sábado, janeiro 05, 2008

Assembléia de Deus queimada no Quênia

35 refugiados queimados dentro do templo

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Daily Nation - Kenya
Tradução de João Cruzué

Elizabeth Wangoi (foto) grita de dor perto da Igreja Assembléia de Deus do Quênia, em Kiambaa, Eldoret, onde mais de 35 mulheres e crianças foram queimadas vivas ao ponto de não ser reconhecidas. Mulheres e crianças procuraram refúgio na Igreja depois que seus lares foram queimados durante a violência que explodiu no país depois do resultado de uma disputada eleição presidencial.

Cerca de 35 pessoas, a maioria delas de mulheres e crianças, morreram nesta terça-feira, primeiro dia de 2008, em Eldoret, numa das mais bizarras chacinas produzidas pela violência que se seguiu após a eleição presidencial.

Elas foram mortas por mais de 200 jovens que pusseram abaixo, a fogo, uma igreja Assembléia de Deus onde moradores de duas vilas eleitorais no Sul de Eldoret tinha buscado refúgio.

As Vilas de Kambaa e Kimuri foram apanhadas desprevenidas enquanto que jovens cantavam canções de guerra e depois cercaram a Igreja Assembléia de Deus do Quênia à tarde em Kiambaa.

Sérias Queimaduras

Aqueles que tentaram escapar foram perseguidos e queimados nas proximidades. Um dos mortos, a polícia confirmou, era uma mulher inválida em uma cadeira de rodas. Outra mulher, grávida, apresentando sérias queimaduras na perna estava entre os 20 sobreviventes que foram levados às pressas para Moi Teaching e Referral Hospital para tratamento.

De acordo com um sobrevivente, o senhor José Kamande, 47, os assassinos acusaram aquele acampamento dentro da Igreja de ter votado para presidente em Mwai Kibaki. Eles disseram que nós devíamos pagar por nossa decisão de votar em Kibaki para presidente, ele disse.

O senhor Kamande disse que tivera sorte por estar vivo depois dele ter caído numa vala levando os matadores a crer que ele tinha morrido. Mas ele perdeu sua esposa, três filhos e dois netos no incidente.

Outra sobrevivente, Elizabeht Wangui Kumunya, 102 anos, tinha saído para ir ao banheiro quando o ataque aconteceu.

Pedro Munderu, 44, disse que perdera três filhos e que muitos corpos ainda estão queimados nos escombros

A chacina atingiu o número de 50 mortos somente na terça, comentava-se pela cidade.Outras 11 pessoas tinha sido assassinadas no estado de Langas na terça de manhã.

Crise Humanitária

A cidade experimentou uma das piores crises humanitárias de sua história. Oficiais da Cruz Vermelha Queniana estimavam que mais de 30 mil famílias tinham sido expulsas de seus lares. As famílias desalojadas tinham procurado abrigos em distritos policiais, igrejas, escolas e mosteiros.

Pessoas, principalmente de mulheres e crianças, estavam enfrentando sérios problemas de falta de alimentos e água, pois todas as lojas e supermercados permaneciam fechados. O Supermercado Uchumi, o único que permanceceu aberto, ficou fechado ontem depois de ter acabado seu estoque. Também há uma falta de remédios e produtos de saúde pública.

Nós estamos apelando gentilmente às organizações humanitárias para ajudar com alimentos para mulheres e crianças que estão famintos, disse a Senhora Maria Kiptanui, uma voluntária da Cruz Vermelha do Quênia.

01/01/2008 Daily Nation

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