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sexta-feira, outubro 04, 2013

Água e vinagre em uma lição para a vida




Wilma Rejane


Uma passagem Bíblica no livro de Gênesis me chamou a atenção. É sobre José. Lendo-a pude perceber porque ele era tão especial e teve um papel relevante na história do povo judeu. Um gesto de José na prisão muito diz sobre sua personalidade (pequenas coisas, grandes significados).

 "E veio José a eles pela manhã, e olhou para eles, e viu que estavam perturbados. Então perguntou aos oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor dizendo: Por que estão tristes os vossos semblantes?"(Gn 40:6,7).

José percebia o estado sentimental das pessoas, coisa rara em nossos dias.  O egoísmo é uma característica marcante da sociedade atual. Muitas pessoas passam por nossas vidas diariamente e muitas se vão sem que percebamos como estão, quem são e o que poderíamos fazer por elas.


Judeus não falavam com samaritanos

Os samaritanos haviam construído um templo no monte Gerizim para rivalizar com o de Jerusalém, mas o templo foi destruido por João Hircano. Eles atribuiam ao seu monte, maior santidade que ao monte Moriah. Acusavam os judeus de terem feito adições a Palavra de Deus e se orgulhavam em reconhecer apenas o Pentateuco como livro inspirado. Favoreciam Herodes -  que não era popular entre judeus.

Os samaritanos também acendiam falsas luzes nos montes para confundir os cálculos dos judeus sobre luas novas e assim confundirem as festas.  Chegaram a profanar o templo em Jerusalém, em plena Páscoa, espalhando ossos humanos em algumas áreas. Os conflitos entre judeus e samaritanos eram constantes e faziam questão de tornar o ódio público. Os judeus se referiam aos samaritanos como "filhos de Cão, cãozinhos".

Judeus mudavam de calçada ao verem samaritanos, era uma guerra cultural que perdurava...Até que Jesus veio e em seu encontro com a mulher samaritana, ensinou que a paz era possível e que não existia povo mais digno ou menos digno. Ele parou em um lugar que os judeus geralmente não parariam e falou com uma samaritana a quem seus compatriotas ignorariam. Faminto e com sede, Jesus quis primeiro saciá-la: 

"Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz : dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva." Em pouco tempo de conversa a samaritana foi curada.

Saciando a sede


Porque não paramos para perceber os sentimentos das pessoas e assim  curar vidas? Estamos tão preocupados com nós mesmos que esquecemos do outro. Achamos que precisamos ser curados primeiro para depois curar o outro, porém nunca estamos curados totalmente.

Jesus curou toda a humanidade quando esteve em sua maior dor. Ele libertou a todos quando esteve preso pelos pés, pelas mãos, todo o seu corpo doía, seu espírito clamava pelo Pai. Foi ai que consolou as multidões .

Água e vinagre

 "Puseram fel na minha comida e para matar-me a sede deram-me vinagre." Salmo 69:21

Jesus é a Fonte de água que sacia o espírito humano. Ele ouve atentamente cada pessoa e consola de forma inigualável. Mas quando Ele teve sede, como em demonstração de  mundo perverso e egoísta, deram-lhe vinagre para beber. Vinagre não sacia sede, é substância ácida que resseca o paladar.

Alguma vez você teve sede e te deram a beber vinagre? "Oh, sim, isso já aconteceu muitas vezes comigo!". Em parábola, podemos ser comparados a água ou vinagre. José era água, Jesus é A fonte. Os soldados romanos foram vinagre para com Jesus.

Onde estão os José's?

Ainda é possível encontrá-los em nosso cotidiano. José do Egito não se tornou amargo ou insensível pelas tribulações da vida, antes cresceu em seu tempo de cativeiro. E penso ser essa uma importante lição para todos nós: Ao procurarmos consolar os outros, estando nós em aperto, também somos consolados.

Dale Carnegie, autor do best - sellers "Como Evitar Preocupações e Começar a Viver", foi um especialista em relacionamentos. Ele tratou de inúmeras pessoas com depressão e transformou suas experiências em livros. Ele conta que a cura para muitas doenças  está no fato de ocupar o tempo ajudando pessoas.

Não foi isso que Jesus nos ensinou? Amar o próximo como a si mesmo. Isso parece algo difícil de ser aplicado, especialmente se considerarmos o contexto de iniquidade a qual somos expostos todos os dias. De fato, há ajudas que até prejudicam, mas que não seja assim conosco.

Jesus apenas conversou com a samaritana, o suficiente para ela perceber que Ele a amava, como ninguém. José cuidava das pessoas e mesmo estando preso. Ele despertava tanta confiança que recebeu as chaves do presidio. Pela manhã, José podia ser visto conversando e consolando um e outro.

Se não formos vinagre para o outro, isso já será grande, em feito.


No amor de Jesus. 

terça-feira, maio 01, 2012

Bendito Deus que Dança!



"Se eles querem que eu acredite no seu deus,
eles vão ter que cantar comigo melhores músicas. 
Eu só poderia acreditar em um deus que dança."

- Friedrich W. Nietzsche (1844-1900)
Filósofo alemão




Wilma Rejane
A Tenda Na Rocha

Com a frase acima o filosofo Nietzsche, desafia o Deus dos cristãos em sua obra “Assim Falou Zaratustra” . Segundo ele, e revestido de um personagem do zoroastrismo, o cristianismo era a maior desgraça da humanidade e uma “muleta” para os fracos. O homem deveria decretar a morte de Deus para se tornar enfim um “super-homem”, confiando em seu potencial interior para  ser vitorioso (?). Ironicamente, Nietzsche, havia nascido em lar protestante , seus avós eram pastores luteranos. Ele ingressou na teologia, mas abandonou a fé ao se aprofundar na Filosofia.


O pensamento de Nietzsche,  influenciou significativamente o mundo moderno - infelizmente – e continua fazendo adeptos até nossos dias.  Pobre Nietzsche, viveu de forma miserável , convalescendo de tantos males que peregrinou por diversos lugares na tentativa de que em alguns deles, o clima lhe fosse favorável: Veneza, Gênova, Turim , Nice... até terminar seus dias em um sanatório em Basileia. Ele não sabia, mas desconfio –  tenho  fortes motivos para isso - que padecia de infelicidade crônica.  A falta de fé no Deus que dança esvaziou seu ser e para onde se movesse não encontrava paz. Ele a procurou em muitos lugares, mas ao matar dentro de si,  o Deus que poderia salvá-lo , morre ele.

O Deus que dança é tão latente que é impossível torna-Lo ausente. Ele dança nas nuvens, na natureza, nos homens. Através do movimento dos dias dos poentes e nascentes quando o céu muda em cores e luminosidade. Deus dança nas folhas das árvores que balançam pela força do vento, que se umedecem pelas 'lágrimas” do orvalho. Deus dança na brisa que nos acaricia, na lua que ora é cheia, nova, minguante, crescente. A lua dança com as estrelas, com a noite que chega, que se vai. Deus dança no mar quando rugem as ondas, bravas e mansas, “varrendo” a areia, emprestando movimento aos navegantes de um país a outro. Deus dança e canta por todos os dias pois sem Sua “batuta”, Sua harmonia, Sua voz, nem vida existiria.

Sofonias 3:17 diz: “O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar, Ele se deleitará em ti com alegria, calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo”. Alegria = Rinnah (Stong 07440) significa “dar brados de júbilo, aclamar, aplaudir fortemente com triunfo; cantar”. Literalmente: Deus dançara sobre o seu povo, jubilara, dará brados de vitória com alegria”.

Esse é o Deus dos cristãos, que dançou com seu povo ao abrir o mar vermelho, recolhendo as ondas como em espelhos para libertá-los do Egito. Rinnah foi a música que embalou as vitórias de Abraão, Isac e Jacó. O Isac, batizado riso, porque Deus dançou com o tempo grávido de promessas para uma mãe estéril e um pai de quase 100 anos. Deus dançou com os  antigos profetas e suas visões precisas do futuro que anunciavam o Messias Salvador nascido em Belém  da Judéia,  porque O Espírito Santo dançou no ventre de uma virgem, chamada Maria, obedecendo a melodia de Deus Criador.


Deus dança através do tempo e faz  natureza cantar, diz o Salmo 65:8-13: “Tu visitas a terra, e a refrescas; tu a enriqueces grandemente com o rio de Deus, que está cheio de água; tu lhe preparas o trigo, quando assim a tens preparada. Enches de água os seus sulcos; tu lhe aplanas as levas; tu a amoleces com a muita chuva; abençoas as suas novidades. Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura. Destilam sobre os pastos do deserto, e os outeiros os cingem de alegria. Os campos se vestem de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; eles se regozijam e cantam. “



Quem, a não ser um Deus que dança, desceria do céu para festejar com os homens a morte da morte?  Quem, a não ser um Deus que dança se ofereceria em sacrifício de morte pela humanidade para ressurgir vivo ao terceiro dia? Oh, poderosa melodia do Deus que dança!!! Aleluia é o Teu cântico preferido, a Ti entoamos louvores de gratidão por ter vindo dançar com teu povo! Por todos os lugares se ouve a Tua voz, ainda no silêncio Te ouvimos. O que seria de nós, não fora um Deus que dança e que nos convida para dançar com Ele, no banquete celestial onde já não haverá lágrima, nem pranto, nem qualquer dor?

Bendito esse Deus que não se cansa de dançar nos corações que se transformam pela obediência a canção da Cruz, entoada aos quatro cantos da terra: Jesus, Jesus, Jesus! Amo esse Deus que nos  faz dançar de alegria por ouvir Sua voz de Pai amoroso.

Nietzsche só poderia estar aturdido, embriagado por canções infernais vindas de um mundo onde não se pode dançar. É isso, prisioneiros não dançam. Escravos não podem dançar. Só mesmo a misericórdia de um Deus que dança para o libertar. Jamais ele ou algum outro incrédulo poderia encontrar paz e felicidade não fora nos braços do Cristo ressuscitado que se move em dança para perdoar e amar.

sábado, março 24, 2012

A Alegria Vem Pela Manhã




" O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã" Sl 30: 5-b


 Wilma Rejane

Como você acordou hoje? Sorrindo ou chorando? Se acordou sorrindo: Lembra que tempos atrás seu choro parecia uma eternidade? Se acordou com os olhos inchados de chorar , molhou o travesseiro e escondeu o gemido para não perceberem suas lágrimas: Lembra que já passou por situações bem piores? Quero te animar a crer na promessa de Deus de que : “O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã” Sl 30:5 . Graças a Deus pelas lágrimas que nos lavam a alma. “Chorar é diminuir a profundidade da dor.”, escreveu Shakespeare


Foi em meu jardim, tendo como trilha sonora o canto dos pardais que descobri as maravilhosas lições contidas nesse Salmo renovador sobre riso e choro. Em sincera oração espero que as palavras aqui faladas renovem seu ânimo, faça-o acreditar na providência de Deus para sua situação. Quando o salmista, inspirado pelo Espirito Santo de Deus diz: A Alegria virá pela manhã, ele não fala de uma alegria contida, um tímido riso, um raso alivio, é algo grandioso que o original em hebraico para Alegria nos transmite, veja:

Alegria- Rinnah (Stong 07440) significa “dar brados de júbilo, aclamar, aplaudir fortemente com triunfo; cantar”. Rinnah transmite uma grande vitória assim como redimidos retornando do cativeiro para Sião. No livro do profeta Sofonias 3:17 diz: “O Senhor teu Deus está no meio de ti, poderoso para te salvar, Ele se deleitará em ti com alegria, calar-se-á por seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo”, literalmente: Deus dançara sobre o seu povo, jubilara, dará brados de vitória com alegria”. Onde mais encontraríamos um amor assim? Para nos alegrar com tamanha intensidade? Quem compreenderia tão bem o motivo de nossas lágrimas?

A alegria dada por Deus ao amanhecer é assim como um agricultor que foi dormir triste por ver seus campos devastados e acordou com a espetacular visão de abundantes frutos enchendo as árvores, é! Foram as lágrimas que encharcaram o chão milagrosamente tornando-o fértil, renovando raízes. É como a história de Ana, esposa de Elcana, que chorou angustiadamente por um filho e Deus lhe concedeu seis. É como Abraão que pediu com lágrimas um herdeiro e Deus o fez pai de multidões. A alegria do Senhor é sempre em porção maior que o choro, é para fazer jubilar, rodopiar em cânticos de louvor.

Te convido a viver essa promessa acreditando que tudo vai passar, que Deus colheu uma por uma suas lágrimas e contemplou sua fé: “Contaste os meus passos quando sofri perseguições; recolheste as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas inscritas no teu livro?” Sl 56:8

Que esse Salmo sobre alegria se cumpra na vida dos que choram.

Em Cristo Jesus.

segunda-feira, janeiro 30, 2012

Olhai Os Lírios - Descanse em Deus



”Olhai para os lírios do campo..." Mt 6:28




Por Wilma Rejane
A Tenda Na Rocha

Essa passagem me causa conforto, pela sua essência, suavidade e todo o contexto em que foi transmitida. Fecho os olhos e me imagino com Jesus, naquele momento, sentada aos seus pés, ouvindo-o falar das coisas simples e de como a vida é bela e segura sob seus cuidados. Posso sentir o silênciar de vozes humanas e o pulsar da natureza orquestrado pelos céus. Jesus andando entre os discípulos, e sua mensagem penetrando como um bálsamo suave nos corações. : ...”Olhai para os lírios do campo como eles crescem, não trabalham nem fiam... se Deus assim veste a erva do campo que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós homens de pouca fé?” Mt 6:28-30.

Os Lírios em Israel

A palavra grega para "lírios" significa "flores silvestres". O biólogo Israelense Ori Fragman-Sapir, cientista chefe da Universidade de Jerusalém Botanical Gardens, escreveu um artigo intitulado "Wild Allium Espécie em Israel". Nele relata que existem 250 espécies de lírios  desde Israel, ao Irã e Turquia. Nos campos de Israel , especificamente, foram catalogados 39 tipos de allium florescendo pelos campos.


Jesus poderia esta se referindo a qualquer uma dessas espécies, ou a todas elas. Alguns tipos de lírios não possuem raiz, secam rapidamente. Dessa forma, era costume da época reunir as flores secas e usa-las para queimar nos fornos a fim de aquecer a temperatura. Talvez isto explique a fala de Jesus: "a erva do campo que hoje existe e amanhã é lançada ao forno" Mt 6:10

Provavelmente, ao proferir o sermão não houvesse lírio algum a sua volta, segundo pesquisadores, era  verão. Não importa. Creio que todos entenderam perfeitamente o que Jesus falou. Assim como penso que cada vez que um daqueles discípulos contemplava um lírio, a mensagem transbordava no coração.

Olhai os Lírios

Aqui estão apenas algumas das espécies de lirios que embelezam os campos de Israel. São perfeitos!

Que bordadeira conseguiria produzir pétalas tão harmoniosas? E as tonalidades da cor?

Olhai os lírios... Vejam como eles se unem em um mesmo ritmo. O cacho protege a unidade. Me faz lembrar da família, da igreja: "Quão bom e suave é a união...que perfume...


Jesus quer que paremos um pouco para contemplar os liríos, as hastes que os sustentam, as pétalas que abrem e fecham em tempo determinado (há tempo para todas as coisas), a textura, perfeita que dura enquanto vive a flor, transmitindo beleza ímpar. Um tecido que nenhuma sofisticada fábrica consegue imitar.

 Um inseto procurou comida em um Lirio, provavelmente a docura da flor o atraiu. Isso lhe diz algo? Lirios, além de beleza, também doam alimento. Olhai os lirios...

Lirios alvos como a neve, em diferentes fases: abertos, fechados, entreabertos...somos assim, como esse buquê, diferentes porém iguais.  Olhai os lirios...


Se você, assim como eu, foi edificado através da mensagem de Jesus sobre os lirios, guarde-a no mais intímo do coração. Quando estiver afadigado, resmungando ou se achando desprezivel, "olhai os lirios". Deus cuidou de cada detalhe dessas flores, com muito amor. Todas tem suas particularidades, suas estações. Ele não cuidaria de nós, feitos a Sua imagem e semelhança?

Deus os abençoe.

quinta-feira, agosto 12, 2010

Tributo ao Criador



Joaquim José Tinoco de Oliveira


QUERIDO E AMADO CRIADOR,

A obra da criação impõe pressupostos peculiares, que marcam o capricho da perfeição divina, implodindo as vertentes da imaginação humana, quer seja:

No exame de um microscópico ser ou no estudo que se faz sobre um vivente superior; na infinidade de informações que existem no conteúdo de uma célula ou na função sincronizada e sobrenaturalmente organizada dos diversos órgãos que impulsionam a vida dentro de um corpo;
na mais simples partícula da matéria inanimada ou na admiração que se expande pelo espaço afora, rumo aos sistemas planetários ou as galáxias mais longínquas que se estabelecem muito além do alcance dos meus olhos.

Na minha discreta e submissa arrogância espiritual, percebo que o louvor de todos os feitos, e a coroação absoluta de tanto requinte se converge para a Tua obra-prima Senhor, e em qualquer ato de Tuas mãos, meu amado Criador, se sobrepuja a sabedoria infinita assistida pela santidade suprema que sempre cerca o Teu trono de graça, e opera no espaço absolutamente distante dos limites da percepção humana.

Mesmo assim eu insisto e me atrevo a contemplar.

Os olhos atentos e suplicantes; as palavras transbordando no intelecto, construídas no mais profundo do meu ser, se materializam no receptor inanimado pela ação da própria língua como uma “pena” bem definida que imprime na base móvel a sincera e fiel expressão do inexplicável e sublime abstrato e assim eu sigo rompendo os limites da minha própria imaginação e alongando as fronteiras dos meus solícitos pensamentos.

Não me contento com esse mundo material que é tão rico e tão encantador, tão nobre e tão enigmático, tão completo e tão perfeito, pelo qual se desmancham e incondicionalmente se curvam os meus olhos aflitos, mas, não pode comportar e nem oferecer as respostas aos reclames do meu espírito, ávido por conhecer mais e muito mais da Tua plenitude, meu amado Criador.

Nessa busca alucinante, num ponto qualquer de toda a expansão eu me estabeleço, em algum lugar nesse esplêndido e inexplicável universo eu cravo uma minúscula e remota base de observação.

Segue em minha companhia a convicção mais forte que domina o coração do filho que ama ao pai e cultiva a paixão que cresce, a cada instante, na medida em que, avança na direção sagrada e vai registrando os detalhes que fascinam, ou se demora apaixonado na presença contagiante de um espetáculo indescritível, em meio a tantos outros que da mesma forma exibem com a maior naturalidade a infinita perfeição.

A incontrolada admiração me arrebata no próprio tempo, deixa-me atônito e extasiado, quase que sem forças para continuar a busca, e por mais que eu encontre, muito pouco caminhei e tanto mais tenho a encontrar e me vejo absolutamente rendido, aos pés de cada feito Teu, oh! Senhor de todas as coisas.

No antagonismo das dimensões eu procuro administrar o conflito de entendimento que surge no meu pequenino e tão curioso ser; sinto que algo me incomoda; pré-sinto a aproximação de uma terrível nuvem negra; revejo as minhas bases, reforço o bloqueio que obstrui a vaidade e renovando o sacrifício dos velhos hábitos e antigos desejos, sigo rompendo determinado e colhendo cada partícula do verdadeiro conhecimento que produz a alegria que tanto preciso e satisfaz a minha alma, certo de que nesse caminho que abracei não existe espaço para as migalhas efêmeras de Satanás.

Ao sabor das Escrituras vou descobrindo novos horizontes e acumulando na dimensão do tempo riquezas que nem o ouro mais puro ou a mais preciosa pedra pode, sequer de muito longe espelhar e ao distanciar-me do mundo e do próprio homem que sou, meu amado Criador, encontro nos Seus braços um lugar todo especial de onde posso ouvir da tua boca, em segredos, os Teus preciosos e maviosos ensinamentos.

Nesse lugar sagrado eu encontro uma cama sempre preparada para o descanso da jornada tão dura, aonde, sob Tua preciosa orientação e suprema proteção, vou rompendo obstáculos e superando todos os inimigos.

Vejo ainda uma mesa farta do alimento de mais puro paladar, mais doce do que o mais saboroso mel, que revigora o meu tão pequenino ser me transformando num gigante que não se importa e nem se preocupa com a dimensão do vento contrário e nem dá ouvidos a rumores de tempestades, e mesmo que no meio delas eu me encontre, sigo rompendo altaneiro, como se nada estivesse havendo.

No mesmo lugar eu encontro uma cadeira onde eu posso me sentar acomodando-me para absorver as instruções sagradas, e ainda uma Luz bem clara que alumia a minha alma, desvanece o meu Ser e clareia os meus passos nesse caminho tão belo, tão desejável, que tanto bem me faz, lastreado pela pessoa de Teu Filho, meu adorado Criador.

Na proteção dos Teus muros eu me refugio e dentro desse Forte eu encontro a tranqüilidade, mesmo cercado pela insistente tribulação que explode a todo instante nas paredes da Tua Fortaleza e nem sequer me assusta; a segurança percorre as minhas veias e passeia nas entranhas do meu tão frágil ser.

Na força do Teu poder eu me agasalho e a paz duradoura domina os meus pensamentos contagiando e envolvendo toda a minha estatura.

Na sombra das Tuas asas eu vou caminhando e experimentando em cada passo a felicidade plena que somente existi na Tua presença, meu querido e adorado Senhor.

A alegria incontida me faz cada vez mais vibrante e em busca do ensino mais profundo eu sigo obstinado, mas de repente um ponto obscuro e inexplicável retém os meus olhos, reduz os meus passos e trava os meus pensamentos.

Algo absolutamente distante e destoante de tudo que venho contemplando me chama a atenção.
Intrigado e perplexo eu me aproximo e percebo as marcas do sangue pisado na extensão do firmamento, com muitas lágrimas misturado.

Por quê? Pergunto estremecido, Porque meu adorado Criador esse desastre foi acontecer?
Justamente no ponto mais alto da Criação uma terrível mancha se instalou. Não podia o poder supremo impedir o feito nefasto?

Oh! Meu adorado Criador a Tua obra maior foi contaminada, porque? Porque? Porque? Eis a Insistente indagação deste humilde observador.

Nesse paroxismo intrigante, estacionado no endereço distante, perplexo sem poder seguir adiante, Tu me respondes com a voz embargante, tão doce e com a ternura marcante, que nasce abundante, no Teu trono de graça, meu adorado Criador.

Entre tantos atributos destinados a Tua obra-prima, o livre arbítrio se destaca de forma impressionante.

No meio da informação sagrada, sinto a Tua voz embargada ingressar nos meus ouvidos atentos, dizendo-me melancolicamente:

“Meu filho..., tudo entreguei nas mãos do ser humano que criei. Dei à obra prima dos meus feitos a autoridade absoluta e a ela sempre destinei a intensidade do meu amor e Eu respeito as suas decisões.

Ao criar o homem, diante dele coloquei a vida e a morte.

Apresentei as diretrizes sagradas que deveriam ser seguidas cuja correta observância proporcionaria a vida perfeita e abundante, mas a desobediência acarretaria inevitavelmente a morte.

Conhecendo as conseqüências de uma e de outra opção, ainda aconselhei:
“Escolha a vida para que vivas”.

O homem desobedeceu e isso foi uma atitude espontânea, contra a qual nada posso fazer.
Não posso tirar a autoridade que Eu mesmo dei, ainda que me doa tanto, ver os efeitos do mal feito naquilo que foi criado perfeito.

Nos dias de sua vida na carne o ser humano é senhor de si mesmo. Por mim, que sou Deus, foi criado e como deus o homem viverá. Seus atos serão sempre respeitados.

A desobediência gerou a morte e isso fez sangrar meu coração de Pai; uma dor profunda atingiu a minha alma e nem a lamina mais afiada, cortante e impiedosa na carne tão frágil, pode sequer imitar o sofrimento atroz que me trouxe o ato nefasto e as lágrimas encheram o meu pranto.

Embora, como Deus que sou nada pode me doer mais forte do que a morte do meu amor, que na dimensão do infinito se estende por um grito no sangue goticulado que deveria ser apenas suor.

A dor produziu a lágrima e o pavor da solidão que vinha me trouxe antes uma terrível agonia, que nenhum sofrimento pode medir, nem sequer, de muito longe exprimir a dimensão das trevas, no meio das quais, por tanto amor, Eu desci.

A morte operou inevitavelmente, a separação e a perdição eterna passou a ser o destino do meu feito maior e algo extremamente penoso precisou ser realizado.
Com o coração sangrando, na extensão da tragédia me envolvi, meu querido e amado filho sempre obediente estava logo ali pronto a corrigir o dano, mesmo sabendo que para aperfeiçoar o imperfeito, da vida precisava sair.
Morto, na morte não podia viver a obra mais cara das minhas mãos.
Nas trevas, enegrecido ficou o endereço de todo o meu amor. Isso me levou a tomar a decisão mais dura, o ato mais triste que se mede pela dor suprema muito além de sua imaginação, para reparar o feito que ao mundo inteiro contaminou.

Para trazer da morte o morto, Eu mesmo tive de morrer, na pessoa do meu Unigênito filho. Isso explica o ponto obscuro de sua observação.

As marcas de sangue que viste, representa o sangue derramado na cruz do calvário, ato que foi feito exclusivamente para salvar a sua alma e a alma de todo pecador.

O espaço negro permanece para que todo ser humano seja lembrado um dia, da obra redentora de Meu filho amado, e a dor persiste, com as lágrimas no sangue vertidas, porque muitos continuam no pecado e longe da minha presença não aceitando o sacrifício feito na cruz.

Com o pecado e a morte de toda a humanidade, Meu filho Jesus seguiu ao inferno, mas, Ele era puro e jamais pecou pelo que superou a morte e o inferno e de lá retornou vitorioso, proporcionando vida a todos que aceitarem a substituição feita no Calvário.

Vejo meu amado Criador, que a morte de Seu filho, marcou o ponto negro da criação e de toda a divindade, mas a ressurreição do Senhor trouxe de volta a perfeição suprema e coroou de glórias e de honras o feito mais forte das Tuas mãos e satanás envergonhado ficou no próprio ato de imperfeição que foi aperfeiçoado na extremidade do Teu amor.

Pensando no gesto supremo, me perco na extensão do feito sagrado e me ponho a perguntar: O que seria de mim e de todo pecador, não fosse o seu amor infinito?

A ausência absoluta de Deus em nossas vidas, a morte eterna era o nosso destino e continua sendo para todos quantos permanecem arredios a obra redentora de Jesus.

A renuncia de Teu próprio filho enviando-o a este mundo, para morrer em meu lugar, representa de fato a expressão máxima do desprendimento divino. Não existem palavras que possam expressar a dimensão do ato sagrado que trouxe tanto bem a todos os homens.

Fico perplexo e aflito meu amado Criador, ao assistir a todo instante, a opção do ser humano, que ao rejeitar a obra redentora de Jesus Cristo, escolhe na verdade, a morte ao invés da vida, troca a luz pelas trevas, deixa a fonte da água mais pura e vai em busca de cisternas secas e rotas e troca o alimento que verdadeiramente satisfaz pelas migalhas efêmeras de satanás.

OH Senhor de todas as coisas, capacita-me a falar sempre, de Ti e do Sacrifício que Teu filho fez na Cruz do Calvário, para todas as pessoas, mostrando a elas que Jesus Cristo é o único caminho que conduz a vida eterna e a solução para todos e quaisquer problemas existentes na vida do ser humano.

Resta-me então, dileto Criador, render-me sim a todos os feitos de Tuas mãos sagradas, enaltecer a todo instante, cada ato por Ti praticado, coroar de honras absolutas a infinita sabedoria que nasce no Teu trono de graça, mas, sobretudo e, sobretudo mesmo, Senhor meu e Deus meu, dos céus e da terra, manter-me sempre rendido aos Teus pés e eternamente agradecido pelo sangue derramado na cruz do calvário que me trouxe da morte, com a postura de um arrependido pecador, que aguarda diariamente por Tuas infinitas misericórdias,

MEU QUERIDO E AMADO CRIADOR.



Concurso Literário, Prêmio Blogueiro Cristão 2010.



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