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sábado, agosto 18, 2012

Humanidade e efeito boomerang


Boomerang
Por Karine Waldow


Há alguns meses,  estagiei em um projeto de ação social que atendia a crianças. Ali muitos casos eram tratados: como estupro, violência, doenças e descaso com as crianças. No decorrer do processo de recuperação das crianças, os causadores da violência tornavam-se conhecidos. O que sempre notei foi a frieza e  falta de humanidade dessas pessoas. Seus olhos sem sentimento nem dor; suas ações sem culpa; a frieza no falar, a desconfiança rude, baixa autoestima. Eram como animais.

Por outro lado, conheci os que se esforçavam para recuperar as crianças. Os que doavam tempo e amor. Os que oravam e brincavam com elas. No olhar destes  encontrava-se amor, alegria. Por vezes choravam pelo mal acontecido às crianças ou de alegria pelos resultados dos esforços. Eram sensíveis, frágeis, mas não cansavam de ajudar. Eram seres mais  que muito humanos.

Ao longo do tempo, fui notando que a forma com que tratamos o outro não reflete somente na vida do outro, mas na nossa também. O ser humano é dotado de sentimentos, vontades, pensamentos, sonhos, inteligência, criatividade, emoções, autoestima. Quando essas características são atingidas, violentadas, roubadas, não é somente a humanidade do outro que está sendo roubada, mas a minha. 

Respeitar ao outro é respeitar a mim mesmo, pois toda a vez que trato o próximo  menos do que ser humano, abro mão da minha própria humanidade.