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domingo, março 29, 2015

O poder da oração

O Poder da oração
JOÃO CRUZUÉ

Vivemos em uma época de grande eficiência nas comunicações. Em 1996, vendi uma linha de telefone fixo por R$ 5.200,00. Hoje, com aquele dinheiro, no mínimo, eu poderia comprar uns dez bons smartphones e, a quantidade de linhas fixas que poderia comprar, seria, talvez, umas cinco dezenas. Além do telefone fixo,  temos hoje: o Skype, Twitter, Whatsapp, Instagran, Facebook, Google+ e sistemas operacionais para todos os gostos, sendo os maiores [1]: o Androide, o iOS, o Windows PhoneFirefox.OS, Tizen, Ubuntu TouchSynbian  e o Blackberry. O interessante é que, mesmo com toda esta tecnologia, se não estiver ao alcance de uma antena, nada disso vai funcionar. Seu celular pode ficar mudo, talvez em um momento crítico e de extrema necessidade. Para os momentos de crise, há uma linguagem de comunicação que funciona há mais de 4 mil anos e ainda não foi desbancada por qualquer tecnologia de comunicação: ela se chama oração.

Quase todos oram. Há orações curtas e orações longas. Orações decoradas e orações espontâneas e orações excelentes (mas que não sou ouvidas) e orações simples que são respondidas. Deus responde orações, mas não a qualquer oração. Através da oração, Jesus disse que é possível transportar um monte para o meio do mar. Um fato indiscutível é que através da oração é possível receber um milagre, a cura de um mal incurável e a solução de problemas insolúveis. A oração sincera, de um cristão humilde, quando é feita dentro da vontade de Deus é a coisa  mais linda e poderosa que alguém jamais viu. Esta poderosa forma de comunicação é gratuitamente dada  por Deus a quem dela quiser fazer uso.

Em momentos de grave crise, a primeira coisa que o cristão deve fazer não é pegar do smartphone para ligar para o Hospital ou para a mamãe ou marido/esposa. Esta não é a primeira alternativa. Quando a coisa está muito difícil ou de qualquer forma que esteja, a PRIMEIRA coisa a ser feita é dobrar os joelhos e ORAR ao SENHOR. Deus está no controle de qualquer situação, e se ele está no controle, é para ele que devemos abrir a nossa boca para pedir uma luz, uma direção, uma porta aberta, um socorro urgente. A paz entre o casal, a segurança do emprego, o backspace de uma besteira feita, que não há como voltar no tempo para consertar. 

Para ilustrar esta mensagem volto a meditar no Evangelho segundo Mateus, 15: 21, quando Jesus saiu de Genesaré com seus discípulos, deixando o Mar da Galileia em direção a Sidon e Tiro, nas margens do Grande Mar para encontrar com a mulher cananeia. 

A Bíblia registra que a mulher cananeia surgiu de repente e começou a gritar atrás dos discípulos. "Senhor, filho de Davi, tem misericórdia de mim, pois tenho uma filha miseravelmente endemoninhada. Um espírito mau morava no corpo daquela moça e controlava sua mente. Não há registro detalhado do sofrimento imposto à filha e consequentemente à mãe.

Jesus ouviu, mas ficou em silêncio.

O que fazer quando Deus fica silencioso depois de uma oração? Ele não deveria responder logo, e livrar-nos de todo sofrimento? A Bíblia fala em II Coríntios 12; 9  que o poder de Deus se aperfeiçoa nas fraquezas do cristão. 

O que fez a mulher diante do silêncio de Jesus? Ela continuou gritando, a ponto de perturbar os discípulos que fizeram o seguinte comentário: Senhor, despede esta mulher, porque ela vem gritando atrás de nós... E a resposta de Jesus, foi adequada aos ouvidos deles: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.

E, Jesus ainda estava falando, quando aquela mulher chegou a seus pés e o adorou e depois falou três palavras: "Senhor, socorre-me."

Houve uma mudança maravilhosa de atitude. Agora, aquela senhora deixou de gritar e passou a adorar o Senhor. Seria algo como, deixar por um pouco uma extrema necessidade de lado  para adorar e exaltar o nome do Senhor, do único lugar de onde pode vir o socorro.

A mudança de ação da mulher também provocou uma mudança de atitude do Senhor. Ele rompeu o silêncio para dizer um NÃO, que aos ouvidos daquela mulher não era um não completo, havia uma pequena oportunidade. E ela veio quando o Senhor a provocou com estas palavras: "Mulher, não é bom deitar o pão dos filhos aos cachorrinhos.."

De novo a mulher surpreendeu ao Senhor com sua resposta. Ela poderia ter ficado indignada com o aparente preconceito de ser comparada aos filhotes de uma cadela. Mas, em vez disso se humilhou, porque o que estava em jogo não era o preconceito, mas a liberdade de sua filha do controle de um demônio.

--Senhor, não me importo que me chame de "cachorrinho", considere, apenas, que de vez em quando, algumas migalhas caem da mesa  dos donos dos cachorrinhos. A Bíblia não registra, mas depois de ouvirem estas palavras, os discípulos de Jesus se esqueceram da origem daquela mulher. 

Desta vez, o Senhor Jesus olho para aquela senhora, e exclamou diante de todos:

Ó mulher, grande é a tua fé! Seja feito aquilo que tu pedes. E desde aquela hora sua filha ficou liberta.

A oração ainda é e sempre será a forma mais eficiente de comunicação com Deus. Mas, sua resposta depende da vontade de Deus. E a vontade de Deus, na maioria das vezes, depende da postura de quem ora. A oração desde sua existência, que deve ter começado com a existência de Adão, nunca precisou de uma versão atualizada. Quem deve, se "atualizar" é o coração de quem precisa de uma resposta de Deus.

Quem era aquela mulher cananeia? Era ninguém aos olhos dos discípulos. Mas Deus tem o poder de transformar um ninguém em  alguém pelo estímulo à oração. Quando uma pessoa fala, nem sempre é possível entender se é arrogante ou humilde, se é persistente ou desanimada. Mas quando uma pessoa reage é bem possível perceber os defeitos de seu caráter ou as virtudes que possui.

Pelo poder da oração, a mulher cananeia mudou a situação de sua filha. Primeiro gritou, depois continuou gritando. Quando viu que só gritar não ia resolver, se aproximou de Jesus, abaixou-se a seus pés e o adorou. Depois de ter adorado, fez  a súplica em favor da filha.  Mas, foi quando reagiu com muita humildade diante das palavras duras de Jesus que ela se mostrou seu caráter por inteiro: sábia, objetiva, corajosa, insistente, intercessora, humilde e por isso, vitoriosa.

O sofrimento é algo que nos aflige e humilha, mas, às vezes, ele é a única forma de comunicação que Deus permite para tratar de um coração arrogante e teimoso que não mais  ouve ninguém. Se é este o seu caso, saiba que o filho pródigo saiu de casa por conta própria. Mas, saiba também que seu Pai, todo dia, olha pelo caminho que ele um dia poderia voltar. Nada que o pai dissesse ao moço poderia dissuadi-lo da própria vontade de sair de casa. Ficou em silêncio. Foi o sofrimento que trouxe juízo àquele coração duro. Passou-se muito tempo, e um belo dia, aquele pai viu o moço voltando, e foi com uma oração humilde que ele disse ao pai: Pai, perdoa-me porque eu pequei contra o céu e contra ti. Já não sou mais digno de ser chamado seu filho, mas permita que eu fique aqui e trabalhe com um de seus jornaleiros.

Estas duas orações: a da mulher cananeia e a do filho pródigo são o tipo de oração que os ouvidos de Deus não conseguem resistir, porque elas trazem em si a essência da humildade. A oração, quando feita por lábios sinceros e um coração humilde, é poderosa porque provoca uma resposta de Deus. Esta forma de comunicação está fora de alcance da tecnologia atual, mas é acessível a pobres e ricos, homens e mulheres, crianças e velhos. Não é preciso dinheiro, para falar com Deus, mas é preciso as palavras certas e uma postura humilde.

Meditação em 29.3.2015.












sexta-feira, fevereiro 20, 2015

A cura do leproso e a compaixão de Jesus Cristo



Texto bíblico: Marcos 1:40-45

A cura do leproso
JOÃO CRUZUÉ

No Evangelho segundo São Marcos um leproso aproximou-se de Jesus Cristo. Naquela época quem tinha lepra não podia se aproximar das pessoas, porque a doença era considerada pelos religiosos como uma maldição recebida por causa de um pecado grave praticado. Contextualizando o assunto, a AIDS é, por comparação, a lepra de nossa época e a graça de Deus o mesmo remédio que curava no passado, cura no presente e vai continuar curando no futuro.

Um dia, Cristo entrou na aldeia onde vivia aquele leproso.  De alguma forma, aquele homem ficou sabendo. Talvez tivesse visto o Senhor chegar, o fato é que fez planos para se encontrar com o Senhor. Quem sabe, não seria única oportunidade que teria para ser curado. O seu coração  ficou ansioso. Como não podia entrar na aldeia,  quando o Senhor saísse ele estaria lá, esperando.

E, quando Cristo  saiu da aldeia, aquele homem com a carne apodrecida pelo pecado correu e se aproximou de repente, dobrou os joelhos, baixou os olhos e OROU: Senhor, se quiseres pode limpar a minha pele.

O leproso estava preparado para três situações: Cristo poderia permanecer indiferente como se "ninguém" estivesse diante dele. Cristo poderia mandar que ele tomasse distância, conforme mandava a lei... Ou também acontecer aquilo que o leproso tanto desejava: o favor de Deus.

Quando Jesus Cristo, viu aquele farrapo humano dobrar os joelhos aos seus pés e ouviu aquela oração sincera, teve grande compaixão. Abrindo a boca, disse três palavras que mudaram para sempre a vida daquele leproso. 

--Quero,  fique limpo!

E tendo dito isso,  a lepra desapareceu completamente e a carne daquele homem ficou limpa de toda lepra. A Bíblia fala que Cristo lhe fez uma severa advertência, para que não voltasse aos antigos pecados. É como se dissesse: Vai e não peques mais! Depois disso, ainda recomendou para que mantivesse silêncio e que levasse ao sacerdote uma oferta pela purificação da Lei de Moisés.

Mas, tendo o ex-leproso saído, começou a testemunhar da sua cura para seus antigos companheiros de lepra. Depois contou tudo para os familiares, vizinhos e aldeões. Falou tanto, que o Senhor Jesus precisou ficar fora de locais públicos.

Que pecado leproso teria ele praticado? Esta reflexão na vai tratar da relação de causa e efeito da lepra e do pecado. Apenas lembrar que na Bíblia, há alguns casos reveladores: Miriam, a irmã de Moisés; o Rei Uzias; e Geazi, o servo de Eliseu.

Mas importante que lepra é a graça de Cristo que traz o perdão para a alma e a cura para o corpo.  Aquele moço agora não era mais leproso, estava curado.  Era um pecador, mas agora estava perdoado!

Da mesma forma que a lepra, algumas outras doenças traz um estigma social. A AIDS é uma delas.  Nos dias atuais produz a mesma tristeza e gera os mesmos preconceitos. Mas, eu não vim aqui para falar da AIDS, mas, sim, da graça de Deus. Esta graça manifestou-se no meio da humanidade por causa do amor de Deus. Deus enviou Jesus Cristo, seu único filho  a esta terra, para revelar a expressão máxima de seu amor para homens e mulheres que necessitam de paz, perdão e de cura.

Não importa se seja a AIDS ou alguma maldita doença incurável. Hoje o perdão de Deus e a cura de Jesus pode alcançar a sua vida. Aquele homem era leproso, mas depois do encontro que teve com Cristo, recebeu o perdão a cura para seu corpo. Ele é um bom exemplo a ser analisado. Cristo nunca virou as costas para alguém que batesse a sua porta. Ao ouvir a oração do leproso, contemplou sua grande coragem e a forma como se humilhou a seus pé. Mesmo sendo Deus, os olhos de Jesus molharam-se e Ele sentiu uma grande compaixão por ele. Estendeu-lhe a mão, tocou aquele corpo cheio de feridas e respondeu: Quero, sê limpo! Cristo se abaixou até ele o tocou com as mãos e o curou. Isto é a revelação do conceito da graça de Deus: o ato de abaixar até nossas misérias e nos estender a mão.

Você está passando por algo extremamente difícil? Sua doença é incurável?  Planeje também seu encontro com Jesus. Como na parábola o pai do filho pródigo, saiba que assim como todo o dia aquele pai olhava para o caminho onde tinha visto seu garoto ir embora, Deus também está esperando uma mudança de atitude da sua parte. Ele deseja que você abandone o medo e se aproxime com coragem e humildade para pedir o milagre para sua vida.
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Com carinho,  Irmão João.











sábado, agosto 11, 2012

O retrato do amor de um pai

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João Cruzué

Fui assistir hoje, pela décima vez, o filme Lutero. E sempre que o vejo, aprendo uma coisa nova ou descubro algo que antes não tinha prestado atenção. Desta vez, quase no final do filme, me deparei com a cena em que Lutero contava a párabola do filho pródigo para um grupo de crianças. Por que aquele pai saiu correndo para abraçar o filho? perguntou. Eu imagino que tudo mundo saiba, mas de algum modo, eu não tinha pensado nisto antes.

Quando o filho pródigo voltou, poderia ter acontecido o mesmo que certamente ocorre na maioria das grandes Igrejas evangélicas brasileiras: Nada! 


Preocupados com tantas reuniões, pregações, convenções, prioridades... Os levitas e sacerdotes de nossa época não mudaram, continuam tão religiosos quanto os personagens parábola do "Bom Samaritano". E como tem "irmãos" mais velhos em nossos dias!

O pai do pródigo não se esqueceu do seu garoto. Ele o amava. E, todo dia olhava pelo caminho por onde o filho tinha se ido embora. Foi por isso que o avistou ainda longe, voltando para casa. Então saiu correndo ao encontro do moço, abraçou-o e beijou-o.

No filme, Lutero conta às crianças a história do Pai do filho pródigo: Sabem por que aquele Pai saiu correndo para abraçar o filho? Foi porque ele tinha medo  que o filho caçula fosse humilhado e mal recebido. Ele sabia que se isso acontecesse o jovem voltaria de vez para ficar junto aos porcos. 


Era exatamente isso que teria acontecido se a primeira pessoa a recebê-lo fosse, por exemplo,  o irmão mais velho.

Essa atitude tem um nome: compaixão.





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