quinta-feira, novembro 03, 2016

O CULTO ACEITÁVEL A DEUS



Por Pr. Silas Figueira

Texto base: Gn 4.1-11 

INTRODUÇÃO

Temos vivido um tempo difícil para a Igreja do Senhor Jesus. Quando digo “Igreja” eu me refiro àquelas pessoas que tem compromisso com Cristo e não aquelas pessoas que frequentam as nossas igrejas, mas que estão longe de um real compromisso com o Mestre. 

E esse tempo difícil se resume no tipo de culto que se tem apresentado ao Senhor em muitos templos espalhados por aí, e também no nosso dia a dia – pois o culto não se resume a um ajuntamento eclesiástico, o culto é o nosso testemunho diário numa sociedade perdida. O que temos presenciado em muitas comunidades é um culto sem compromisso com o “Ser cultuado”, nesse caso com Deus. Assim como Caim, há muitas pessoas apresentando a Deus um culto não aceitável, diferentemente de Abel que ofereceu a Deus o melhor de si e do seu rebanho. 

O que tem havido é uma expressão de fé que não é sadia, pois está adoentada pela carne, pelos desejos mundanos, pela falta de seriedade na adoração. Há um emocionalismo a flor da pele, mas que não passa de pura piegas. É uma fé que quer sentir o sobrenatural, mas que não encara o dia a dia com suas dificuldades e lutas diárias. É gente que quer ouvir: “É só vitória!”, mas se esquece, ou não sabe que não há vitória sem luta; e que a vitória que o Senhor tem para o Seu povo vai muito além de alcançar algum benefício nesta terra. Uma fé sadia e madura reconhece o sobrenatural de Deus e não necessita de intervenções miraculosas para provar que Deus é real. O cristão sadio não busca a Deus para que mude as circunstâncias num passe de mágica, mas confia que Deus o ajudará em meio a tribulações, disse John Stott [1].

E pensando nessa maturidade que eu quero analisar esse texto de Gênesis 4.1-11 onde encontramos Abel e Caim, esses dois irmãos, oferecendo os seus sacrifícios, o seu culto ao Senhor. Porque que um foi aceito e o outro não e as consequências que isso causou na vida desses dois irmãos. 

O que podemos aprender com esse episódio nos primórdios da humanidade?

EM PRIMEIRO LUGAR APRENDEMOS AQUI QUE A ADORAÇÃO É INDIVIDUAL (Gn 4.3,4).

“Passado algum tempo, Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho” (NVI).

O que é adoração? Poderíamos dizer que é uma honra que se presta a Deus, em virtude do que Deus é e do que significa para os que O adoram. A palavra hebraica que mais se usa para adoração no Velho Testamento significa inclinar-se. No caso, por exemplo, em Gn 18.2. A palavra grega que geralmente se utiliza no Novo Testamento proskuneo, e significa prestar honra, tanto a Deus como aos homens.

Observe que o texto nos diz que cada um trouxe a sua oferta, e ofertas diferentes; isso é mais uma prova que a forma como me chego a Deus é de forma individual. Podemos adorar em comunidade, mas a adoração sempre será individual. A prova é que o Senhor aceita a adoração de Abel e rejeita a de Caim.

Veja o que o Senhor nos fala no Salmo 139.1-3:

Senhor, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me sento e quando me levanto; de longe percebes os meus pensamentos. Sabes muito bem quando trabalho e quando descanso; todos os meus caminhos são bem conhecidos por ti (NVI).

O Senhor sonda indivíduos, ainda que estejam adorando em comunidade.
  
EM SEGUNDO LUGAR APRENDEMOS AQUI QUE NEM TUDO QUE SE CHAMA “ADORAÇÃO” É ACEITÁVEL A DEUS (Gn 4.4c,5a). 

“O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta, mas não aceitou Caim e sua oferta”(NVI).

O Senhor Jesus não está preocupado com a minha oferta, mas como eu levo a minha oferta. Veja que o Senhor se agrada de Abel e depois da sua oferta. Deus esquadrinha o coração do adorador, o que eu dou é secundário. Observe, por exemplo, a passagem em que o Senhor está diante do gazofilácio vendo as pessoas ofertarem no templo (Mc 12.41-44):

“Jesus sentou-se em frente do lugar onde eram colocadas as contribuições, e observava a multidão colocando o dinheiro nas caixas de ofertas. Muitos ricos lançavam ali grandes quantias. Então, uma viúva pobre chegou-se e colocou duas pequeninas moedas de cobre, de muito pouco valor. Chamando a si os seus discípulos, Jesus declarou: Afirmo-lhes que esta viúva pobre colocou na caixa de ofertas mais do que todos os outros. Todos deram do que lhes sobrava; mas ela, da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver” (NVI).
O Senhor Jesus viu os ofertantes antes de ver a oferta oferecida. Uns davam sobra, a viúva deu tudo. 

Notemos as condições para a adoração. Podemos apresentar pelo menos três condições para uma adoração aceitável:

1º - A adoração tem que vir de um coração regenerado – O homem natural não tem capacidade própria para adorar a Deus; nem mesmo tem direito aos privilégios do Reino de Deus. O Senhor não aceita a adoração de quem não se submete aos termos da sua aliança (SI 50.16-17). O pecador não regenerado não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3). O homem natural não pode compreender as coisas espirituais (1 Co 2.12-16).

Por isso que o autor de Hebreus disse que “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam” (Hb 11.6 – NVI).

2º - A adoração tem que ser em Espírito (Jo 4.24) – Isto significa adoração em conformidade com a natureza de Deus. Deus é espírito e, em razão disto, somente pode ser adorado “em espírito”. E assim como nascemos de novo – nascidos do Espírito – ou seja, regenerados, a nossa adoração deve ser de acordo com a nossa nova natureza.  

3º - A adoração tem que ser em Verdade (Jo 4.24) – Isto diz respeito aos motivos e à vida do adorador. Se quanto à natureza do culto temos de adorar em espírito, quanto aos motivos temos de adorar em verdade; temos de trazer à presença de Deus um espírito cheio de sinceridade, honestidade e verdade.

Portanto, um culto formal, orientado por uma “ordem” humanamente estabelecida, pode ser muito atraente e bonito, mas não é culto verdadeiro. A adoração a Deus não consiste em rituais complicados e cerimônias pomposas. Esses artifícios humanos podem, quando muito, provocar emoção e, não raro, salvam as aparências, satisfazem o orgulho e vaidade humana, mas não alegram o coração de Deus.

John Stott diz que a primeira característica da adoração de coração é que ela se baseia na razão; a mente está totalmente envolvida. Na Bíblia, o “coração” não equivale simplesmente às emoções como na linguagem atual. No pensamento bíblico, o “coração” é o centro da personalidade humana e é, muitas vezes, usado para enfatizar mais o intelecto do que as emoções [2]. 

O apóstolo Paulo deixou isso bem claro quando disse que o nosso culto tem que ser um “culto racional” (Rm 12.1). Racional vem da palavra grega logikos. Nesta palavra, não é difícil ver a ideia da lógica ou raciocínio.

Por isso que em Atos 16.14 nos diz que o Senhor abriu o entendimento de Lídia para atender à mensagem de Paulo.

Por exemplo, os samaritanos aceitavam o Pentateuco, mas rejeitavam a revelação posterior que Deus fez de si mesmo por meio dos profetas. Tendo a Lei sem os profetas, o conhecimento divino dos samaritanos era incompleto. Então, a “verdadeira adoração” é a “adoração em verdade”; é a adoração de Deus Pai como ele se revelou plena e finalmente em Jesus Cristo. Se a adoração samaritana estava (para dizer o mínimo) empobrecida por causa da rejeição ao ensinamento dos profetas, grande parte da adoração judaica estava corrompida pelo ritualismo [3].

Através da Sua Palavra o Senhor se revela e nos revela como devemos adorá-Lo. Por isso a necessidade de conhecermos a Sua Palavra para podermos adorá-Lo de forma correta. 
   
EM TERCEIRO LUGAR APRENDEMOS AQUI QUE O SENHOR QUER RESTAURAR O CORAÇÃO DO ADORADOR (Gn 4.5b-7).

“Por isso Caim se enfureceu e o seu rosto se transtornou. O Senhor disse a Caim: Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”.

O Senhor não aceitou nem a Caim nem a seu sacrifício, pois não se agradara de Caim. Tudo indica que Caim não se apresentou diante do Senhor com o seu coração totalmente rendido a Ele. 

Mas o Senhor não desistiu de Caim. O Senhor tentou restaurá-lo, trazer-lhe a consciência de que ele é quem estava errado, e que se ele agisse de forma correta seria aceito. No entanto Caim não ouviu o conselho amoroso do Senhor e se deixou dominar pelo pecado.

Por que o Senhor rejeitou a oferta de Caim e por que Caim não aceitou a correção do Senhor? Creio que há somente uma resposta para esta pergunta: Porque Caim era do maligno (1Jo 3.12).

Não sejamos como Caim, que pertencia ao Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque suas obras eram más e as de seu irmão eram justas”.  

O apóstolo João diz que Caim é um símbolo do mundo que nos odeia (1Jo 3.13). Caim odiou Abel não porque Abel era mau, mas porque Abel era piedoso. Não foram os pecados de Abel que inflamaram seu ódio, mas as virtudes. A retidão de Abel atormentava Caim. O mesmo aconteceu com Davi em relação a Urias. 

Caim não era um ateu. Ele era um religioso. Ele fazia oferendas a Deus. Seu ódio brota neste contexto da prática religiosa. Vamos ver o processo da rebeldia espiritual de Caim.

1º - Caim quis adorar a Deus sem observar os preceitos de Deus. A aproximação de Deus se dava por meio do sangue (Gn 4.4). O sangue dos animais apontava para o sacrifício de Cristo na cruz (Rm 3.24-26). Todos os sacrifícios apontavam para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Hb 9.22). Quando Caim trouxe a Deus um sacrifício incruento, ele estava desprezando o caminho de Deus, a Palavra de Deus, as prescrições do culto divino. Queria abrir até Deus um caminho pelos esforços, o caminho das obras. O caminho de Caim é o caminho do humanismo idolátrico, o caminho das obras de justiça separado da graça (Jd 11). 

Em outras palavras ele quis dizer: eu cultuo do meu jeito, da minha maneira, segundo a minha vontade. Assim como há pessoas que dizem que são servas de Cristo, mas não frequentam igreja, pois não há necessidade de estar na igreja para adorá-lo, segundo eles. Mas também não há nenhum testemunho na vida de que tem compromisso com Ele. 

Mas há uma segunda interpretação dessa passagem. Para alguns teólogos não foi porque Caim não ofereceu um sacrifício incruento que o Senhor o rejeitou, mas por falta de compromisso com Deus, e falta de temor, já que ele era do maligno. Derek Kidner diz que é um argumento precário afirmar que a ausência de sangue desqualificou a oferta de Caim (cf. Dt 26.1-11); tudo que é explicito aqui é que Abel ofereceu a fina flor do seu rebanho e que o espírito de Caim era arrogante (v. 5; cf. Pv 26.27). O Novo Testamento infere as implicações adicionais e importantes de que a vida de Caim, diversamente da de Abel, desmentia sua oferenda (1Jo 3.12) e de que para aceitação de Abel, sua fé foi decisiva (Hb 11.4) [4]. 

2º - Caim quis prestar culto a Deus sem examinar o próprio coração. Caim pensou que poderia separar o culto da vida. Ele pensou que Deus estivesse buscando adoração e não adoradores. Se nossa vida for de Deus e não estiver certa em Deus, o nosso culto será abominável aos olhos do Senhor. Pois o Senhor não se agrada de rituais separados da vida. Culto sem vida é abominação para Deus (Is 1.13,14; Am 5.21-23; Ml 1.10).

3º - Caim quis prestar culto a Deus com o coração cheio de ódio e inveja do seu irmão Abel. De nada adianta trazermos ofertas a Deus se o coração for um poço de inveja e ódio. A relação com Deus não pode estar certa se a relação com o próximo estiver quebrada. Antes de trazer a oferta ao altar precisamos nos reconciliar com os nossos irmãos (Mt 5.23,24). Antes de Deus aceitar a oferta, ele precisa aceitar o ofertante.

Não podemos separar o culto da vida. A raiz do problema de Caim era a inveja. Ele se desgostou ao ver que Deus havia aceitado seu irmão e sua oferta, ao passo que ele mesmo e sua oferta foram rejeitados. Caim preferiu eliminar o seu irmão a imitá-lo. A inveja de Caim o levou a tapar os olhos e os ouvidos para o aprendizado [5]. 

EM QUARTO LUGAR APRENDEMOS AQUI QUE UM CORAÇÃO QUE NÃO QUER SER RESTAURADO O PECADO ENTRA E DESTRÓI (Gn 4.8-10).

A Bíblia é clara em mostrar que o ódio de Caim era originado pelo diabo, no maligno, e que acabou no assassinato do próprio irmão. A palavra grega esphaxen significa literalmente cortar a garganta ou degolar. Não é só o pecado em geral que procede do diabo, mas o ódio e o homicídio em particular, pois, como dissera Jesus, o “diabo... foi homicida desde o princípio” (Jo 8.44). Inveja – ódio – assassinato é uma sequência natural e terrível [6].

Caim mata o seu irmão no coração, depois o envolve em uma mentira e por fim o assassina. O homicídio foi tão somente o resultado do que ele já vinha sendo, e não o começo da sua iniquidade (1Jo 3.15). 

Com essa atitude Caim colheu frutos amargos em sua vida.

1º - Tornou-se o primeiro homicida da terra. Ele não matou um estranho, mas um que era carne de sua carne, o seu próprio irmão. E tudo por inveja, por ser seu irmão justo e ele não.

2º - Trouxe tristeza duas vezes para sua família. Primeiro por ter assassinado o seu irmão Abel e segundo, por ter deixado a companhia de seus pais, ou seja, seus pais perderam os seus dois filhos.

3º - Ele se tornou uma pessoa amaldiçoada pelo Senhor (Gn 4.10-12,15). Diz o texto que Caim foi marcado pelo Senhor para que ninguém o matasse. Esse sinal que ninguém sabe o que é, mas esse sinal visava tanto à sua proteção quanto para mostrar o desprezo do Senhor por ele. 

A vida de Caim é um exemplo da fúria do pecado no coração do homem. O quanto ele é destrutivo e as suas consequências extremamente danosas. Ele não só destrói a pessoa que o carrega, mas também as pessoas ao redor, é só olharmos para a nossa sociedade e veremos as suas consequências. 
   
EM QUINTO LUGAR APRENDEMOS AQUI QUE A VERDADEIRA ADORAÇÃO NÃO É VÃ(Hb 11.4).

“Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício superior ao de Caim. Pela fé ele foi reconhecido como justo, quando Deus aprovou as suas ofertas. Embora esteja morto, por meio da fé ainda fala” (NVI).

Abel era um homem justo por causa da sua fé (Mt 23.35), por isso que ele é exemplo para todos nós hoje.  

Mas entenda uma coisa: a fé não nos isenta de sermos perseguidos, de passarmos por tribulações, muito menos de sermos mortos. Tudo isso o Senhor já nos havia alertado que passaríamos nesta terra e ao lermos a história da Igreja, seja no Novo Testamento quanto na própria história da Igreja no mundo vemos isto de forma muito clara. 

Desconforto é realidade. Dor é realidade. Conflito é realidade. Batalha espiritual é realidade. A fé sadia nos ajuda a aceitar todas essas realidades bíblicas, sendo beneficiados pela realidade da presença e ajuda de Cristo. Uma fé tóxica e doente nega o lado negro, criando, assim, um conflito ainda maior [7]. 

Como disse Pedro em sua primeira carta: 

“Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria. Se vocês são insultados por causa do nome de Cristo, felizes são vocês, pois o Espírito da glória, o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. Se algum de vocês sofre, que não seja como assassino, ladrão, criminoso, ou como quem se intromete em negócios alheios. Contudo, se sofre como cristão, não se envergonhe, mas glorifique a Deus por meio desse nome. Pois chegou a hora de começar o julgamento pela casa de Deus; e, se começa primeiro conosco, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? E, “se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” Por isso mesmo, aqueles que sofrem de acordo com a vontade de Deus devem confiar sua vida ao seu fiel Criador e praticar o bem” (1Pe 4.12-19 - NVI).

CONCLUSÃO

A história de Abel e Caim é um alerta para todos nós, pois afinal de contas somos adoradores. Adoramos a um único Deus verdadeiro que quer ser adorado em espírito e em verdade, ou seja, devemos adorá-lo com todo o nosso ser e firmados na Sua Palavra. Assim procedeu Abel, por isso foi aceito diante do Senhor, ele, em primeiro lugar e depois a sua oferta. No entanto, Caim, por ser do maligno, agiu segundo a sua vontade e Satanás encheu o seu coração de ódio do seu irmão por este ser piedoso. 

Mas devemos nos lembrar das palavras de Jesus que nos alertou dizendo: “Se o mundo os odeia, tenham em mente que antes me odiou” (Jo 15.18 – NVI). Ser odiado faz parte da vida cristã, não pense que seremos sempre amados por sermos fiéis ao Senhor. E muitas vezes o ódio virá de pessoas próximas a nós. De gente que amamos, mas que, infelizmente, nos odeiam.

Que o nosso coração esteja guardado desse sentimento maligno. Que façamos o que o Senhor nos orientou a fazermos: “vigiar e orar para não cairmos em tentação” (Mt 26.41).

Pense nisso!

Notas

1 – Felton, Jack e Arterburn, Stephen. Mais Jesus, menos religião. Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP: 2002, p: 19.
2 – Stott, John. As Controvérsias de Jesus. Editora Ultimato, Viçosa, MG: 2015, p. 139.
3 – Ibid, p. 140.
4 – Kidner, Derek. Gênesis, Introdução e Comentário. Editora Mundo e Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1985, p. 70.
5 – Lopes, Hernandes Dias. 1, 2, 3 João, Como ter garantia de salvação. Editora Hagnos, São Paulo, SP, 2010, p. 171, 172.
6 – Stott, John R. W. I, II e III João introdução e comentário, Editora Mundo Cristão e Edições Vida Nova, São Paulo, SP, 1988, p. 120.
7 – Felton, Jack e Arterburn, Stephen. Mais Jesus, menos religião. Editora Mundo Cristão, São Paulo, SP: 2002, p: 17.

terça-feira, outubro 18, 2016

Até que Ponto Posso Me Expor nas Redes Sociais?

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

A exposição pessoal nas redes sociais
de forma imprudente já causou sérios
problemas entre adolescentes e
jovens como, por exemplo, divisão
familiar, desilusões amorosas,
atos de violência, depressão e até
suicídios; por isso, ao revelar suas
intimidades ao público, deve analisar
se vale a pena correr tanto risco.
    Nos dias atuais, em que a maioria vive constantemente online, podemos afirmar seguramente que não há nada tão real quanto a vida virtual[1]. Isso porque, de uma forma ou de outra, muitos - principalmente jovens e adolescentes - adquiriram o péssimo hábito de expor quase todas as suas atividades cotidianas em redes sociais, fazendo delas uma espécie de “diário” em que costumam publicar até mesmo intimidades como frustrações sentimentais, limitações físicas, segredos profissionais e problemas familiares. E mesmo os que não têm o costume de acessar rotineiramente ou se abrir tanto em tais redes, estão ativas sim no mundo virtual por meio de e-mails, sites de compras, portais de pesquisas, blogs informativos, aplicativos de chat no celular ou sistemas interligados de empresas ou escolas aonde, de alguma maneira, acabam tendo que divulgar algum tipo de informação pessoal, situação essa que se não for administrada com prudência pode expô-los à uma série de perigos que vão desde simples fofocas que geralmente não surtem nenhum efeito como até a riscos maiores que podem facilitar até a ação de criminosos. Mas como ficar “off” num mundo cada vez mais dominado pela tecnologia? Na verdade, não é preciso se desligar, mas se policiar aprendendo a desenvolver um estilo de comportamento defensivo que te permita usufruir do melhor que a interatividade[2] moderna tenha a oferecer sem ser vítima de seus malefícios levado pela sua própria ingenuidade por meio da curiosidade ou da necessidade, expondo-se imprudentemente.
    Em Provérbios 11:13, a Palavra de Deus nos ensina que “o mexeriqueiro[3] espalha segredos, mas a pessoa séria é discreta[4]”; embora em seu contexto, esse versículo se refira a pessoas que se intrometem na vida dos outros, essa realidade se aplica também àqueles que não conseguem guardar nem seus próprios segredos. Baseado nesse princípio, referindo-se ao uso das redes sociais, como da internet de um modo geral, seria bom você refletir: “Como está o meu perfil diante daqueles que me observam?”. Expor-se demais revela um caráter ingênuo e indigno de confiança. No caso de jovens solteiros há ainda algumas particularidades que exigem cuidados especiais, pois esses meios de comunicação interativa têm se tornado uma vitrine para aqueles que procuram alguém para se relacionar afetivamente; e é aí que mora um grande perigo: “Por quem eu estou sendo visto, e para quem estou passando essas informações?”. Analisemos alguns erros que mais colocam em risco aqueles navegam imprudentemente:
1 - Postar fotos sensuais:
    Além do pecado da sensualidade, as pessoas - principalmente as garotas - que postam fotos que mostrando seu próprio corpo com roupas curtas, apertadas ou transparentes, estão cometendo o gravíssimo erro colocando-se em risco de serem vítimas de comentários maldosos, assédio sexual, estupro e utilização de sua imagem por indivíduos mal intencionados. Sua intimidade física deve ser preservada porque seu corpo pertence a Deus (1ª Co 6:19,20).
2 - Publicar mensagens que insinuem desejo sexual:
    Insinuar desejo sexual, além de comprometer sua dignidade e abalar sua confiança em relação às pessoas sérias, te coloca em risco de sofrer ataques tanto morais quanto como físicos. As tentações não devem ser tratadas publicamente como se fossem virtudes, mas combatidas (Tg 4:7).
3 - Compartilhar postagens imorais:
    Seus compartilhamentos demonstram que você concorda com aquilo que está sendo mostrado ou falado. Compartilhar frases com palavras obscenas ou imagens de conteúdo que exaltem o sexualismo ou mesmo a violência ou quaisquer outros atos abomináveis a Deus te fazem tão pecador quanto aqueles que os praticam (Rm 1:29-32[5] [6]).
4 - Revelar brigas ou decepções amorosas:
    Esse é um outro prato cheio para o “destruidor”; demonstrar insatisfação no namoro ou no noivado é um verdadeiro convite aos “consoladores” de plantão - paqueradores e amigos (as) que só dão maus conselhos - que não perdem a oportunidade de tirar proveito de alguém que está sofrendo emocionalmente. Quer desabafar ou pedir ajuda? Se for preciso, procure alguém de confiança, mas antes, no íntimo do seu coração, fale com o verdadeiro Consolador da sua alma (Jo 14:15-17).
5 - Aceitar chamadas de pessoas estranhas no bate-papo:
    Não conversar com pessoas estranhas é uma regra antiga que serve não só para proteger crianças na rua, mas também usuários da internet contra criminosos virtuais. A maioria das pessoas mal intencionadas buscam, por meio de promessas de relacionamentos amorosos, por pessoas ingênuas que geralmente se julgam espertas; geralmente seu objetivo é extorsão financeira ou exploração sexual. A princípio, numa chamada de um estranho no chat, o ideal é ignorar o mesmo e, no caso de insistência, bloqueá-lo; mas, caso resolva atender, é preciso alguns cuidados como, por exemplo: exigir identificação por nome e por foto e ficar atento à linguagem por ele utilizada; pois, normalmente, indivíduos de mal caráter não têm uma boa cultura e cometem excessivos erros ortográficos. No demais, deve-se observar se ele mantém o respeito e a ética durante a conversa; para isso é preciso uma certa capacidade de percepção, o que a Bíblia chama simplesmente de discernimento (1ª Co 2:14,15).
6 - Divulgar o endereço de casa:
    Parece até tolice dizer isso, mas o fato é que muitos divulgam não somente o endereço de sua residência, mas até os lugares que costumam frequentar rotineiramente incluindo horários de saída e chegada. Seus perfis, além de serem realmente diários pessoais, mais parecem verdadeiros GPS’s, pois possibilitam a qualquer um fazer completo “rastreamento” da sua vida. Isso não somente o torna “vítima” de pessoas que ele chama de fofoqueiras, como também o transforma em alvo fácil de ações criminosas possibilitadas por informações divulgadas ingenuamente, o que tem sido cada vez mais comum nessa globalização interativa. Se não agir com prudência, não adianta questionar porque Deus não deu o livramento (Pr 18:7).
7 - Clicar em links de conteúdo muito chamativo:
    Anúncios com promessas de coisas muito fáceis, curiosidades exageradas, notícias sensacionalistas e apelação sensual ou pornográfica, na grande maioria das vezes são, na verdade, armadilhas que visam conseguir dinheiro vendendo produtos inexistentes ou vírus criados para invadir sua privacidade para roubar senhas de bancos ou cartões de crédito ou mesmo de redes sociais com o objetivo de espalhar links no seu nome, o que também pode comprometer sua reputação. Procure sempre investigar a origem dos sites antes de clicar e, caso peçam informações pessoais envolvendo numeração de documentos ou downloads de arquivos desconhecidos e extensões para exibição de vídeos ou algo assim, simplesmente feche a página antes de baixar e não confie por completo nos antivírus, pois nem sempre eles conseguem detectar e barrar todas as ameaças. Pessoas sábias não se deixam enganar facilmente (1ª Ts 5:21).
8 - Dar opiniões ofensivas:
    O anonimato virtual trouxe um grande “benefício”: a transformação de covardes em valentes. Se por um lado ele deu voz aos desconhecidos, por outro ele tem ajudado a produzir inimigos e destruir antigas amizades. É reconhecivelmente válido o direito de ter e expressar opiniões contrárias a quem quer que seja; porém, as mesmas devem ser expostas com sabedoria: respeito, educação e mansidão. O espaço online não deve ser encarado como um lugar para desabafar porque não gosta do fulano - até mesmo porque não gostar de alguém contraria os princípios bíblicos - ou para impor sua razão ainda que se tenha a certeza de que alguém ou as demais pessoas estejam erradas. Utilize suas páginas para defender sim o que julga certo, mas demonstrando amor para, com sabedoria, ganhar os que precisam ser alcançados (1ª Pe 3:15,16).
9 - Contar segredos da empresa em que trabalha:
    Essa tem sido a razão de algumas demissões, inclusive por justa causa. Publicar fotos, vídeos, opiniões, reclamações e até elogios sobre uma empresa sendo funcionário dela pode causar sérios problemas. Geralmente, por motivos de concorrência ou para evitar problemas na justiça devido a irregularidades, não aceitam divulgar imagens de suas instalações internas; sugestões, por questões éticas, devem ser entregues aos departamentos correspondentes de acordo com as regras estipuladas pelos superiores; reclamações, da mesma forma, e precisam ser previamente analisadas para não resultar em represálias; e até os elogios têm que ser moderados para não parecerem bajulação e tentativa de pedido de aumento ou promoção. Quem quer manter seu emprego, embora, por muitas vezes, saiba que seu patrão seja corrupto e injusto, deve seguir a orientação bíblica que orienta a respeitá-lo e obedecer às suas ordens (1ª Pe 2:18,19).
10 - Dizer que é cristão, mas se comportar de forma contraditória:
    Não vou afirmar convictamente seja um problema psicológico, mas, talvez por “distração” algumas pessoas ainda não se deram conta que a diferença entre a vida real e a virtual é que uma é vivida fisicamente em todos os lugares e a outra exercida atrás do teclado de um computador... resumindo: é tudo a mesma coisa, ou seja: tudo o que você faz ou fala virtualmente representa e é interpretado como atitudes e palavras reais. Por isso é preciso encarar a tela do PC, do tablet e do celular como olhos e ouvidos humanos que te observam e reagem conforme as suas ações; a sua moral e o seu caráter dependem daquilo que você demonstra através da forma de se expressar. Isso também significa que, espiritualmente é da mesma maneira: sua conduta nas redes sócias definem se você é um autêntico cristão ou não. Por isso é preciso um grande cuidado em considerar se todas as suas atualizações, compartilhamentos, curtidas e comentários estão de acordo com o comportamento a ser seguido por alguém que diz ser seguidor de Jesus Cristo; pois agindo de forma contrária a isso estará não apenas denegrindo a si próprio, mas escandalizando e dificultando a evangelização daqueles que não creem (1ª Co 10:32,33).
    Como vimos, a exposição acima dos limites nas redes sociais provocam consequências que vão desde simples gafes até ao risco de ser vítima de criminosos. Adolescentes e jovens cristãos precisam ter um cuidado redobrado com isso porque, por estarem numa fase de maior busca por relacionamentos afetivos, devido ao fato de não terem grande experiência, se não tiverem cuidado e sabedoria, são presas fáceis de aproveitadores de todos os tipos. A defesa contra esses perigos consiste em vigilância e oração (Mt 26:41) para que além de não ser vítima de nenhum engano e nem ser levado pelas inúmeras tentações ali existentes, também poder servir de exemplo usando sempre seu espaço para a honra e a glória do nome de Deus (Cl 3:16,17)!



[1]Virtual: Que não existe como realidade, mas sim como potência ou faculdade. Que equivale a outro, podendo fazer as vezes deste, em virtude ou atividade.
[2]Interatividade: Qualidade de interativo; o que é capaz de interação (Ato de interagir. Ação recíproca de dois ou mais corpos uns nos outros).
[3]Mexeriqueiro: Maldizente. Aquele que fala mal dos outros; difamador.
[4]Discreto: Que sabe guardar segredo; reservado. Atento, circunspecto, prudente. Modesto, recatado.
[5]Detrator: O que pratica detração (calúnia). Caluniador.
[6]Néscio: Ignorante; tolo.


segunda-feira, outubro 17, 2016

Hillary Clinton, 58ª presidente dos Estados Unidos


Grandes Mulheres Evangélicas

Hillary R. Clinton
Senadora Hillary Rodham Clinton

Tradução: João Cruzué



Estamos a poucos dias da grande eleição que revelará quem encabeçará a liderança política da grande Nação Americana. Ao que tudo indica, Hillary Clinton será a grande vitoriosa. Se ela conseguir este feito, vai mostrar que quando a fé é colocada no meio de duas grandes derrotas, o resultado não é outra derrota, mas uma grande vitória. 

Hillary sofreu uma das maiores vergonhas de sua vida quando foi traída pelo marido, o ex-presidente Bill Clinton no "affair"  Monica Levinsky. Sofreu outra grande derrota, quando perdeu a indicação do Partido Democrata para Barack Obama para concorrer às eleições presidenciais em 2008. Se ela ganhar as eleições de 8 de novembro 2016, além de dar a volta por cima,  será o 58º Presidente dos Estados Unidos da América e a maior líder mundial de nossa época.


Em 21 de janeiro de 2009, a Sra. Hillary Rodham Clinton foi juramentada como a 67ª Secretária de Estado dos Estados Unidos. A Secretária Clinton foi guindada ao Departamento de Estado, depois de quase quatro décadas de serviços públicos como advogada, procuradora, Primeira Dama e Senadora.

Hillary nasceu em Chicago, Illinois, em 26 de outubro de 1947, de Hugh e Dorothy Rodham. Ela frequentou as escolas públicas locais antes de se graduar no "Wellesley College" e na Faculdade de Direito da Universidade de Yale, onde conheceu Bill Clinton. Em 1974, a Senhora Clinton mudou-se para o Arkansas, e depois de um ano, casou-se com Bil Clinton e se tornou uma procuradora de grande sucesso enquanto criava a filha do casal, Chelsea. Ela foi professora assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Arkansas, e depois de trabalhar no fortalecimento da defensoria acadêmica local, foi indicada pelo Presidente Jimmy Carter, em 1977, para servir no quadro de Consultoria Jurídica Corporativa, que mais tarde ela presidiu.

Formatura no colégio

Durante 12 anos como Primeira Dama do Estado de Arkansas, ela presidiu o Comitê Normas Educativas do Arkansas, e foi co-fundadora da "Advocacia para a infância e Família" e participou da administração do Hospital da Infância do Arkansas e do Fundo de Defesa Infantil.

Em 1991, o governador Bill Clinton foi eleito Presidente dos Estados Unidos, e como Primeira Dama, Hillary Clinton se tornou uma defensora da reforma dos serviços de saúde e trabalhou em várias questões relacionadas com infância e família. Ela liderou com muito sucesso esforços supra-partidários para melhorar adoções e sistemas de cuidados sociais, redução de gravidez entre adolescentes, e providenciar serviços de saúde para milhões de crianças através do Programa de Seguro de Saúde Infantil. Ela também visitou mais de 80 países como um das representantes americanos, conquistando o respeito como campeão de defesa dos direitos humanos. Seu famoso discurso em Pequim, em 1995, quando ela declarou que "Direitos Humanos são direitos das mulheres e direitos das mulheres são direitos humanos" inspirou mulheres em todo o mundo e ajudou galvanizar um movimento global em favor dos direitos femininos.



Estudante de Direito em Yale

Juntamente com a (ex)Secretária de Estado Madeleine K. Albright, Hillary Clinton trabalhou para o lançamento da Iniciativa Governamental das "Vozes da Democracia pela Vida". Hoje a "Vital Voices" é uma organização não governamental que continua treinando e organizando lideranças femininas pelo mundo.

Em 2000, Hillary Clinton fez história com a Primeira Dama eleita para o Senado americano e como a primeira mulher eleita ao Senado pelo Estado de Nova York. No Senado ela serviu nos Comitês de Serviços das Forças Armadas, Saúde, Educação, Trabalho e Pensões, Meio Ambiente e Obras Públicas, Orçamento e Melhor Idade. Ela também foi Comissária na Comissão de Segurança e Cooperação com a Europa.

Como Senadora, a Senhora Clinton trabalhou entre as fronteiras partidárias para construir um suporte para causas importantes do país e pra seus comitentes, incluindo oportunidades de expansão econômica e acesso aos serviços de saúde disponíveis com mais qualidade. Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, ela foi uma poderosa defensora pela consolidação e reconstrução de Nova York quanto aos cuidados de saúde dos primeiros trabalhadores que arriscaram suas vidas trabalhando no Marco Zero. Hillary Clinton também patrocinou a causa dos Militares da americanos e lutou por melhores cuidados de saúde e benefícios para os membros e veteranos da Reserva e Guarda Nacional, feridos em serviço. Ela também foi a única membro do Grupo Consultivo do Comando das Forças conjuntas do Departamento de Defesa.



Album de casamento

Em 2006, Hillary foi reeleita para o Senado por Nova York, e em 2007 começou sua histórica campanha para a Presidência. Em 2008, depois de perder a indicação, envolveu-se na campanha para eleger Barack Obama e Joe Biden, e em novembro do mesmo ano, ela foi designada pelo já Presidente Obama, para servir como Secretária de Estado.

A Secretária Hillary Clinton é autora de best-sellers, incluindo suas memórias, "História Viva", e do livro pioneiro sobre crianças "It Takes a Village". A Senhora Clinton e seu esposo, o ex-presidente Bill Clinton, moram na cidade de Nova York.


Se ganhar no próximo dia 8, será a primeira vez que uma mulher ascenderá à Casa Branca como presidente dos Estados Unidos. Apesar de seus defeitos, uma qualidade ninguém lhe poderá negar: depois de cada queda, ela sempre se levantou, sacudiu a poeira, e partiu para um novo desafio.

Fonte de consulta: U.S. Department of State
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Nota: A senhora Hillary Clinton é evangélica, membro da Igreja Metodista. Ela conquistou o respeito dos cidadãos americanos pelo seu comportamento público digno, discreto e cristão em face aos escândalos sexuais que seu marido, o então Presidente Bill Clintou foi protagonista nos anos 90. Sua filha Chelsea, 29, noivou no "Thanksgiving" do ano passado com o jovem judeu Marc Mezvinsky.





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