domingo, fevereiro 20, 2011

Liberdade, ainda que tardia.


"Um governo continuará no poder enquanto for humano, justo e honesto." - Provérbios 20:28
  O noticiário destes últimos dias foi pulverizado com as notícias sobre a revolta no Oriente Médio, do povo contra os seus governantes. Na Tunísia e no Egito conseguiram derrubar os velhos ditadores, enquanto a revolta se espalha para a Argélia, Iêmen e Jordânia. O Ocidente viu-se confrontado com uma nova realidade naquela região, bem distante daquilo que nós pensávamos: um povo prostrado aos seus governantes e subjugados através da religião. Uma revolução de jovens, que ultrapassa os limites de classe, gênero, religião, raça e filiação política. Esse é o novo contexto que vemos no Oriente Médio.

  Talvez toda essa revolta não seja algo recente e repentino como a onda de notícias pode fazer pensar. Décadas, sim, décadas e mais décadas de desemprego, más condições de vida e opressão política chegaram a um limite insuportável, piorado com a crise financeira global que estourou em 2008. E o povo foi à luta.

  Mas o que tudo isso tem a ver com o Cristianismo? Estamos falando de países com maioria esmagadora islâmica, onde a perseguição aos cristãos é comum. Por quê o povo de Deus deve se interessar com as revoltas desses países?

  O engraçado, se é que existe algo engraçado nisso tudo, é que a Bíblia já tratava do modo de governar, dos direitos e deveres dos soberanos e do povo, e das conseqüências dos atos de cada "personagem" no palco político. Se você não entendeu o que eu quis dizer, volte e leia o versículo que abre essa postagem, lá em cima.



Revolta no Oriente Médio: 1: Argélia, 2: Tunísia, 3: Líbia, 4: Egito, 5: Jordânia, 6: Iêmen, 7: Marrocos, 8: Kwait, 9: Bahrain



  Mas primeiro vamos explicar o que aconteceu, de forma resumida, nesses países. Acho que o post do blog Olhar Cristão já é o suficiente pra você se orientar. Pode conferir clicando aqui. Alguns países do Oriente Médio (norte da África, vizinhança de Israel e Golfo Pérsico) estão em convulsão depois que uma revolta popular na Tunísia derrubou seu tirano. O sucesso fez a revolta se espalhar para outros países onde o povo vive mal e é oprimido por regimes repressores. O Egito é um deles, e lá também o povo derrubou o ditador local depois de 18 dias protestando. Mais sucesso, mais gente "se animando" e a revolução é exportada pra outros países da região.

  Agora, do ponto de vista cristão, o que nós podemos extrair de aprendizado? Em primeiro lugar, que Deus só sustenta um governante justo e honesto, como atesta o versículo de abertura. Em Romanos 13:1-4 a Bíblia nos avisa para respeitarmos e obedecermos as autoridades, já que todas são postas em seus cargos de poder pelo Senhor. Nesse trecho a Bíblia diz que as autoridades são "... ministros de Deus para o seu bem". Assim, a partir do momento que o governo abandona ao Senhor e exige uma escolha entre seguir a Deus OU seguir ao governo, temos o respaldo moral, do Senhor, para continuar com Ele. O Senhor Deus não sustenta ditadores, ainda mais aqueles que perseguem os cristãos e oprimem o povo através da violência e da pobreza.

    Em segundo lugar, que todos os povos têm as mesmas necessidades. Islâmicos, budistas, ateus, católicos, hindus, cristãos, todos as pessoas buscam e almejam um lugar bom pra se viver. Elas querem ver seu trabalho devidamente recompensado e um futuro de esperança para seus filhos, um lugar onde haja a chance de crescer pelo seu esforço e mérito. Um governo que cobra 2X do povo e retorna a ele X, está fazendo a conta errada, e esse débito será cobrado algum tempo depois pelos credores, o povo subjugado. No caso dos países islâmicos da região, governos opressores, religiosos opressores, polícia que defende o partido do líder (e não defende o patrimônio do país como um todo) somados à pobreza, fome, desemprego e à falta de  esperanças de futuro pros jovens, tudo isso causa revolta. Governos assim sobrevivem estimulando a desunião do país e a ruína dos honestos e simples. É hipocrisia a gente ignorar isso só porque Deus nos deu a graça de nascer em um lugar livre, num país próspero e democrático. 

  A terceira lição que aprendi observando essas revoltas foi a de que as necessidades das pessoas ultrapassam fronteiras políticas, culturais e religiosas. Isso mesmo já era dito na Bíblia lá em Tiago 2:15-16

"Por exemplo, pode haver irmãos ou irmãs que precisam de roupa e que não têm nada para comer.
Se vocês não lhes dão o que eles precisam para viver, não adianta nada dizer: ' Que Deus os abençoe! Vistam agasalhos e comam bem.' "

  Pra terminar, a última coisa importante que vale a pena dizer aqui: nós não podemos ficar parados diante das necessidades das pessoas. Todos esses governos que enfrentam a revolta do povo ficaram anos e anos cuidando de seus próprios interesses, sem dar a mínima para seu próprio povo, irmãos da nação. O tempo determinado deles chegou, foram pesados e considerados insuficientes. Acabaram sendo retirados do poder. O mesmo se aplica ao povo de Deus: não adianta nada pregar o amor, impor as mãos e orar pelos irmãos e pelas outras pessoas que precisam de ajuda, se nós não corrermos atrás. Se quem tem o poder para fazer o bem não faz, o que acontece? O mal vence e triunfa na vida dos outros, e nas nossas também! Essa turbulência no Oriente Médio é um chamado à ação direcionado a todos que podem ajudar.
Isso é um chamado para ajudar quem precisa!

  Você também pode ajudar, e não precisa procurar muito ou ir muito longe. No seu quarteirão ou no seu bairro você deve saber muito bem de alguma pessoa que precisa de ajuda. A sua igreja também, como o sal da terra e a luz deste mundo, tem a obrigação de fazer a diferença na comunidade ao redor. Converse com seus líderes e os responsáveis, incentive a prática do amor! Amor não é fazer aquilo que é legal, aquilo que agrada; amor não é falar ou escrever bonito; amor é estender a mão, é perdoar, é oferecer a Salvação aos perdidos. Amor é ser confiável. O nosso Deus é amor!





O Senhor Deus abençoe a sua vida com a paz que vem do Céu!

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