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sexta-feira, julho 20, 2018
quarta-feira, julho 18, 2018
A Função Social dos Sacerdotes
Esboço Resumido -
Escola Bíblica Dominical (Lições Bíblicas - Adultos - CPAD)
Lição 4 - A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES
A lepra, assim como outras doenças, era uma das maiores preocupações na era levítica. Os sacerdotes, por sua vez, tinham que se expor ao risco de contaminação para garantir o bem-estar do povo. |
Texto Áureo
Lucas 5:14 - “E ordenou-lhe que a
ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela
tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.”
Verdade Prática
As funções do sacerdote iam além da
liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de
Deus.
Leitura Bíblica em Classe
Levítico 13:1-6 - “Falou mais o Senhor a
Moisés e a Arão, dizendo: 2O homem, quando na pele da sua carne
houver inchação, ou pústula[1],
ou empola[2]
branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será
levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes. 3E
o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pêlo na praga se tornou
branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da
lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo. 4Mas, se a empola
na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o
pêlo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por
sete dias. 5E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se
a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o
sacerdote o encerrará por outros sete dias. 6E o sacerdote, ao
sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga
na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema[3]
é; e lavará as suas vestes e será limpo.”
Comentário
O governo teocrático representado
pelo sacerdócio ia muito além de sacrifícios, orações, ensinamentos e cânticos.
O trabalho sacerdotal não se resumia à liturgia de culto no tabernáculo ou no
templo, havia muito o que se fazer fora do ambiente sagrado. O livro de
Levítico expõe suas atividades de verdadeiros “fiscais ou agentes de saúde”
pelas ruas e casas da comunidade. Porém, tais trabalhos sociais não tinham
simples objetivo de zelar pela saúde pública, pois sua finalidade era cuidar
pelo cumprimento de pontos da Lei que exigiam que pragas consideradas imundas
se alastrassem pelo povo; assim sendo, suas funções sociais eram realizadas por
razões espirituais.
Temos nós cuidado de nossa saúde como se ela realmente fosse algo de
importância espiritual? Nosso corpo é templo Espírito Santo, estamos zelando
devidamente da casa dEle? Pragas como a lepra simbolizam o pecado, mas pecar
vai além de adulterar ou fazer outras coisas profanas com o corpo; descuidar
dele também é uma desonra à confiança daquEle que nos confiou para cuidar desse
tabernáculo terrestre.
Numa época sem grandes avanços
medicinais, doenças contagiosas como a lepra, e também outros males como
sarampo, escarlatina e varíola, representavam um grande problema que colocava
em risco até a sobrevivência da nação toda, pois uma grave epidemia poderia
atingir a todos, até mesmo levando-os à extinção. Por isso a prevenção era o
melhor remédio. A qualquer indício dessa doença a pessoa era imediatamente
isolada até que se constatasse sua completa cura para que pudesse ser
reintegrada à sociedade. Os sacerdotes tinham a missão de fazer essa inspeção e
todo o processo até a purificação.
Cuidar dos enfermos e principalmente curá-los sempre foi uma das
principais atividades no ministério terreno de Jesus. O bem-estar do ser humano
sempre esteve nos planos de Deus. Orar pela cura e também cuidar dos enfermos é
uma das principais tarefas da igreja (Mt 10:8).
Fora do Egito os israelitas não
tinham mais acesso a médicos; embora ainda não houvesse cura para a lepra, eles
tinham meios de tratar o doente e fazer os procedimentos para preservação dos
demais para também não se contaminarem. Então, no deserto, restou aos
sacerdotes cumprir essa função.
A limpeza dos leprosos, assim como a cura dos demais enfermos, foi uma
das ordens de Jesus aos seus discípulos. Interessante que essa determinação é
completada enfatizando-se o anúncio do Evangelho. Isso mostra que nenhum
trabalho, por mais que tenha sinais e milagres, é completo se não houver
salvação de almas (Mt 11:5).
Se Deus não fizesse um milagre,
os sacerdotes não tinham recursos humanos para curar um leproso; só o que lhes
restava era aguardar um período de tempo, inspecioná-lo novamente para poder
declará-lo limpo ou impuro - ele tinha
que saber bem essa diferença -, e assim se seguia até sua cura ou sua
morte. Em caso de cura, era ele também responsável para, conforme narrado em
Levítico 14, fazer o ritual de purificação recebendo dele, como oferta, duas
aves vivas, pau de cedro, carmesim e hissopo.
Como cristão você sabe “identificar uma lepra” e orientar “o leproso”
para não contaminar os demais? Quando curava um leproso, Jesus lhe ordenava que
se mostrasse ao sacerdote, oferecendo-lhe a oferta determinada por Moisés. Ele
não fazia questão e nem queria ser apontado como aquEle que o curou, mas apenas
dizia para que o leproso curado testemunhasse conforme necessário para se
cumprir a Lei (Mt 8:4).
Levítico 14:34-57 retrata bem a
função do sacerdote como sanitarista. Ele tinha autoridade para esvaziar,
inspecionar, interditar e, se preciso fosse, mandar demolir uma casa e enviar
seus moradores para fora da cidade. Até as roupas das pessoas envolvidas
precisavam ser analisadas por ele.
Nosso sacerdócio cristão hoje consiste em identificar o pecado e
orientar os demais a ter cuidado com ele. Obviamente não podemos mandar os
pecadores persistentes para um isolamento e nem devemos ficar longe deles,
porém devemos nos prevenir para não nos contaminarmos com seus pecados
cometendo os mesmos erros que eles (Rm 16:17).
Algumas manchas estranhas e
fundas numa parede eram o suficiente para que o morador suspeitasse de lepra em
sua casa e chamasse o sacerdote. Quando ele chegava, fazia a avaliação e se
realmente constatasse a praga, tomava as medidas necessárias. Quatro qualidades
precisava ter o sacerdote nessa situação: boa vontade para atender os
necessitados, coragem para lidar com uma doença perigosa, discernimento para
identificar a lepra e conhecimento para saber que atitude tomar.
Saber chamar o “sacerdote” na hora que o lar sofre uma ameaça é uma
obrigação de todo cristão. E saber responder com amor atendendo a esse chamado,
tendo coragem, discernimento e sabedoria para agir é obrigação do sacerdote.
Comunhão e boa vontade entre liderados e líderes são fatores fundamentais para
que lares cristãos não desmoronem com as tempestades da vida (Mt 7:24-27).
Até as vestes precisavam ser
inspecionadas pelo sacerdote. Mofos e fungos deveriam ser analisados para constatar
se não se tratava de lepra. A princípio, em caso de suspeita, a roupa passaria
por um isolamento de sete dias, e se a praga persistisse, a mesma seria
queimada.
Vestes limpas representam proteção e dignidade. Espiritualmente, isso se
obtém por meio da obediência à Palavra do Senhor. Para manter-se vestido e com
vestes limpas é preciso um cuidado muito especial. Todo cuidado é pouco para
aqueles que querem estar livres da contaminação lepra desse mundo (Ap 3:4).
O sacerdote tinha poder de
juiz. Sua autoridade social ia além de fiscalizar doenças contagiosas, ela
tinha que estabelecer a ordem fazendo com que os preceitos da Lei concernentes
à família e outras questões cotidianas fossem respeitados, e em caso de
desobediência cabia a ele a decisão da sentença de acordo com o que estava estabelecido
nos códigos legais de Israel.
A Igreja atual não exerce autoridade no quadro político do país, no
entanto, a liderança da mesma deve ter influência na formação moral de seus
membros para que os mesmos sejam bons exemplos na sociedade como cristãos e
cidadãos. Não se trata simplesmente de dizer o que é certo ou errado e apenas o
que pode ou não pode, mas ensinar o povo a ter uma vida equilibrada de modo que
em tudo glorifiquem o nome de Deus (1ª Co 10:31).
Cabia ainda ao sacerdote
garantir a cada um seu direito de moradia. Até mesmo a alimentação tinha suas
regras estabelecidas para que os mais pobres não passassem fome. Outras
situações como, por exemplo, questões ambientais para proteção da natureza
deveriam também ser observadas. Em tudo isso eram eles também exemplos às
demais nações.
Cuidar do que temos é honrar ao Senhor diante do mundo. Que benefícios
temos oferecido no espaço que ocupamos na sociedade? Respeitar o espaço alheio,
ajudar os menos favorecidos e até mesmo preservar o meio ambiente são detalhes
que pesam muito em nossa “pregação prática” como cidadãos do céu (1ª Co 10:32).
A Lei era minuciosa e incluía
detalhes como colocar um parapeito no telhado das casas, a responsabilização
dos donos em relação aos perigos oferecidos por seus animais, cidades de
refúgio para proteger aqueles que matavam sem intenção e, entre outras coisas,
a proteção do feto e da mulher grávida. Tudo isso porque a vida é o bem maior
na terra que o ser humano recebeu de Deus; algumas coisas poderiam parecer
exageros ou difíceis de se cumprir, mas cada um deveria compreender que era
para o bem de todos.
Você obedece totalmente as leis visando o bem do seu próximo? Viver o
cristianismo implica em observar suas próprias atitudes para ver se não está
prejudicando alguém. Agradar ao Senhor consiste em, muitas vezes, abrir mão de
seus próprios direito ou conforto para que alguém possa se sentir melhor.
Simples atos de renúncia podem conquistar almas para o Reino de Deus (1ª Co 10:33).
A função social envolvia as
três classes do sacerdócio hebreu: o sumo sacerdote, os sacerdotes e os
levitas. Todos estavam envolvidos e sabiam da honra e também do peso que estavam
sobre eles. Sua conduta deveria ser irrepreensível, pois eram eles um espelho
para os demais.
A função social da Igreja hoje também a
envolve como um todo: pastores, cooperadores e membros. Não basta a eles
reunirem-se periodicamente para dar “glória a Deus” e “aleluia” juntos, é
necessário que sua comunhão seja comprovada por meio de seu bom convívio social
primeiramente entre si e depois dentro da sociedade secular. Você se sente
digno de dizer que pode ser imitado por alguém (1ª Co
11:1)?
Jonas M. Olímpio
[1]Pústula: Tumor.
[2]Empola: Bolha.
[3]Apostema: Tumor.
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