domingo, abril 09, 2017

O Calvinismo e o Arminianismo na Assembleia de Deus


Por: João Cruzué

Caros leitores,

Hoje,  fiz uma seleção de cinco textos, de  quatro blogueiros que considero bons analistas e formadores de opinião no meio evangélico. Temos um texto de Victor Leonardo Barbosa (Blog GQL-Geração que Lamba), um texto do Pastor Geremias do Couto (dispensa comentários), dois textos do Júlio Severo (da minha turma de blogueiros de 2005-2007) e, por fim, uma aprofundada análise do irmão Daladier Lima (Blog Reflexões sobre quase tudo).

Em outras oportunidades, vou postar textos de outros blogueiros - tão excelentes quanto estes quatro.

Os assuntos tratados, nos posts destes amigos, são: Eleições da CGADB e a invasão da Teologia da Libertação no meio evangélico - tão sorrateira que você e eu nem demos atenção ao avanço da cobra. Há 10 anos não tenho por costume copiar textos de blogueiros evangélicos. Pode ser que eles não gostem. Não é justificativa, mas meus textos são livres para repercussão, com o devido crédito. Mas as circunstâncias, e as mudanças tão rápidas que estão acontecendo em todas as instituições brasileiros que não posso confiar apenas em meus olhos. 

Blogueiros não costumam ter tempo para fazer leituras em outros blogs - a não ser  os próprios. O egocentrismo é uma doença em nosso meio e me considero, infelizmente, inserido neste mal. Sozinhos, nós podemos formar opinião, mas ainda não temos força necessária para enfrentar as instituições endinheiradas. Nossa arma são as palavras. Textos revestidos de realidade. Análises verdadeiras e aprofundadas. Talvez isto nos leve a ser considerados ovelhas negras. Não podemos nem pensar em radicalismos, porque Deus não dos deu um espírito medroso, mas um Espírito de amor, força e moderação. MODERAÇÃO... gosto muito deste verbete. 

A partir de 2010 houve uma diáspora no pensamento dos blogueiros da velha UBE. Ficamos adultos, respeitados; meu trabalho roubou 90% do meu tempo de escrever, mas, quem sabe, já não seja tempo de nós blogueiros voltar a dialogar entre nós, para fazer análises conjuntas: O que você está vendo hoje no meio secular e no seio da Igreja?  Qual tem sido o meu foco nestas duas coisas hoje? O mal sempre costuma estar 10 passos à nossa frente, porque ele avança de forma gregária. Acho que isto merece uma resposta em bloco.

Com vocês, o primeiro post, de uma série de cinco. Por favor, leia Victor Leonardo Barbosa, abaixo, e os demais nos outros posts.


TEXTO Nº 3

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Texto de Victor Leonardo Barbosa

Blog GQL - Geração que Lamba


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Temos vivido dias turbulentos – tanto no contexto nacional quanto no eclesiástico, em especial no âmbito pentecostal-assembleiano. Além dos problemas políticos, nos deparamos com polêmicas eclesiásticas envolvendo a próxima eleição da CGADB (o que já está quase virando tradição). Há, também, os problemas envolvendo Silas Malafaia e o pastor Paulo Júnior, os quais têm tornado as redes sociais um caldeirão de polêmicas. Todavia, meu foco aqui não é abordar tais polêmicas em particular, mas sim uma que pode ser muito mais duradoura e problemática dentro do contexto assembleiano e pentecostal. Algo que envolve a CPAD, o calvinismo nos arraiais assembleianos e um grupo militante arminiano liderado pelo pastor assembleiano Altair Germano. Busca-se agora resgatar uma suposta "identidade arminiana" que a Assembleia de Deus possui. Por mais zelosa que seja tal militância em prol do arminianismo, a história não é tão simples quanto parece; na verdade, há muita coisa a ser vista e revista.

Tanto arminianismo quanto calvinismo são sistemas teológicos que tocam em pontos nevrálgicos da soteriologia (doutrina da salvação). Ainda que mantenham perspectivas diferentes em alguns pontos de doutrina, ambos devem ter seu legítimo lugar dentro do espectro protestante. Porém, é óbvio que tanto o arminianismo (o qual é subdividido em clássico e wesleyano) quanto o calvinismo (que pode ser subdividido em supralapsário, infralapsário, amiraldiano ou compatibilista) compartilham, pelo menos no sentido histórico do termo, de um ponto de vista comum: o cessacionismo. Com Jacó Armínio, criado dentro do cenário das igrejas reformadas holandesas, a situação não é diferente.

Não era o foco de Armínio (como foi posteriormente o de John Owen) tratar sobre Quakers e revelações particulares. Contudo, em sua obra recentemente publicada pela CPAD, o teólogo holandês trata acerca da Perfeição das Escrituras quase nos mesmos moldes da Confissão de fé de Westminster (na época, ainda não publicada):

"Uma vez que iniciemos a defesa dessa perfeição [da Escritura] contra inspirações, visões, sonhos e outras coisas novas e entusiásticas, afirmamos que, desde a época em que Cristo e seus apóstolos peregrinaram pela terra, nenhuma inspiração de qualquer coisa necessária para a salvação de qualquer indivíduo ou da igreja foi feita a nenhuma pessoa ou congregação de pessoas, coisa essa que não esteja, de uma maneira plena e extremamente perfeita, contida nas sagradas Escrituras."[1]


Na mente reformada de Armínio, as Escrituras não abriam espaço para novas revelações ou manifestações carismáticas (chamadas por ele pelo termo comum da época, "coisas entusiásticas"[2]) – pensamento comum da época antes do Movimento Pentecostal.
E aqui chegamos à raiz do problema: o que o pastor Altair Germano e outros militam, além de expurgar a literatura calvinista da CPAD, é buscar preservar e manter a suposta "identidade arminiana" da Assembleia de Deus. Preservando a identidade que só depois de 100 anos de fundação alguns setores da denominação parecem querer preservar;  sendo que a CPAD somente agora publica as obras do fundador do sistema teológico que leva seu nome. Não é de se estranhar tal falta de atenção ao arminianismo clássico na Assembleia de Deus, que contou com alguns calvinistas desde seus primórdios[3]. A identidade assembleiana não é simplesmente arminiana, mas sim pentecostal. Não é a soteriologia, mas a doutrina do batismo com o Espírito Santo e a doutrina da atualidade dos dons do Espírito que nos definem.

O arminianismo, bem como o calvinismo, nasceu em um ambiente cessacionista, e assim o arminianismo permaneceu por muitos anos (mesmo depois de John Wesley). Há muitos arminianos que são tradicionais e rejeitam tanto o calvinismo quanto o pentecostalismo. Afirmar que a identidade assembleiana depende da doutrina arminiana é não entender realmente em que um pentecostal se distingue dos outros cristãos.

A Assembleia de Deus, diferente de sua prima norte-americana, nasceu dentro de um contexto batista, de uma igreja que foi sustentada por muitos anos pela Southern Baptist Convention, primariamente calvinista. O pentecostalismo recebeu influências do dispensacionalismo, o qual, por sua vez, teve origem entre mestres calvinistas[4]. Ser arminiano e dispensacionalista não faz de um cristão um pentecostal, ainda que um pentecostal em geral seja arminiano (e também dispensacionalista). A doutrina pentecostal tem verdadeiro impacto na pneumatologia e eclesiologia, o que dá seu diferencial e identidade própria. Um pentecostal não procura ser original nas doutrinas protestantes clássicas, como acertadamente diz  um dos teólogos mais importantes do início da assembleia de Deus americana, Daniel W. Kerr:

"Temos, portanto, tudo quanto os outros receberam, e recebemos mais essa verdade. Vemos tudo quanto eles veem, mas eles não veem o que nós vemos."[5]

O grande diferencial da fé pentecostal é justamente enfatizar uma verdade negligenciada dentro da igreja: o revestimento de poder e a atualidade dos dons espirituais em um vibrante ministério do Espírito na vida do Corpo de Cristo. Nesse aspecto, tanto o arminianismo quanto o calvinismo podem encontrar espaço.

É bem verdade que a assembleia de Deus no Brasil é tradicionalmente arminiana, mas durante 100 anos ela nunca foi confessionalmente arminiana.  O que acontece é que, com o aumento de calvinistas dentro da assembleia de Deus (como nunca visto antes), o que se tem é uma guerra soteriológica, e não de identidade. Se há problema na identidade assembleiana, o problema não deve ser procurado no calvinismo, mas em outros fatores importantes, alguns dos quais já foi ventilado pelo autor deste blog e por outros irmãos da fé, inclusive pelo próprio pastor Altair Germano.

O propósito deste artigo é apenas criticar a atitude combativa e desnecessária vista em especial pela pessoa do amador pastor Altair, o qual muito já contribuiu em outras áreas para a fé pentecostal, mas que neste caso em particular, se afunda em uma controvérsia desnecessária e infantil, uma cruzada que não alimenta um espírito irênico no cristianismo protestante ortodoxo, erra o alvo e ataca quem não se deve atacar e fere quem não deve ser ferido.

Mas e quanto a visões teológicas distintas que autores não pentecostais promulgam contra a fé pentecostal, como John Macarthur e R. C. Sproul, serem publicadas pela editora confessional? A resposta a isso não é difícil, porém exige uma atenção maior, que não se dará neste, mas em outro artigo. O que se pode dizer simplesmente é que não há diretamente em Armínio uma conexão com a fé pentecostal. Argumentar em prol do arminianismo não é defender, de maneira sinônima, a fé pentecostal. Armínio, afinal, nunca defendeu a atualidade dos dons, e ao que parece, nunca pretendeu fazê-lo.

Soli Deo Gloria.

Notas:

1. ARMÍNIO, Jacó. As Obras de Armínio (Vol. II). Tr. Degmar Ribas. Rio de Janeiro: CPAD, 2015, p.23.
2. Pode-se tentar argumentar que Armínio não proíbe certa manifestação espiritual, desde que esta esteja em harmonia com  a Escritura. Porém, isso não é o mesmo que argumentar acerca da atualidade dos dons como defendido pela fé pentecostal. As manifestações espirituais aqui são vistas mais como exceção do que como regra. Na verdade, a própria confissão de Westminster, assim como Armínio, sujeita qualquer experiência, ou "espíritos particulares" (na tradução brasileira "opiniões particulares") a se sujeitarem à Bíblia. Assim como a confissão, Armínio quer defender a Escritura como suprema e suficiente em questões doutrinárias e da salvação apontando-a como a fonte da teologia, em contraste com a suposta autoridade papal ou qualquer manifestação espiritual. Tal tipo de opinião foi também defendida por puritanos; entre eles, destaca-se Richard Baxter, por exemplo. Para mais informações nesta questão, o leitor pode consultar a obra de Wayne Grudem, O Dom de Profecia: do Novo Testamento aos dias atuais.
3. Falei acerca disso em outro artigo, disponível no seguinte link: http://teologiapentecostal.blogspot.com.br/2014/06/as-origens-batistas-da-assembleia-de.html.
4.Disponível em: http://www.chamada.com.br/mensagens/calvinismo_dispensacionalismo.html.
5. Citado em MCGEE, Gary B.Panorama Histórico in: Teologia Sistemática: uma perspectiva pentecostal. Tr. Gordon Chow.Rio de Janeiro: CPAD, 1996. p.17.

Russia reconhece Jerusalém como a Capital de Israel

Por: João Cruzué

Caros leitores,

Hoje,  fiz uma seleção de cinco textos, de  quatro blogueiros que considero bons analistas e formadores de opinião no meio evangélico. Temos um texto de Victor Leonardo Barbosa (Blog GQL-Geração que Lamba), um texto do Pastor Geremias do Couto (dispensa comentários), dois textos do Júlio Severo (da minha turma de blogueiros de 2005-2007) e, por fim, uma aprofundada análise do irmão Daladier Lima (Blog Reflexões sobre quase tudo).

Em outras oportunidades, vou postar textos de outros blogueiros - tão excelentes quanto estes quatro.

Os assuntos tratados, nos posts destes amigos, são: Eleições da CGADB e a invasão da Teologia da Libertação no meio evangélico - tão sorrateira que você e eu nem demos atenção ao avanço da cobra. Há 10 anos não tenho por costume copiar textos de blogueiros evangélicos. Pode ser que eles não gostem. Não é justificativa, mas meus textos são livres para repercussão, com o devido crédito. Mas as circunstâncias, e as mudanças tão rápidas que estão acontecendo em todas as instituições brasileiros que não posso confiar apenas em meus olhos. 

Blogueiros não costumam ter tempo para fazer leituras em outros blogs - a não ser  os próprios. O egocentrismo é uma doença em nosso meio e me considero, infelizmente, inserido neste mal. Sozinhos, nós podemos formar opinião, mas ainda não temos força necessária para enfrentar as instituições endinheiradas. Nossa arma são as palavras. Textos revestidos de realidade. Análises verdadeiras e aprofundadas. Talvez isto nos leve a ser considerados ovelhas negras. Não podemos nem pensar em radicalismos, porque Deus não dos deu um espírito medroso, mas um Espírito de amor, força e moderação. MODERAÇÃO... gosto muito deste verbete. 

A partir de 2010 houve uma diáspora no pensamento dos blogueiros da velha UBE. Ficamos adultos, respeitados; meu trabalho roubou 90% do meu tempo de escrever, mas, quem sabe, já não seja tempo de nós blogueiros voltar a dialogar entre nós, para fazer análises conjuntas: O que você está vendo hoje no meio secular e no seio da Igreja?  Qual tem sido o meu foco nestas duas coisas hoje? O mal sempre costuma estar 10 passos à nossa frente, porque ele avança de forma gregária. Acho que isto merece uma resposta em bloco.

Com vocês, o primeiro post, de uma série de cinco. Por favor, leia Júlio Severo, abaixo, e os demais nos outros posts.


TEXTO Nº 4



JULIO SEVERO

juliosevero.blogspot.com.br
Nenhuma nação do mundo reconhece a Cidade Santa como a capital de Israel. Aliás, nenhuma nação do mundo reconhece parte alguma de Jerusalém como pertencente a Israel. Ainda que muitos presidentes dos EUA tenham prometido, em suas campanhas, fazer tal reconhecimento, nenhum deles pôde ou quis cumprir suas próprias promessas.
O mais recente prometedor, o presidente americano Donald Trump, estava antes de sua posse muito entusiasmado sobre mudar a embaixada americana em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Mas logo que foi empossado seu entusiasmo desapareceu. Hoje, ninguém no governo Trump fala sobre essa mudança, que poderia colocar em perigo a solução de dois estados, a qual de acordo com a analista histórica e política israelense Caroline Glick, tem sido o coração da política dos EUA para o Oriente Médio.
De acordo com o WND (WorldNetDaily), Glick disse:
“Ironicamente, a solução de dois Estados está entre as políticas mais irracionais e fracassadas que os Estados Unidos já adotaram. Nos noventa anos passados, tentou-se a solução de dois Estados mais de dez vezes, e fracassou de forma desastrosa em cada uma dessas vezes. Entre 1970 e 2013, os Estados Unidos apresentaram nove diferentes planos de paz para Israel e os palestinos, todos com base na solução de dois Estados — e nos vinte anos passados, a solução de dois Estados tem sido o coração da política dos EUA para o Oriente Médio.”
Presidentes americanos esquerdistas e direitistas têm seguido há décadas a solução fracassada de dois estados. Presidentes americanos conservadores e liberais têm há décadas prometido reconhecer Jerusalém como a capital de Israel…
E agora a Rússia sob o presidente Vladimir Putin foi a frente das muitas promessas americanas sobre Jerusalém sem, lamentavelmente, desrespeitar a tradicional solução fracassada de dois estados para Israel, fielmente seguida pelos EUA.
Até mesmo a promessa de Trump, se tivesse sido cumprida, de mudar a embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém constituiria reconhecer, de acordo com o Jerusalem Post, só Jerusalém ocidental, sem incluir Jerusalém oriental, como a capital de Israel.
A solução de dois estados para Israel e Jerusalém não é aceita por Deus e sua Palavra, a Bíblia. A solução de dois estados, como vista e planejada pelos EUA e Rússia, não é o que Deus quer.
É uma vergonha que os Estados Unidos, a nação mais protestante do mundo, não reconheça parte alguma de Jerusalém como a capital de Israel. A Rússia é a maior nação cristã ortodoxa do mundo e é compreensível que não tenha a visão evangélica sobre Israel e Jerusalém. O Brasil, a maior nação católica do mundo, não tem nenhum interesse em reconhecer parte alguma de Jerusalém como a capital de Israel. Mas os EUA, com seu belo legado evangélico, deveriam fazer mais do que a Rússia e o Brasil. Deveriam rejeitar totalmente a solução de dois estados e deveriam reconhecer Jerusalém inteira (ocidental e oriental) como a capital de Israel.
Lamentavelmente, a promessa não cumprida de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel era aplicável só a Jerusalém ocidental. Nesse aspecto, Putin o ultrapassou de forma grande.
A reportagem a seguir, escrita por Herb Keinon, é do Jerusalem Post:
A Rússia reconhece Jerusalém ocidental como capital de Israel, o Ministério das Relações Externas da Rússia declarou num anúncio surpreendente, obtido exclusivamente pelo The Jerusalem Post.
O anúncio chega em um tempo em que o governo do presidente americano Donald Trump está se sentindo angustiado com a decisão de mudar ou não sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, uma mudança que equivaleria a reconhecer Jerusalém ocidental como a capital de Israel. Nenhum outro pais do mundo reconhece parte alguma de Jerusalém como capital de Israel.
A declaração emitida pelo Ministério das Relações Externas da Rússia diz: “Reafirmamos nosso compromisso para com os princípios aprovados pela ONU de um acordo palestino-israelense, que inclui a condição de Jerusalém oriental como a capital do futuro Estado palestino. Ao mesmo tempo, devemos declarar nesse contexto que vemos Jerusalém ocidental como a capital de Israel.”
Essa é uma mudança forte na política russa, que até agora sustentava formalmente que Jerusalém deveria eventualmente ficar sob regime internacional permanente. A declaração aparece em inglês no site russo do Ministério das Relações Externas da Rússia.
Embora autoridades em Jerusalém interpretassem a declaração como significando que o reconhecimento de Jerusalém ocidental como a capital de Israel só ocorrerá quando Jerusalém oriental se tornar a capital de um Estado palestino, o The Jerusalem Post foi informado de que o governo russo pretende que esse reconhecimento entre em vigor imediatamente.
O embaixador da Rússia em Israel vai se encontrar com autoridades do Ministério das Relações Exteriores para discutir a decisão do governo russo e suas implicações…

Cadastro irregular de pastores na eleição CGADB 2017


Por: João Cruzué

Caros leitores,

Hoje,  fiz uma seleção de cinco textos, de  quatro blogueiros que considero bons analistas e formadores de opinião no meio evangélico. Temos um texto de Victor Leonardo Barbosa (Blog GQL-Geração que Lamba), um texto do Pastor Geremias do Couto (dispensa comentários), dois textos do Júlio Severo (da minha turma de blogueiros de 2005-2007) e, por fim, uma aprofundada análise do irmão Daladier Lima (Blog Reflexões sobre quase tudo).

Em outras oportunidades, vou postar textos de outros blogueiros - tão excelentes quanto estes quatro.

Os assuntos tratados, nos posts destes amigos, são: Eleições da CGADB e a invasão da Teologia da Libertação no meio evangélico - tão sorrateira que você e eu nem demos atenção ao avanço da cobra. Há 10 anos não tenho por costume copiar textos de blogueiros evangélicos. Pode ser que eles não gostem. Não é justificativa, mas meus textos são livres para repercussão, com o devido crédito. Mas as circunstâncias, e as mudanças tão rápidas que estão acontecendo em todas as instituições brasileiros que não posso confiar apenas em meus olhos. 

Blogueiros não costumam ter tempo para fazer leituras em outros blogs - a não ser  os próprios. O egocentrismo é uma doença em nosso meio e me considero, infelizmente, inserido neste mal. Sozinhos, nós podemos formar opinião, mas ainda não temos força necessária para enfrentar as instituições endinheiradas. Nossa arma são as palavras. Textos revestidos de realidade. Análises verdadeiras e aprofundadas. Talvez isto nos leve a ser considerados ovelhas negras. Não podemos nem pensar em radicalismos, porque Deus não dos deu um espírito medroso, mas um Espírito de amor, força e moderação. MODERAÇÃO... gosto muito deste verbete. 

A partir de 2010 houve uma diáspora no pensamento dos blogueiros da velha UBE. Ficamos adultos, respeitados; meu trabalho roubou 90% do meu tempo de escrever, mas, quem sabe, já não seja tempo de nós blogueiros voltar a dialogar entre nós, para fazer análises conjuntas: O que você está vendo hoje no meio secular e no seio da Igreja?  Qual tem sido o meu foco nestas duas coisas hoje? O mal sempre costuma estar 10 passos à nossa frente, porque ele avança de forma gregária. Acho que isto merece uma resposta em bloco.

Com vocês, o primeiro post, de uma série de cinco. Por favor, leia o Pr. Geremias do Couto, abaixo, e os demais nos outros posts.


TEXTO Nº 5


Pastor Geremias do Couto

Mortos são inscritos para votar na CGADB

Pr. Geremias do Couto
Com mais de 10 mil inscrições irregulares para votar nas eleições da CGADB já canceladas liminarmente em Primeira Instância pela Comarca de Corumbá, GO, o jogo da contra-informação corre solto nas redes virtuais, com o intuito de confundir a cabeça dos que terão a responsabilidade de eleger a nova Mesa Diretora da instituição. Mas infelizmente, para nossa profunda tristeza e amargura, essa é a verdade. A ética foi para o espaço em nome da busca pelo poder a qualquer preço.

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Para exemplificar, reproduzo abaixo seis dos 19 "prints" de tela que recebi ontem do interior de São Paulo. Preservo nomes e CPFs para não ferir a privacidade garantida pela Constituição. Mas tenho tudo documentado. São de alguns pastores que tiveram a surpresa de ver os seus nomes inscritos de forma indevida, sem a sua autorização, com números de celulares e emails falsos. Mas o pior vem agora, pasmem leitores do blog. Entre eles há um que está desligado há mais de 10 anos da CGADB e cinco falecidos, com os seguintes nomes e datas: Francisco Fernandes Sobrinho - 24/03/2012, João Lemes de Jesus, 01/01/2006, Sebastião Augusto Mendes, 01/04/2016, Benevides dos Santos (sem data) e Justo Amancio Costa, 23/03/2011. É algo nunca visto na CGADB. Ainda assim, a Comissão Eleitoral indeferiu de pronto as representações que levantaram tais irregularidades sem sequer checar as denúncias, razão porque a Justiça teve de ser acionada. 

Isso é apenas uma amostra, mas não se trata de caso pontual, como alguns poderão alegar. É o retrato em preto e branco do comportamento generalizado que tomou conta entre os cabeças que conduzem a campanha da situação. Enquanto apelam para Deus, como se ele concordasse com esse jogo escuso, não sentem o mínimo de escrúpulo em inscrever aos mutirões pastores que sequer sabem que estão inscritos, alguns dos quais sequer já não estão mais entre nós. Com que finalidade? Só resta uma hipótese: colocar terceiros para votar no lugar de pastores inscritos irregularmente.

Já passamos do ponto há muito tempo! Estamos pior do que o povo de Israel em seu estado mais degradante. Creio que já transbordamos a taça da ira de Deus, que, sem demora, pode vir sobre nós em forma de juízo. Mas temos uma oportunidade através do nosso voto. Não podemos desperdiçá-la. É hora de dar um basta neste tipo de administração vergonhosa. É hora de dizer que queremos romper com esse ciclo em busca de uma administração sadia e transparente, que transforme a CGADB num instrumento de fato para servir aos pastores e às igrejas.

Chega de autoritarismo na CGADB!

Fonte: http://geremiasdocouto.blogspot.com.br/




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