quarta-feira, outubro 24, 2007

Avivamentos X Movimentos


Aprendendo com os heróis da Fé

http://www.uniurb.it/Filosofia/bibliografie/WEB%20Giamma/lutero.jpg
Foto: Martinho Lutero


Autor: Valmir Nascimento Milomem

Ao “viajar” pelo livro heróis da fé é quase impossível que alguém não seja contagiado pelos relatos e emocionado pelos acontecimentos. As lágrimas dificilmente são contidas ao vislumbrar o avivamento espiritual iniciado por aqueles homens extraordinários que incendiaram o mundo com a mensagem da cruz.

Esses personagens tinham uma profunda comunhão com Deus e durante o decorrer de suas vidas lutaram na batalha espiritual por meio da oração, propagação do evangelho e uma firme convicção de fé Naquele que lhes havia chamado das trevas para a luz. Suas vidas tornaram-se instrumentos poderosos; traziam nas mãos a palavra, nos ombros a cruz, e, no coração o desejo ardente de pregar a Cristo.

Dentre eles: Lutero “O reformador”, João Bunyan “Sonhador Imortal”, Jônatas Edwards “Grande despertador”, João Wesley “Tocha tirada do fogo”, Charles Spurgeon “O príncipe dos pregadores”, Moody “Célebre ganhador de almas”. Cristãos que marcaram a história secular e eclesiástica com avivamentos espirituais que transformaram vidas, famílias, igrejas, cidades e até mesmo nações, embasados e dirigidos pelo Espírito Santo de Deus.

Ao contrário dos avivamentos do passado, atualmente a Igreja passa por um período de movimentos; caracterizado por um pensamento homogêneo que invade sorrateiramente a Igreja de Cristo. Sãos movimentos que nascem do nada, ficam pelo nada e nada produzem de bom. Alguns somem rapidamente, outros, no entanto, perduram por tempos. Conhecidos ou ignorados prosseguem passando sobre doutrinas bíblicas e destruindo Igrejas. Ensinados ou não, são aprendidos e praticados. Mal interpretados, são defendidos.

Neste cenário, igrejas caminham com certos Movimentos Pentecostais, Movimentos de Fé, Movimentos de Prosperidade, Rebuliços, etc. Os cultos são acompanhados por pregadores que tiram do microfone sons de “Receeeebaaa”, “Veja os Anjos”, “Chaves da Vitória”, “Chave de carro”, “Contribua e seja abençoado”. Pregações que ao invés de proclamar a palavra de Deus de forma simples como ela é, tornam-se verdadeiros shows espirituais nos púlpitos, ignorando as grandes verdades bíblicas: a cruz de Cristo, a santificação, regeneração, etc…

Diversos fatores distinguem avivamento de movimento. O profeta Habacuque (Hab. 3.2) ao perceber a necessidade do avivamento espiritual na obra de Deus, exclamou: “… Ouví, Senhor, a tua palavra e temi, aviva, ó Senhor, a tua obra nos meio dos anos, no meio dos anos a notifica…”.

Assim, o verdadeiro avivamento é caracterizado por: Ouvir a Palavra de Deus; temer a palavra de Deus e colocar-se na posição para ser usado independente de lugar, tempo ou situação em que esteja passando.

Avivamento é caracterizado por uma dimensão espiritual baseado naquilo que é celestial e eterno, uma profunda disposição para a obra de ganhar almas; bem ao contrário dos movimentos que trazem uma mensagem do que o povo quer ouvir. Pregações com uma grande parcela de emoção, pessoas pretendendo atingir um verdadeiro êxtase espiritual com algo metafísico, sem compromissos com a palavra de Deus.

Desta forma, devemos alertar: Salvação não é emoção! O fato gerador dela foi uma morte! e morte de Cruz, de forma extremamente dolorosa. A brincadeira de ir à Igreja deve ser banida, pois se a palavra de Deus é verídica, não há como viver entre dois pensamentos.

É impossível prosseguir numa vida espiritual sem o alicerce do verdadeiro avivamento, pois ao passar pela primeira batalha devolvemos nossa credencial e voltamos para casa de mãos vazias.

Deus quer que nos coloquemos na posição para fazer um grande avivamento através de nossas vidas e não movimentos; pois estes são passageiros e não nos dão suporte para uma vida cristã autêntica e amparada pela palavra viva e eficaz.

Se fosse movimento, Lutero não teria enfrentando impetuosamente a fúria da Igreja romana, tampouco pregado suas 99 teses nas portas da Santa Sé; a reforma não teria acontecido e a luz continuaria escondida.

http://www.orionsgate.org/John.Bunyan.Portrait.JPG
Foto: John Bunyan

Se fosse movimento, Bunyan não teria passado doze anos na prisão por causa do evangelho, antes teria renunciado a pregação por sua liberdade; não teria dado valor aos sonhos onde recebeu de Deus a revelação do Livro O Peregrino, antes teria dado a eles novas interpretações “exegéticas e hermenêuticas”.

Se fosse movimento Jônatas Edwards não teria pregado um dos grandes sermãos da história “Pecadores nas mãos de um Deus Irado” onde os ouvintes presentes agarravam-se aos bancos pensando que iam cair no fogo eterno, antes pregaria sobre as “Chaves de Carros e outras bênçãos concedidas por Deus para quem tem fé.” Aos gritos de muitos “- Recebaaa, Recebaaaa a benção”.

Se fosse movimento João Wesley durante seus 54 anos de ministério não teria andado em média mais de sete mil quilômetros por ano, para alcançar os pontos de pregação. Se fosse movimento Charles Spurgeon teria feito de seus milhares de sermões inspirados por Deus em um amontoado de “Consolo para mente”.

http://assets.cornerstone.edu/pages/2047/Image/spurgeon(1).jpg
Foto: Charles H. Spurgeon

Se fosse movimento, Moody não teria tanto amor pela escola dominical e profunda compaixão pelas almas perdidas, antes se preocuparia com os “Movimentos Pentecostais”.

Se for movimento, nossa vida espiritual perde completamente o sentido, tomando caminhos fora dos padrões bíblicos, causando nos cristão uma grande debilidade da consciência cristã e podendo ser facilmente levados por qualquer vento de vãs doutrinas. No entanto, quando o cristão se coloca na posição para um avivamento, todas as coisas mudam: Deus opera… Cristo Salva… Milagres acontecem… A Igreja caminha mais firme até a volta de Cristo.

Autor: Valmir N. Milomem - Blog http://comoviveremos.com


.

Nenhum comentário: