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segunda-feira, fevereiro 24, 2014

Quantos evangélicos há Brasil em 2014


João Cruzué

DADOS COM BASE NO IBGE
De acordo com as séries históricas e a estimativa do IBGE para a população do Brasil em 2013, fizemos uma análise estatística dos aumentos por estado. A taxa média de crescimento de cada estado de 2011 a 2013, foi usada por nós na projeção da população brasileira para 2014. 

Em 2010 a população evangélica do Brasil era de 22,16% e 42.275.437 crentes.  

Metodologia: Embora a média aritmética da taxa de crescimento anual de 1960 a 2010 seja de 5,75% para a projeção de 2014, utilizamos a mesma taxa anual (4,91%) do último Censo IBGE 2001-2010 para os cálculos.

Assim sendo, a população do Brasil projetada para o final de 2014 será de 204.578.931 habitantes. A população evangélica atinge 25,03% e será de 51.210.103 crentes, representando 1/4 da população Brasileira.

Pop_Evangelicos photo Pop_2014.png


 PESQUISAS DO  INSTITUTO DATAFOLHA

Os católicos, segundo o Datafolha,  representavam 75% da população brasileira em 1994.  Em 2007 eram 64%. No Censo IBGE de 2010 eram 62%. Em julho de 2013, época em que o Papa Francisco veio ao Brasil, uma pesquisa divulgada pelo  Datafolha revelava que a  população de católicos no brasil tinha caído para 57%. Analisando apenas a estatística dos números, podemos inferir que em 20 anos (1994-2014) a Igreja Católica deve perder cerca de 20 pontos percentuais, indicando uma queda de 26,67% no período.

Considerando que os dados do IBGE não são provenientes de contagens físicas de evangélicos, casa por casa, mas amostrados e projetados estatisticamente a nível estadual, podemos também compará-los com os de outro Instituto.  Segundo o Datafolha, em 1994 a porcentagem de evangélicos no Brasil era de 14% (10 + 4). Em 2007  era de 22% (17 + 5). E em julho de 2013, para 28% (19 + 9). Dessa forma, podemos observar que os dados do Datafolha são de 3 a 4 pontos porcentuais maiores que os números do IBGE.

Comparando: Ano de 1994: os católicos eram 75% e evangélicos 14%. Em 2007: católicos 64% e evangélicos 22%. Em julho de 2013, os católicos eram 57% e os evangélicos, 28%. Ou seja, em 18 anos, enquanto o número de católicos cai  24%, os evangélicos crescem  100%.

Minha última análise dos dados do período de 18 anos medidos pelo Datafolha. Enquanto a Igreja Evangélica cresce 5% a cada ano, os católicos diminuem em 1,2% no mesmo período. Em decorrência disso, e mantidas as mesmas taxas até 2025, católicos e evangélicos terão a mesma participação na população brasileira em termos de QUANTIDADE. Quanto à QUALIDADE do fiel tanto de uma igreja quanto de outra, aí são outros quinhentos, para uma abordagem em outra matéria.

Considerações finais. Nossa pesquisa é conservadora, baseada em dados de Institutos certificados. Não trabalhamos com chutômetro. Se você gostou, ou queira discutir algum ponto, por favor, escreva para mim: cruzue@gmail.com









sábado, novembro 17, 2012

Nova política da Rede Globo para os Evangélicos

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João Cruzue

Foi uma boa surpresa. Eu tinha acabado de tomar café com minha esposa, hoje pela manhã, quando voltei à sala, depois de ter visto parte do programa do Pr. Josué Gonçalves na Rede TV.  Estava passando um desenho animado sobre a vida de Moisés. Cheguei bem na parte em que a voz de El Shadai, vindo de uma sarça ardente, ordenava que Moisés tirasse as sandálias dos pés.

E Deus começava a convencer Moisés a voltar ao Egito para libertar o povo de Israel. Inclusive, no desenho, Deus fazia Moisés ouvir os estalos dos chicotes e os gritos de dor dos açoitados. Imaginei que estivesse vendo um "desenhinho" na Rede do Bispo Macedo; talvez, no SBT...

Quando parei, e olhei o logotipo da rede naquele cantinho inferior direito, veio a surpresa: era o logo da Rede Globo. Então eu comecei a pensar algumas coisas.

Decididamente a direção das organizações Globo resolveu "agradar" os evangélicos. Ou, sendo mais pragmático, não continuar desprezando os crentes. Os motivos devem com certeza começar pelo aspecto financeiro, uma vez que a maioria dos Irmãos ascendeu ou pertence à classe média.

Minhas estimativas (conservadoras) dizem que os evangélicos serão 25% da população  brasileira até 2015. Sendo a maioria da classe média, em termos de poder aquisitivo devem representar uma grande fatia do mercado consumidor para os produtos populares que financiam as novelas brasileiras.

A Globo não se tornou evangélica,  apenas mudou sua política estratégica em relação aos crentes por causa do que está em seus bolsos.  O aumento do faturamento da Rede depende dos evangélicos. 

Por exemplo: quando uma empresa de cosméticos adquire a cota principal de custeio de uma novela, (L'Oreal) advinha quem vai ao supermercado e compra aquele shampoo, creme ou sabonete insistentemente divulgado nas vinhetas dos intervalos comerciais? São os "consumidores" de novelas - cada vez mais no gosto dos crentes. Eles são potenciais consumidores de produtos populares, produtos de massa. Marcas de celulares, cosméticos, Bancos de varejo, remédios para dores de cabeça... Muito provavelmente, estas marcas populares estejam penetrando com mais facilidade agora nos lares evangélicos, pela porta das novelas.

O fascínio repentino da Globo pela cultura (música)  e eventos (divulgação de marchas e cruzadas) evangélicos não outra coisa senão uma forma de atrair o bolso dos consumidores crentes. Antes, uma meia dúzia de gatos pingados, hoje 43 milhões e um terço da população brasileira em 2020.  Parafraseando o slogam da campanha de Bill Cliton na campanha à Casa Branca contra George Bush (pai) nas eleições de 1992: É o mercado, estupido!

Outra razão para a aproximação da família Marinho com os evangélicos é sua concorrência com a Rede Record. Se o Bispo Macedo optou por fazer benchmarking com as novelas da Globo, a família Marinho decidiu contratacar na área religiosa do Bispo. Daí, veio o desenho animado do Êxodus que vi  parte, hoje sábado 17.11.2012, pela manhã. Concorrência comercial.  Tenho certeza que é tempo não muito distante, veremos um programa evangélico mensal na Rede Globo. É mais que sabido nos tempos atuais que em matéria de música a cultura evangélica (principalmente assembleana) é um verdadeiro manancial de talentos.  Os melhores calouros do programa do Raul Gil são, principalmente, evangélicos.

Para fazer concorrência à RECORD, por outro lado, o público alvo precisa ter um potencial de renda substancial. A Globo descobriu recentemente que os evangélicos têm. E este potencial cresceu a uma taxa média real de 4,91% ao ano nos últimos 10 anos... Só para se ter uma ideia,  a taxa média de crescimento da população brasileira no mesmo período foi de 1,18%.

Mapa Evangelicos
Os dados das populações são do IBGE
Minhas perspectivas mostram o seguinte quadro para 2020: A taxa de crescimento da população brasileira entre 1991 e 2000 foi de 15,63%. Caiu no Censo 2010 para 12,47%. Considerando a possibilidade de que esta queda vá se manter,  em 2020 a população brasileira terá crescido 10,0% e seremos 210 milhões de habitantes. Dados extraídos dos Censos do IBGE do quadro acima.

Os evangélicos cresceram 98,53% no período 1991-2000 sendo 26,1 milhões de crentes. No período seguinte cresceram menos, voltando às taxas de crescimento habituais. Cresceram 61,45 em 10 anos, e no censo do IBGE 2010 eram 42,3 milhões. Minhas perspectivas apontam para uma população de 68 milhões de evangélicos em 2020, com a manutenção da mesma taxa de crescimento anual de 4,91%.  

Portanto, em 2020, a razão ESTIMADA entre a população evangélica de 68 milhões, e uma população brasileira de 210 milhões, estará em torno de 32,38%, ou seja, quase um terço da população brasileira será evangélica.

E, considerando que um terço do mercado consumidor brasileiro será constituído de evangélicos até 2020, não restou outra alternativa às Organizações Globo senão mudar sua antiga  política de DESPREZO e PRECONCEITO para  RESPEITO e "INTERESSE" à cultura dos crentes. Isto nada tem a ver, sejamos francos,  com os belos hinos cantados pela Ana Paula Valadão.