil e muitas coisas boas exigem sacrifícios para serem alcançadas; quanto à diminuição do tempo destinado ao namoro, não se trata de desprezar a namorada(o), mas apenas de se preservar, não se expondo tanto a situações de risco. Se essa pessoa realmente te ama, ela vai entender e saber que isso é para o bem de ambos (1ª Co 13:7). A carne realmente é fraca, mas ela pode ser mortificada (Cl 3:5-7).
    “E se não houver penetração, isso é considerado sexo?” - Aqui chegamos a um nível bem mais sério: os dois pombinhos se deram tanta liberdade que agora estão procurando alternativas para suavizar o tesão[6] e caçando “brechas na lei” para justificar sua falta de controle. Só que existe um pequeno probleminha: a lei de Deus não tem brechas e o pecado continua sendo pecado ainda que não seja consumado, pois a intenção basta (Êx 30:17[7]; Pr 6:25; Mt 5:27,28). Para ser bem claro, isso quer dizer que aquelas carícias mais calorosas em partes íntimas do corpo, que levam o rapaz a convencer a moça - ou vice-versa - a despir[8] em partes, ou totalmente, o seu corpo, chegando ao ponto crítico de haver contato entre seus membros sexuais, ainda que com o “respeito” de não concluírem o ato com a penetração, por ser uma ação fora dos limites aceitáveis para um casal que ainda não constituiu matrimônio, consiste sim em fornicação, adultério[9] e, consequentemente, pode ser considerado como o próprio sexo em si, pois se trata mesmo de um ato sexual. Vamos exemplificar: se você der um tiro em alguém e essa pessoa não chegar a morrer, não significa que não houve a intenção de matar, e nem adianta alegar na Justiça que é inocente porque “a bala não penetrou”, pois houve sim um crime e terá que pagar por isso. É claro que não podemos negar a misericórdia de Deus que, por sua onisciência, é o único que tem condições de julgar cada situação e que, certamente, honrará o “sacrifício” do casal que, perante tão grande tentação, por temor a Ele, não concluiu o ato; porém, devemos considerar também que o pecado começou quando ambos se expuseram ao perigo, ultrapassando os limites da sedução, sabendo que este é um comportamento totalmente inadequado aos princípios ensinados nas Escrituras Sagradas. Considerando esses dois pesos na balança - a misericórdia divina e a nossa responsabilidade cristã - podemos concluir que não vale a pena arriscar (Sl 119:80).
    Para evitar o pecado da fornicação, é preciso saber controlar as “portas do corpo” que servem de entrada para a tentação; essas portas são chamadas de “os cinco sentidos”: visão, audição, paladar, olfato e tato. Vamos fazer uma breve análise sobre cada um deles:
Visão: Por tendência natural, a atração por alguém começa pela visão: você olha para o corpo dela e passa a ver, além da beleza, algo mais interessante que te leva a fantasiar desejando muito mais do que beijos e abraços. Por essa razão, devemos ter cuidado ao que estamos focando o nosso olhar (Sl 101:3; 119:35-37).
Audição: Durante contatos mais calorosos, palavras suaves que mudam até a entonação da voz fazendo com que sussurros pareçam gemidos, inevitavelmente, aguçam os órgãos sexuais. A forma como deixamos nossos ouvidos nos conduzirem também faz diferença entre a resistência e a entrega à tentação. Nossos órgãos, inclusive os ouvidos, devem se manter puros e, por isso, devem estar guardados contra aquilo que desagrada a Deus (Is 33:15,16). E isso também inclui ouvir músicas de conteúdo indecente ou palavrões, que são coisas que também insinuam o prazer sexual.
Paladar: Em qualquer namoro moderno é natural a prática do beijo. Nesse contato da boca com a pele, pelo qual se sente o “sabor do corpo”, inevitavelmente, os órgãos sexuais são automaticamente ativados: a respiração fica ofegante, o calor aumenta provocando até suor, o coração acelera e o corpo arrepia. O maior exemplo é o beijo de língua: durante um beijo acalorado, a língua exerce uma função parecida com a do pênis e a boca passa a representar a vagina. O movimento intenso de ambos, no subconsciente, simula a prática do sexo podendo levar o casal, ou um dos dois - principalmente o homem - a um estado de êxtase bem próximo ao orgasmo[10]. Atos inocentes, como um simples beijo, costumam ser a fase inicial do ato sexual; por isso, é preciso saber “beijar com moderação” para manter a pureza nesse perigoso tipo de contato físico (1ª Co 6:17,18).
Olfato: Abraços apertados seguidos de carícia levam a pessoa a ser seduzida por um fator que muitas vezes passa desapercebido: o cheiro do corpo. Isso se dá mais ainda quando a pessoa usa, propositalmente ou não, perfumes, sabonetes ou até roupas lavadas com determinados produtos que possuem fragrâncias que provocam excitação. Há também a questão do hálito, o qual sendo agradável, também contribui para isso. É claro que não vou dizer que, para evitar a tentação por esse sentido, não se deva usar perfumes ou escovar os dentes, mas sim que haja um cuidado especial em não se usar nada que tenha odores provocantes ou que insinuem desejo por sexo. Nossas intenções podem ser manifestas em simples alterações de comportamento, o que também inclui o cheiro do próprio corpo. Tudo o que há em nós é sagrado e precisa ser preservado (1ª Co 6:19).
Tato: Dos cinco sentidos esse é o melhor - ou o pior -, pois nele está inserido o ato em si: é o contato direto, o que consiste em encostar, apalpar, apertar e pressionar, não só com as mãos, mas com qualquer outro membro do corpo, inclusive aqueles lá que podem se contrair ou aumentar o tamanho dependendo da intensidade da emoção. Em namoros muito liberais, o contato físico é constante e o seu resultado, geralmente, é catastrófico, não há como dizer que vai resistir à tentação se já tá “metendo a mão em tudo”. Essa liberdade, na verdade, é apenas o reflexo da desvalorização de se próprio; não excluindo a responsabilidade dos homens, mas são as mulheres que, nesses casos, têm mais condições de controlar a situação e impedir que seja avançado o sinal vermelho, pois a multa para esse tipo de infração é muito alta: a consequência do pecado não compensa os prazeres momentâneos da carne (1ª Pe 1:24,25; 1ª Jo 2:17).
    Um namoro não pode ser considerado espiritualmente saudável se a conduta do casal não condizer com os padrões bíblicos. De fato, sexo é bom e o desejo por ele é quase incontrolável; mas, ao invés de usar a fraqueza humana como desculpa para adiantar esse sublime e respeitável momento, o melhor é, mediante a certeza da existência do amor entre ambos, adiantar o casamento (1ª Co 7:2,9), pois namoros muito longos são desgastantes e muito perigosos. Há muitas coisas que um jovem casal pode fazer junto para ocupar o tempo em que poderiam estar “se amassando” como, por exemplo: aumentar o diálogo para se conhecerem melhor, passeios em lugares públicos, períodos de oração e leitura da Palavra e ajudarem-se mutuamente em trabalhos escolares ou profissionais; isso não somente diminui o risco do excessivo contato físico, quanto também estreita o laço do relacionamento, tornando-os mais amigos e zeladores um do outro. Para contribuir com esse afastamento carnal, o recomendável também é que tenham mais comunicação por telefone ou pela internet do que pessoalmente e que em suas conversas , sempre que possível, ao perceber uma aproximação mais “animada” do parceiro, procure abordar assuntos espirituais para dar uma esfriada nesse ânimo que não vem do alto e fortalecer o relacionamento diante de Deus. Quer ter um casamento abençoado? Então que o seu namoro seja marcado pelos amassos dos joelhos no chão e também pelo costume de “amassar” as folhas da Bíblia de tanto folheá-la. Se Jesus for convidado para cada um de seus encontros, certamente Ele sempre estará ali no meio (Mt 18:20).



[1]Fornicação: Relação sexual ilícita (At 15:29).
[2]Adulterar: Cometer adultério (quebra da fidelidade conjugal). Cometer adulteração, contrafação, falsificação, heresia, apostasia).
[3]Cauterizado: Que sofreu aplicação de cautério (ferro quente, cáustico ou outro agente que queima e converte em escara (ferida de queimadura), ou destrói os tecidos a que é aplicado). Morto ou destruído por ação de ferro em brasa. Simboliza uma mente destruída (1º Tm 4:2).
[4]Venerado: Honrado, reverenciado, respeitado.
[5]Conjunção carnal: Coito vagínico, a introdução do pênis na vagina da mulher. Introdução do órgão genital masculino no interior da cavidade vaginal, ou seja, no órgão genital feminino.
[6]Tesão: Excitação sexual. Vontade de fazer sexo.
[7]Cobiçar: Prática da cobiça: forte desejo de conseguir algo, ainda que por meio ilícito.
[8]Despir: Tirar a roupa toda ou em parte.
[9]Adultério: Quebra da fidelidade conjugal. Adulteração, contrafação, falsificação. Heresia, apostasia.
[10]Orgasmo: O auge da satisfação sexual. O momento mais forte da sensação de prazer. Momento final do ato sexual que culmina em uma explosão de prazer físico que relaxa e sacia o desejo. Geralmente o orgasmo masculino é acompanhado da ejaculação. No caso das mulheres o orgasmo é mais raro e não possui ejaculação. Informalmente chamado de “gozo”.

Jonas M. Olímpio