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terça-feira, abril 23, 2019

Respostas Cristãs para Namoro, Sexo e Casamento

Namoro
JOÃO CRUZUÉ
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Vou deixar minha opinião e conselhos sobre namoro, sexo e casamento sob o ponto de vista cristão. Como pentecostal, eu creio que a Palavra de Deus pode ser ouvida nas linhas dos livros da Bíblia Sagrada.  Deus fala através de sua palavra com aqueles que se aproximam com humildade da Sua presença.  Vou adicionar neste texto as experiências de 40 anos de conversão e 31 anos de casado.  Saiba  que vou apreciar muito um comentário seu expondo seus sentimentos e experiências: cruzue@gmail.com . Se quiser falar comigo, na lateral do blog tem o link: Conselhos .



1. Por que Deus criou a mulher?

Resposta: Entendo que foi porque ele viu que o homem estava só e a solidão aumenta a vulnerabilidade das pessoas. Não nascemos para andar sozinhos, por isso Deus fez a primeira mulher a partir do osso e da carne do próprio homem para que fosse sua alma gêmea em tudo. A título de ilustração, na moderna ciência de hoje, o processo de clonagem usa as células de um corpo para fomentar a criação de um outro semelhante.  Quando ADÃO viu  sua mulher, ele disse de EVA: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne. Dessa forma, pela fé, eu creio que  foi Deus quem cuidou da formação da primeira família, constituída de um homem e sua mulher.

2. Qual é o mistério divino da formação da família?

Disse Deus em Gênesis 2: Portanto, deixará o homem o seu pai e a sua mãe para se apegar a sua mulher e ambos serão uma carne. Assim como a primeira mulher era osso dos ossos de Adão e carne da sua carne, quando um jovem cristão solteiro se une com uma moça cristã solteira, a partir do casamento os dois, diante de Deus, se tornam em uma só carne.

3. Como manter um casamento feliz até a separação pela morte?

Assim como foi Deus quem cuidou de formar uma esposa para Adão, assim como foi Deus que atendeu às orações de Abraão e Eliezer quando foi buscar uma esposa para Isaque, assim como foi o SENHOR que escolheu e mostrou para mim a minha esposa, minha opinião é que orar e esperar em Deus pela resposta, certamente vai evitar o maior erro na constituição de uma família que é a ansiedade. A moça ou moço cristão ansioso pode ser enganado pelo diabo ao pensar que seu escolhido ou sua escolhida é aquela pessoa que apareceu de repente. 

4. Por que nos dias atuais tem muitos cristãos se divorciando?

Porque estão seguindo o costume dos ímpios. Deus não instituiu o divórcio e nunca o aprovou. Até os casos de infidelidade, a primeira opção não é o divórcio, mas o perdão. Quando um pessoa se deixa apressar pela ansiedade, casa-se fora da direção de Deus. Com o divórcio, ela acaba cometendo dois pecados: não esperou pela resposta de Deus por causa da pressa e depois se divorciou.

5. O jovem cristão deve namorar segundo os costumes mundanos?

A cultura mundana é repugnante aos olhos de Deus. Quando um moço vai e namora uma jovem sem ter afeição por ela, está praticando o engano e não se deve enganar alguém fingindo amor. É um costume arraigado no mundo o sexo antes do casamento e o namoro indecente. Quem fizer isto e não se arrepender, nem confessar o pecado na Igreja, vai ter a vida conjugal sempre perturbada pelo diabo. O Rei David praticou o adultério, a partir daquele ato, o diabo teve o poder de penetrar no meio da sua família e perpetuar várias desgraças. Sansão era um jovem nascido em uma família que temia ao Senhor. Contudo, seu coração sempre ia atrás de prostitutas e mulheres de famílias ímpias. Teve uma morte muito triste, nem chegou a constituir uma família.

6. "Eu conheço várias jovens que tem uma vida cheia de pecados de prostituição e continuam participando de atividades na Igreja normalmente..."

Bem, eles podem enganar o pastor e até a Igreja inteira, mas estão amaldiçoados diante de Deus. Até suas orações cheiram mal diante das narinas de Deus. Tudo que eles estão plantando, vão colher nos dias futuros. Deus não se deixa enganar, somente os que se esforçam no caminho da fidelidade vão ser abençoados por Ele  com famílias maravilhosas e casamentos duradouros. Um vida de mentira, hoje, será um vida infeliz amanhã. No Salmo 101 está escrito: O que usa de engano não ficará dentro da minha Casa e o que fala mentiras não estará firme diante dos meus olhos.

7. Quando o jovem cristão pode começar a namorar?

Antes dos 18 anos é cedo. A vida hoje está muito competitiva, quem não estuda e se gradua vai ter dificuldades para sustentar uma família quando se casar. Estes namoros "eternos" em que toda a semana ou até, vários dias na semana, anos a fio, o moço fica tomando o tempo da família da pretendida, é uma falta de bom senso (para não dizer outra coisa) muito grande. Namoro é coisa de gente adulta, que tem por objetivo o casamento. Namoro cristão não é da mesma forma que namoro ímpio. Deus é santo, e ele exige santidade em toda a maneira de viver. Namoro não é coisa de criança, nem de adolescente. Namora-se com o propósito de conhecer o ente querido para se casar com ele.

8. O que acontece se o namoro acabar em sexo antes do casamento?

O sexo antes do casamento é a mesma coisa que um convite de casamente entregue nas mãos do diabo. O dia que este pecador se casar, a primeira pessoa que vai estar no leito conjugal é um demônio.  Se não houver uma confissão, lá atrás, seguida de arrependimento sincero será muito difícil a vida conjugal desta pessoa. O Cristão deve ter o temor de Deus, e quem tem o temor de Deus aguarda o tempo de Deus: sexo é para ser praticado depois do casamento.

9. O que fazer para consertar se já fiz tudo errado?

Confesse o seu pecado para o Pastor da sua Igreja. Ouça os conselhos dele. Vai e não peca mais! Se já está casado, tenha uma vida diária de oração e meditação na Bíblia Sagrada. Você não vai apagar as consequências do seu pecado, mas terá a ajuda de Deus nos momentos de necessidade.

10. O motel é um lugar que pode ser frequentado por um casal de cristãos?

De jeito nenhum! Um lugar desses é cheio de demônios e espíritos de prostituição e traição. Ali não é lugar santo para dois filhos de Deus. No Brasil, a frequência a motéis é um costume mundano.

11. Quantos anos se deve namorar até casar?

Se você orou ao Senhor e Ele já respondeu, você pode começar a namorar e se casar em um ano. Mas se não tem condições econômicas para sustentar uma família, é melhor orar mais e mostrar seus planos para o Senhor Jesus, para que lhe dê condições de ter uma casa mobiliada e uma fonte de sustento para dois.


12. Quem deve lavar a louça e passar a roupa em uma família de cristãos?

Depende. Um lar que é formado na direção de Deus, é claro que Deus está no direção desta família. As tarefas de cuidar da louça, da roupa e da limpeza da casa, pode ser dividida a dois. A mulher não foi criada para ser uma empregada doméstica sem remuneração (escrava doméstica) em um lar. Os meus pastores, são homens que não se envergonham de ajudar a esposa na pia e na tábua de passar roupa. Mas, há que se ter bom senso: Se o esposo trabalha, chega em casa à noite, cansado da fadiga diária, sua esposa pode se ocupar das coisas domésticas. Mas,  se ao contrário, quem trabalha é ela e o marido está, momentaneamente, desempregado em casa, ele pode ajudar com a louça e a roupa.  Faço isto na minha casa e não é motivo de vergonha. O cristão deve olhar com os olhos de Cristo, e os olhos de Cristo eram compreensivos, compassivos e amorosos. Lembre-se de que no episódio da última Páscoa, quando ninguém quis assumir o serviço de lavar os pés dos outros, Jesus tirou a túnica, colocou a toalha e lavou aos pés de cada discípulo. Por fim, esta é uma questão de bom senso que deve ser combinada entre os dois.

13. O marido cristão  deve tirar uma parte do salário para entregar a sua esposa?

Depende. Se a esposa trabalha, talvez isto não seja necessário. Mas, se ela fica em casa ou esteja cuidando do filho do casal, é uma atitude muito egoísta do marido usar todo o dinheiro do salário e não dar uma parte para a esposa. Em razão disso, às vezes quem sustenta a esposa com algum dinheiro são seus pais. Outra atitude desprezível, é certos esposas que ganham pouco jogar no rosto das esposas que elas não sabem gastar... também pudera! É preciso que o esposo, que deve seguir o exemplo de Cristo, seja amoroso e generoso (com sabedoria) para que, por isso, tenha suas orações ouvidas por Cristo.

14. O casal que tem uma renda pequena deve gastar todo dinheiro que ganham?

Ganhando pouco ou muito, é precisar planejar uma poupança mensal para que ela sirva de "colchão" em tempos de dificuldades. Lembro da cultura de meus pais: quando jovens evitavam de todo jeito o desperdício. Mesmo sendo lavradores, conseguiram juntar depois de certo tempo o suficiente para comprar o sítio do sonho deles. Deus ouve a oração de um casal unido e fiel. À medida que o tempo passa, o Senhor vai abrindo portas maiores de prosperidade. Mas, Ele não faz tudo sozinho: as atitudes que cabem ao casal ou a cada um, devem ser tomadas e empreendidas. Por exemplo, os estudos, a melhoria na Educação, traz mais renda para a família. Deus abre as oportunidades lá no emprego, mas se o cristão não se esforça nem estudo, a bênção que é destinada a ele, vai para nas mãos de outra pessoa.

15. Quantos filhos deve ter o casal nos dias atuais?

O tempo do crescei e multiplicai para ocupar toda a terra, na minha opinião já passou. Porém, uma coisa precisa ser relembrada: as famílias não crentes desejam ter poucos filhos, ou seja: um. É sabido que uma das razões pela qual aumenta o povo crente em uma nação é porque as famílias dos cristãos geram mais filhos que a dos ateus e ímpios. Para sustentar uma família de quatro pessoas (dois filhos) é preciso gastar bastante. Com oração e estudos, o cristão cuida do que é do seu alcance enquanto ora. O Senhor ouve a sua oração e cuida da parte dele:  preparar as melhores oportunidades para seus filhos.

16. Qual deve ser a frequência do sexo entre um casal cristão?

O sexo é um dádiva de Deus para o homem e a mulher que se casam formalmente. No começo do casamento a frequência é maior e, digamos, depois dos 30 anos de casados, esta frequência é bem menor. Desde que seja agradável para os dois, de comum acordo podem praticá-lo tanto quanto quiserem. Mas se não é agradável para um dos cônjuges, é preciso conversar, ouvir, e entrar em um acordo. De um lado, a recusa sistemática da prática sexual por um dos cônjuges, pode abrir uma porta para o diabo dentro do lar. A Bíblia diz em I Pedro 1:7, que se houver um descompasso entre o marido e a esposa na prática sexual, suas orações podem ser impedidas de chegar até os ouvidos de Deus. Quero acrescentar que, o casal cristão não deve copiar as práticas pervertidas e estranhas do mundo quanto à prática sexual.  Há um limite que não pode ser ultrapassado.

17. Qual deve ser a atitude do jovem recém casado na primeira noite de sua vida de casado?

Ele precisa ser prudente e paciente. Deve estar consciente de que o dia foi longo e cansativo para sua esposa. A vida sexual de um jovem casal vai terminar em um único dia, ela está apenas começando. A menos que isto do interesse da sua mulher, os dois devem descansar na primeira noite. No dia seguinte, já descansados,  o marido dê à sua mulher o amor que lhe é devido, da mesma forma que ela, pois agora, pelo casamento, espiritualmente já são um corpo só.

18. O amor de um casal cristão é para toda vida?

Sim. A vontade de Deus é desta forma. A cultura mundana diz que é bom até que dure, mas Deus não estabeleceu sua vontade assim: Ele disse que "Deixará o moço a casa paterna para unir-se com sua mulher e os dois juntos serão  um só corpo. A união de um homem e um mulher simbolizam desde o princípio o amor de Cristo pela Igreja. Assim como Cristo nunca voltará atrás em suas palavras com relação à Igreja, a família cristão formada pela mulher e pelo marido casam-se para viver em amor e respeito até que a morte os separe.

19. O que fazer quando aparece problemas no casamento?

Na base do casamento cristão está Cristo. Por isso, o moço e a moça devem orar e esperar que ele prepare e envie a bênção. Todo casamento passa por ajustes e dificuldades. O que nunca pode ser esquecido é que: na pior das situações a primeira atitude a ser tomada é se humilhar diante de Cristo, orar e expor o problema para Ele. Se você fizer isto, o diabo corre. No capítulo 4 da carta de Tiago está escrito: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós"


20. Existe casamento cristão perfeito?

Creio que não. Mas, é possível viver feliz com a ajuda do Senhor Jesus. Digo assim, porque tanto o marido como a mulher são seres imperfeitos e vulneráveis. A diferença na vida deles é: se andam na presença do Senhor. Se isto acontece, as atitudes de humildade e perdão restabelecem a paz e a harmonia do lar com a prática da ORAÇÃO. Nem mesmo o primeiro casal, formado por Deus tiveram um casamento perfeito.


21. Como é considerada a família homossexual na Bíblia Sagrada?

Cada pessoa tem liberdade de escolher e tomar as atitudes que quiser. Deus não obriga a ninguém ser santo. Entretanto, no que diz respeito ao padrão estabelecido por Ele, para formação de uma família, está bem claro na Bíblia Sagrada: "E disse Deus: deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á a sua mulher, e serão ambos uma carne" Desta forma, a união de um casal de homossexuais não constituirá uma família, porque não é esta o padrão da vontade divina determinado pela Palavra de Deus.
















domingo, abril 26, 2015

A cidade de Deus não é feita de cartas: religião em "House of Cards"

Por André Quirino

Dentre os motivos que podem levar alguém a negar a existência de Deus ou se opor a Ele, há os que são expressão de incultura – críticas ao papel da religião na História, decepção com a má conduta de conhecidos religiosos etc. –, há os que são expressão de covardia – a dificuldade de conceber uma transcendência a este mundo, o desconforto em reconhecer que o Universo e cada ser vivente estão subordinados a uma meta-história etc. – e há os que são expressão de pura e simples imoralidade – dentre os quais eu destacaria, justamente, a sustentação do argumento do mal, a negação das teodiceias.
Sim, pois a crença oculta de quem diz “Com tanto mal no mundo, não pode haver Deus”, “Com tanto mal no mundo, Deus não pode ser bom” ou “Com tanto mal no mundo, Deus não pode ser poderoso”, é “Se eu governasse o mundo, tudo faria sentido”, o que traz implícita “Só faz sentido aquilo que cumpre meus propósitos”. E não há âmbito da vida em que a tentação dessa crença seja tão pulsante quanto na política. Mas isso enquanto teoria é raso, soa a tergiversação. Somente uma história bem narrada, de personagens complexas, tornará sua pertinência patente.
Se é verdade que boas produções de TV tendem a estrear já mostrando a que vieram, e que House of Cards – neste caso, uma série de internet, mas, de qualquer forma, uma das séries mais populares em todo o mundo atualmente – é uma boa série (como eu julgo que seja), a primeira cena da produção da Netflixdeveria nos fazer buscar questionamentos, que ela pretenderia provocar, situados além do plano dos meros bastidores políticos. Quando um carro desgovernado atinge o cão de um vizinho e o deputado Francis Underwood vê o animal agonizando, é difícil precisar o sentimento que inspira o personagem, mas certamente não se trata de compaixão. A suspeita natural é de que Francis tem prazer em causar dor; a certeza inevitável, que nos assalta quando Francis recebe os donos do cão desolados, é de que estamos perante um cínico. Mas com uma vantagem: um cínico que dialoga com o espectador e, nesses diálogos, não se furta à sinceridade. No primeiro deles, Francis vaticina:

Há dois tipos de dor: a dor que o torna mais forte e a dor inútil, que se reduz a sofrimento. Não tenho paciência com inutilidades.

A isso veio House of Cards: discutir as posturas que se pode adotar num mundo em que a dor e o sofrimento são um fato.
Nada mais oportuno: a política define-se como uma conciliação de vontades, uma desastrada mas persistente busca por justiça em meio ao caos que o mal opera neste mundo.[1] Desde os primórdios, essa é uma atividade que parece se subordinar a uma administração de justiça superior e perfeita, ainda que incompreensível: o poder político deveria prestar contas a Deus, que o legitima. Num culto em Washington que sucedia o fim de um pleito eleitoral, Francis é um dos políticos a tomarem a palavra. E ele diz (ao público presente, não a nós, espectadores), ecoando o ensino de Jesus: “Aquele que se humilhar será exaltado”.
Profunda é a sabedoria bíblica: poder verdadeiro tem aquele que reconhece a própria fraqueza; o único fundamento firme para a autoridade é a humildade. Mas não é esta a motivação de Francis em sua busca pelo poder: simplesmente ele foi traído pelo presidente eleito, que lhe prometera o cargo de secretário de Estado caso o apoiasse durante a corrida presidencial, e agora, dado o descumprimento da promessa, se vinga com ambição redobrada. Ele almeja um poder que, de tão elevado, é inescrutável. Underwood só conhece o poder comouma abstração.
            Eu disse que Francis é um cínico, mas não sejamos apressados: estamos lidando com um cínico profissional. E um traço característico da estratégia de cínicos dessa estirpe é se aproximar da sinceridade o máximo possível, não desperdiçando oportunidades de pronunciar verdades inconvenientes, ganhando assim a confiança do ouvinte, para então poder-se colocar na posição de quem faz o que deve ser feito – no caso de Francis, colocar-se na posição de alguém que se tornou frio por abnegação, fazendo dessa estratégia a sua própria teodiceia, sem assumir que não tem o controle das situações. Ainda na cena em que sacrifica o cãozinho, Francis arremata:

Momentos como este exigem alguém que aja, que faça o desagradável, o necessário.

            Dois episódios depois, em situação mais grave, Underwood destila todo seu profissionalismo na arte do cinismo. Em sua cidade natal, ele precisa convencer um pai e uma mãe enlutados a não o processarem pela morte de sua filha. No primeiro culto que se seguiu ao evento trágico, Underwood subiu ao púlpito para discursar:

Sabem sobre o que ninguém quer falar? O ódio. Eu conheço muito bem o ódio. [E, após uma descrição detalhada desse sentimento:] “Eu O odeio, Deus! Eu O odeio!” Não me digam que nunca disseram essas palavras antes. Sei que já. Todos nós já as dissemos se sentimos alguma vez uma perda tão abaladora. Há dois pais aqui esta manhã que já sentiram essa dor. A dor mais terrível de todas: a de perder um filho. Se levantassem agora e berrassem aquelas palavras, poderíamos culpá-los? Eu não poderia. Pelo menos o ódio deles eu posso entender. No entanto, o temperamento de Deus, Sua crueldade, mal posso começar a...

E conta como experimentou o ódio contra Deus quando seu pai morreu aos 43 anos – uma mentira, como confessa ao espectador: seu pai morreu jovem, sim, mas isso não lhe constituiu nenhum sofrimento. Aqui Francis se aproxima perigosamente da sinceridade, revelando um sentimento que de fato o acompanha, embora com maior frequência e por motivos menos justificados do que os alegados: é assim que consegue demover os pais da jovem falecida da intenção de processá-lo. Mas, depois de prosseguir com um discurso recheado de versículos bíblicos, retorna a uma distância segura da sinceridade, concluindo com uma falsa aceitação da verdadeira teodiceia:

Jamais entenderemos por que Deus levou Jessica, meu pai ou qualquer pessoa. Mas, embora talvez Deus nunca nos dê a resposta, Ele nos deu a capacidade de amar. Nossa tarefa é amá-Lo sem questionar Seu plano.

E ora, com a voz embargada por lágrimas cínicas.


            Eu mesmo pensei estar exagerando o papel desempenhado pela religião na trama de House of Cards, até que revi “inspecionalmente” (como se faz num dos modos de leitura elencados por Mortimer Adler) todos os episódios da série. E, conquanto nos nove episódios seguintes ao último que mencionei acima não haja referências expressas à religião – e esse não seja o único intervalo de tal tipo –, é nos momentos cruciais que a referência explícita se dá. Depois de praticamente abrir a série, ela encerrará a primeira temporada. No episódio 13, Underwood vai à igreja e começa orando:

Sempre que falei com o Senhor, o Senhor não me respondeu. Considerando nosso desdém mútuo, não posso culpá-lo pelo silêncio.

            Mas se dá conta: “Talvez eu esteja falando com a pessoa errada”.    E, agora virando-se para baixo: “Você consegue me ouvir? Você é capaz de linguagem ou só entende depravação?”. Então encerra, professoral:

Não há nenhum conforto, nem acima nem abaixo. Apenas nós pequenos, solitários, lutando, brigando uns com os outros. Eu oro para mim mesmo e por mim mesmo.


Como observa Amy Lepine Peterson, no artigo “House of Cards: the king is dead” (“House of Cards: o rei está morto”): “No episódio final [da primeira temporada] de House of Cards, numa cena que de tão similar parece uma referência intencional a “Two Cathedrals”[2], Francis Underwood também ora sozinho em uma catedral. Ele está claramente desesperado – não porque se sinta culpado pelos crimes que cometeu, mas porque receia que seus planos de conquistar mais poder falharão”.
É claro: o poder, por abstrato que seja, ainda mais o poder como forma de vingança, como é o caso aqui, é a alternativa encontrada por Underwood exatamente à nossa contingência, às incertezas da vida. E isso quem diz é o criador da série e autor da maioria de seus episódios, Beau Willimon. Numa conversa com o pastor protestante Andrew Foster Connors, ocorrida em outubro de 2014 na Igreja Presbiteriana da Brown Memorial Park Avenue, em Baltimore, Maryland, e narrada aqui, ele diz: “O que há de tão sedutor no poder, para Frank? Penso que se trate do fato de a única certeza na vida ser que vamos morrer. Assim, num nível profundo, Underwood e outros políticos na série estão brincando de Deus no pouco tempo que têm de vida”.

Durante toda a segunda temporada, talvez a religião tenha um papel maior a desempenhar na história de Doug Stamper e a jovem Rachel, que ignorarei aqui por uma questão de espaço[3], do que propriamente na trajetória de Frank Underwood – a não ser por sua escolha, no episódio 11, de uma igreja como esconderijo para uma conversa ilícita que travou com o lobista Remy Danton. O desdém pela “casa de Deus” (como a igreja é supersticiosamente concebida pela mentalidade secular) – agravado, quase ao patamar do prazer de afrontar, pelo fato de Frank folhear uma Bíblia enquanto conversa com Remy – é trivial. Podemos, sem prejuízo para o argumento, passar ao largo desse episódio e pular diretamente para a terceira temporada da série.
E aqui encontraremos imagens-chave do nível religioso da história deHouse of Cards, imagens vivas cujo simbolismo quase salta da tela.


            No quarto episódio, assim como no 13º da primeira temporada, Frank Underwood vai à igreja com a intenção de orar (por si mesmo e para si mesmo, sempre). Desta vez, antes de ficar a sós, ele tem um diálogo breve, mas profundo, com o pároco. Confessa, referindo-se ao Cristo cuja imagem, na crucifixão, está ao seu lado: “Por que Ele não lutou? Por que se permitiu ser sacrificado? Eu entendo o Deus do Velho Testamento, cujo poder é absoluto, que reina pelo medo, mas... Ele...” A resposta do pároco é brilhante: “Você não foi escolhido, Sr. Presidente. [E, apontando para o Cristo:] Só Ele foi”.[4]
            Como tenho sustentado, o motivo que leva Frank a se opor a Deus só pode ocorrer a pessoas imorais: ele nega as teodiceias clássicas em favor de uma teodiceia própria, em que ocupa o lugar de Deus e o perverte: o mal passa a fazer sentido quando lhe traz benefícios pessoais. Se tudo o que há somos “nós pequenos, solitários, lutando, brigando uns com os outros”, como é que alguém pode simplesmente se entregar à morte? Essa renúncia parece-lhe, antes de tudo, uma afronta a todos os demais, que, para ele, precisam se esfacelar mutuamente, não têm outra escolha senão enfrentarem-se com ferocidade. E tal necessariedade é implicada da urgência de se realizar os próprios desejos, a qualquer custo. No fundo, sua pergunta é: “O que Ele tem de especial para não se dobrar à nossa natureza de luta? Quem Ele pensa que é para escapar à tradição de nos guerrearmos? E por que as pessoas veneram covardes como Ele, e não corajosos como eu?”. E a resposta do pároco é o escândalo cristológico, o absurdo das teodiceias: Cristo é o eleito de Deus. O que significa dizer: antes que houvesse mundo, e portanto antes que o primeiro homem decidisse pecar, Deus já decidira se sacrificar. O que, por sua vez, significa: muito antes que você iniciasse sua busca por poder, e muito depois que você a terminar, Francis J. Underwood, Cristo já era e será escolhido. Não é verdade que em certos momentos de dor alguém precisa fazer a coisa certa, muito menos que esse alguém é você, e menos ainda que essa coisa é o mal: a única coisa que precisava ser feita pelo único homem já o foi. O momento crucial, como o nome indica, é o representado naquela escultura no altar da igreja. Como sabemos, Underwood conhece a instrução deixada pelo Cristo: humilhar-se, amar. Mas ele não pode conceber algo como um evangelho, uma boa notícia. Para ele, tudo que é pronunciado está sendo vendido, é uma moeda de troca, em última instância é a armadilha de um rival. E, quando o pároco se ausenta do templo, Frank diz ao crucificado:

Amor? É isso que está vendendo? Bem, eu não caio nessa.

E cospe no Cristo, como um fariseu do século I. Aliás: com a convicção esclarecida que faltou aos fariseus do século I. Estes cuspiram em Cristo por pensarem tratar-se de um homem petulante. Frank, o petulante, cospe no Cristo com a convicção de quem comete um agravo contra Deus. A face do Cristo é de uma tristeza compadecida, como só o eleito de Deus poderia esboçar. Frank não tem tempo para se entristecer. Ao tentar limpar o cuspe, a escultura cai e se despedaça. Frank pega a orelha quebrada: “Bem, Deus me ouve agora”. Talvez seja isso o que falta ao cínico para que possa amar a Deus: ele não tem o dom da tristeza.


            Além da pura trajetória política de Francis, há uma trama central do enredo que serve para escancarar os porões da verdadeira personalidade de nosso anti-herói e que, na terceira temporada, é alcançada decisivamente pelo elemento religioso: falo do casamento de Frank e Claire. Estes são, em geral, parceiros nas empreitadas com vistas ao poder, exceção um para o outro à regra da rivalidade generalizada. Trata-se, nalguma medida, dum oásis de hombridade em meio à conduta reprovável de Frank. Mas o casamento é sinuoso, em não poucos momentos o empenho em conquistar poder, que o sustenta, faz estremecer a relação, e tal como um oásis é normalmente percebido primeiro numa miragem, esse matrimônio é bruxuleante: Frank e Claire sentem a necessidade de, a cada sete anos, renovar seus votos, caso cheguem até lá.


O casamento é o melhor exemplo, no âmbito das relações humanas, da necessidade de cuidado meticuloso e renúncia constante.[5] Em religiões orientais como o budismo e o hinduísmo, a dedicação ascética a um trabalho delicado, conjugada à disposição a uma renúncia resignada, está representada nos rituais que cercam a mandala. Esta é uma ilustração de cores vibrantes, formas geométricas e simetrias, vagarosamente confeccionada com areia por monges. Concluída a ilustração, ela é ritualisticamente desfeita pelos monges e o material que a compunha é depositado num recipiente para depois ser despejado num rio.
            No sétimo episódio da terceira temporada, um intercâmbio cultural leva monges tibetanos à Casa Branca. Eles passam um mês ali, empenhados nos rituais de confecção e descarte de uma mandala. Frank, que não tem paciência com inutilidades, olha para o trabalho dos monges com ar de deboche.


Claire, a figura do casal que é capaz de em alguns momentos prestar atenção às inutilidades, interessar-se pelo belo, comover-se com expressões de humanidade, encanta-se com o trabalho dos monges.


            Cumpre relembrar: Frank e Claire sentem-se traídos não quando o parceiro se envolve sexualmente com outra pessoa (lembremo-nos da conivência de Claire com a relação entre Frank e a jornalista Zoe Barnes e de Frank com a relação entre Claire e o fotógrafo Adam Galloway), mas quando o parceiro falha na execução da sua própria parte do plano de conquistar poder ou o atrapalha na execução da parte que lhe cabe. A ONG de Claire e os projetos de lei do deputado Frank, e depois Claire como embaixadora da ONU e a política externa do presidente Frank, é que catalisam os atritos mais desgastantes na relação do casal. Mas Frank, sempre detentor de maior poder político, às vezes incide numa traição em que Claire, dada sua posição, jamais poderia incidir: é quando sua parte do plano não reserva nenhum papel ativo a ser desempenhado por Claire, senão o de uma subalterna, e, mesmo em prejuízo à parte do plano que cabe a ela, por muito tempo dedica todo o esforço à sua execução. Neste ponto, a simples recusa de Claire a participar de um evento político durante as disputas eleitorais torna-se para Frank, injustificadamente, uma traição grave. E é somente reagindo a tal traição que ele é capaz de ser agressivo e ao mesmo tempo olhar nos olhos de Claire: ele aperta seu rosto, machucando-o, e aproximando-se com um olhar desafiador, exige da esposa obediência.
            E, enquanto o episódio narra a renovação do matrimônio de Frank e Claire na igreja, os monges tibetanos desfazem-se da mandala.


Além do olhar de deboche, a outra iniciativa tomada por Frank em relação à mandala foi presentear a Claire com uma fotografia da ilustração, acompanhada de um bilhete em que se lia: “Nada dura para sempre – exceto nós”. Em última análise, trata-se da mesma postura: deboche. O matrimônio, a que Frank não dedica nem uma fração da meticulosidade com que os monges confeccionaram a mandala, deveria durar “para sempre” (i.e., até a morte) – mas tal não se daria, a menos que Frank se lançasse ao cuidado e à paciência dos tibetanos. Claire também não é uma esposa exemplar, mas, principalmente enquanto é ignorada por Frank em seus planos, abre-se à beleza, valoriza as inutilidades e evita embates com o marido, que é tão claramente avesso a tais ideais.
O que faz com que Frank acredite que sua relação com Claire escape à lei da finitude, se ele não trabalha para tanto? Essa é uma crença supersticiosa, de alguém que foi cegado pela ânsia de poder: a manutenção desse matrimônio, por peculiar que ele seja, serve acima de tudo para alimentar seu orgulho, para evitar problemas desnecessários enquanto objetivos “maiores” lhe ocupam toda a mente, para provar a si mesmo que é um líder. O casamento entre Frank e Claire fundamenta-se no poder abstrato, e por isso é um castelo de cartas.


Sem saber, Frank impulsionou o sopro que faria desmoronar o castelo de seu casamento quando presenteou sua esposa com uma fotografia da mandala. Sua conduta se baseia na teodiceia pervertida, na ilusão de que faz, e só faz, o que deve ser feito. Quando olhou altivo para o verdadeiro eleito, sua reação foi cuspir. Mas quando, no último episódio, sua esposa olha abatida para a fotografia da mandala, que lembra a vanidade da vida, isso lhe inspira a livrar-se de quem foi iludido pelo poder abstrato. A reação de Frank perante a morte é agarrar-se ao poder, a reação de Claire perante a morte é livrar-se de Frank. Quando Claire faz o que Frank não tem paciência de fazer – olhar para as inutilidades –, ela não pode mais suportar estar a seu lado.

Creio ter assim apresentado uma chave interpretativa esclarecedora, embora obviamente não a única possível, nem necessariamente a mais importante, para a série House of Cards. No mundo em que a dor e o sofrimento são um fato, e em que a política é um exercício de conciliação de vontades, uma narrativa inteligente e de personagens complexas nos escancara o estado natural da cidade dos homens: é um estado de rivalidade mútua, cinismo público e inimizade contra Deus. O homem que foi cegado pelo poder abstrato não é capaz de encarar a derrota, e por isso mesmo nega as teodiceias para criar a sua própria, pervertida, mágica, supersticiosa, em que faz sentido tudo que cumpre seus propósitos. Mas há um ponto fraco nesse modo de vida: basta olhar para as inutilidades, a beleza, a tristeza – com as quais ele não tem paciência –, para ficar clara sua futilidade. Toda construção que tem o poder abstrato por fundamento é um castelo de cartas, que haverá de ruir. Já a cidade de Deus não é feita de cartas. Ela prescinde de nossos interesses, estratégias e acordos. Suas colunas são firmes, e num de seus arcos está escrito: bem-aventurados os que choram. “Aquele que se humilhar será exaltado”.



[1] Pareço não estar distante da posição de Beau Willimon, o criador da série:https://www.youtube.com/watch?v=i8j_7vchHEU
[2] “Duas catedrais”, último episódio da segunda temporada da série The West Wing (A Ala Oeste, em tradução literal; Nos Bastidores do Poder, como foi traduzido no Brasil pela Warner), transmitido em maio de 2001 pela NBC, em que o personagem Presidente Bartlett passa por uma crise de fé, duvidando não da existência de Deus, mas de Sua bondade.
[3] Apenas faço questão de apontar para o contraste de um quadro que exiba, num lado, a relação de Underwood com Deus e, no outro lado, a relação da desesperada Rachel com Deus: esta, que é um alvo indireto (o que não significa afetado menos contundentemente) das maldades de Underwood e seu capacho Doug, que não é alguém em poder de causar grandes males a grande quantidade de pessoas, mas alguém rodeada de tragédias causadas por pessoas mais poderosas, se compraz fervorosamente nas teodiceias.
[4] Noutro ótimo artigo sobre a religião em House of Cards, “‘Idon’t buy it’: the Gospel according to Frank Underwood” [“‘Eu não caio nessa’: o Evangelho segundo Frank Underwood”], Cathleen Falsani diz – e eu endosso: “Que bela articulação da teologia cristã! Na primeira vez em que assisti ao episódio, eu literalmente bati palmas. É tão raro atualmente que a cultura popular tenha contato com boa teologia”.
[5] Não são nada irrelevantes na construção do personagem o fato de Frank não conseguir fazer sexo com Claire olhando para o rosto dela e sua afeição (no que é seguido pela esposa) por formas “coletivas” de sexualidade. Mas, embora numa cultura cujas mentes são maciçamente tributárias a Freud as preferências sexuais tendam a ser alçadas à posição de características sumamente reveladoras do caráter dum sujeito, creio que o traço da personalidade de Frank revelado por aqueles dados de sua atividade sexual é também, e mais claramente, revelado por sua conduta como marido fora da cama.

segunda-feira, maio 19, 2014

No que Gastar a Vida?

Por Mateus Emilio Mazzochi
Ser pai de uma menina é algo maravilhoso, e traz consigo muita responsabilidade, afinal, é em mim que ela se espelhará quando chegar a hora de casar. Sendo eu o exemplo masculino de sua vida, ela deverá querer passar sua vida ao lado de alguém que seja NO MÍNIMO o que eu sou para minha esposa e filhos.
E é aqui que entra a minha responsabilidade. Meu exemplo tem que ser obrigatoriamente muito mais convincente do que minhas palavras. Que responsabilidade.
Para saber se estou acertando ou não, teríamos que perguntar para minha filha e esposa. Posso garantir que estou procurando fazer meu melhor, afinal a Bíblia exige que o marido ame A SUA ESPOSA A PONTO DE DAR A SUA PRÓPRIA VIDA POR ELA.
paisagem
Depois de ter assistido a um vídeo do pastor Paul Washer, (sugiro que você, marido, procure no YouTube e assista também) entendi melhor o que isto significa: ao chegar em casa do trabalho, nada de calçar meu chinelinho de pano ligar a TV e ficar ali sentadão igual a um paxá. Nada disso. Primeiro tenho que dar a atenção total para a minha esposa e filhos, e depois, só depois, tratar dos meus interesses.
Dar a vida pela esposa.
Gastar toda a vida me dedicando a ela. Ponto.
Posso garantir, as recompensas deste esforço são realmente muito gratificantes.
Siga você também este mandamento Bíblico.
Deus os abençoe.




terça-feira, março 20, 2012

Lar cristão


Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor;

Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.

De sorte que, assim como a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seus maridos.

Vós, maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela,

Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra,

Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.

Assim devem os maridos amar as suas próprias mulheres, como a seus próprios corpos. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo.

Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja;

Porque somos membros do seu corpo, da sua carne, e dos seus ossos.

Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe, e se unirá a sua mulher; e serão dois numa carne.

Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja.

Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.
Efésios 5:22-33

Quando me converti, há 7 anos , não conseguia “engolir” essa parte das escrituras, a formação que tive, numa casa de mulheres independentes, não me fazia apta a entender este texto, principalmente porque me encontrava separada de meu marido.
Hoje acompanhando com tristeza muitos lares desfeitos, inclusive de casais cristãos, vejo como este texto precisa ser entendido e compreendido por maridos e esposas.
Eu e meu marido estamos aprendendo a andar conforme a bíblia nos ensina. Nós dois aprendemos a ceder, e a ouvir.
Abaixo algumas coisas que aprendemos juntos caminhando com o Senhor, sempre ao nosso lado, nos corrigindo e nos aprimorando.
Não há segredo! Se todo homem amasse sua esposa como a si mesmo, muitos casamentos estariam ainda de pé.
Se todas as esposas se sujeitassem aos seus maridos, brigas e desentendimentos seriam desnecessários.
Amar como a si mesmo é respeitar, se preocupar, se doar, ter paciência, dar presentes, ligar no meio do dia, ser atencioso em casa, fazer elogios, ouvir.
Todos esses pontos são fundamentais para que o marido sustente um casamento feliz.
Se sujeitar ao marido não quer dizer que a esposa seja uma escrava que tenha que se submeter aos caprichos e desmandos do marido. Mas quer dizer que ela não vai tomar decisões sem consultar seu marido, que dará atenção ao seu lar, para que quando seu marido chegue se sinta acolhido, não gastará desvairadamente sem perguntar se pode, não tomará as rédeas da família para si.
Nós fomos criado numa sociedade onde o movimento feminista cresceu conosco. Mulheres e homens são diferentes anatomicamente  e psicologicamente. Logo, não temos as mesmas habilidades.
O papel do homem e da mulher na família são bem específicos, e não podemos trocá-los, pois as coisas não funcionariam como deveria.
Comparo os papéis de marido e esposa com os ponteiros de um relógio. Se um dos ponteiros não estiver funcionando corretamente, não conseguiremos saber a hora exata. Ambos os ponteiros são importantes, e tem sua função específica. Um não é menos importante do que o outro.
Assim um lar também precisa estar bem ajustado, para que tudo corra como deveria.

sexta-feira, agosto 26, 2011

7 Coisas que não podem faltar em um casamento

tem que saber lidar com as mudanças

7 Coisas que não podem faltar em um casamento

No terceiro dia houve um casamento em Caná da Galiléia. A mãe de Jesus estava ali; Jesus e seus discípulos também haviam sido convidados para o casamento. João 2. 1 e 2 (mas leia até o verso 11)
Este post é baseado em uma pregação do pr. Erly*, da ADEB – Taguatinga Sul, a igreja que congrego, num culto de domingo. A pregação original possuía o título de “5 Elementos que não podem faltar em um casamento“. Eu falei para ele que iria pegar o gancho e fazer a minha interpretação e adaptação de sua palavra. A mudança de título e [um pouco] de conteúdo se justifica pelo enfoque ligeiramente diferente, bem como do propósito de escrever em um blog.

Meu sincero desejo é que você goste desta mensagem e que ela possa ser útil e edificante.

1. Homem e Mulher: opostos que se completam


Um casamento para acontecer precisa da matéria-prima principal: um homem e uma mulher. Embora o senso politicamente correto e a pressão social estejam empurrando goela abaixo da sociedade uma união antinatural que a Palavra de Deus condena, os princípios bíblicos permanecem imutáveis há milhares de anos: macho e fêmea os fez, e é disso que é feito um casal.

E esse casal heterogêneo possui peculiaridades e distinções que tornam essa união algo quase sobrenatural, tanto que essa relação é um reflexo da união entre Cristo e a Igreja. Essa diferença abissal entre o Divino e o humano não se reproduz na relação homem x mulher, mas serve de ilustração para demonstrar que o casal deve trabalhar suas diferenças de modo que elas se completem. Ao completar-se, essa união se aproxima do ideal divino, ou seja, a felicidade conjugal.

#Dica: a diferença não significa necessariamente frustração, mas, se corretamente explorada e trabalhada, pode ser uma importante fonte de alegria e satisfação para o casal.