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sábado, dezembro 15, 2012

Rede Globo se rende ao Gospel - Festival Promessas 2012


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"In gold we trust"
João Cruzué

Quando minha filha pos a mochila nas costas e foi participar do evento no Campo de Marte - Zona Norte da Cidade de São Paulo, eu pedi para que levasse um guarda chuva. Ela saiu pouco depois do meio-dia para ficar bem à frente do palco e conferir tudo de perto.  Ela gostou e achou que o evento deste ano foi melhor e teve mais participação que o do ano passado.

Não choveu. E quem levou guarda-chuva, não pode entrar com ele, por questões de segurança. Imaginaram que se algum fiel ficasse muito alegre, poderia, eventualmente dar uma guardachuvada no próximo. Não houve divulgação nem incentivo para ir ao evento por parte dos maiores ministérios da Assembleia de Deus da Grande São Paulo. A publicidade maior foram as inserções de chamadas publicitárias da própria emissora.

E hoje, sábado, 15 de dezembro 2012, eu estava escrevendo minhas coisas na sala quando começou passar na TV Globo o Festival Promessas. Na TV o tempo foi muito curto - 75 minutos. Muita coisa foi editada. Teve gente que reclamou porque mostraram tão pouco o André e muito do Thales - que já foi da banda Jota Quest.

No site da Rede Globo, conferi agora, não tem nenhuma foto nem mesmo uma manchete de chamada do assunto.  Para encontrar,  eu precisei clicar no link programação de sábado. Muito escondido. Para mim foi uma atitude de vergonha. A Globo ainda tem vergonha dos evangélicos.


 A Rede Globo promoveu sábado passado - 08.12.2012, o Festival Gospel Promessas. Pela primeira vez em São Paulo, o festival reuniu  100 mil pessoas no Campo de Marte, para cantar durante cinco horas.  

A primeira apresentação foi de André Valadão, às 17h30. Em seguida se apresentaram: Cassiane, Aline Barros, Fernandinho, Thalles e Diante do Trono.  O compacto da apresentação, de 75 minutos, igual ao tempo do ano passado, foi ao ar hoje.

Assisti pessoalmente toda transmissão. Vi a participação da Cassiane, André Valadão, Thales, Fernandinho, Aline Barros e Ana Paula Valadão. Gostei mais da apresentação da Aline Barros.

Um fato me surpreendeu no festival. Apesar do calor terrível, que estava fazendo no Campo de Marte, olhando as cenas transmitidas não consegui ver nenhum participante sem camisa. A quantidade de crentes no Campo de Marte ultrapassou de longe as plateias dos shows de Lady Gaga,  Madona, Andrea Bocelli...

E quem eram os artistas que levaram 100 mil pessoas no Campo de Marte? Meia dúzia de cantores crentes, MAS, que apesar de quase desconhecidos da maioria da sociedade, vendem tranquilamente mais música que qualquer cantor de música secular. Só o grupo Diante do Trono vendeu, de 1997 para cá, mais 10 milhões de cópias de CDs/DVDs. Se não houvesse tanta pirataria no Brasil, creio que  estes números dobrariam.

Notei várias ausências. O ano passado a editora Central Gospel do Pastor Silas Malafaia apareceu com sua publicidade na transmissão do Evento. Neste ano não vi  nem a Central Gospel, nem o cantor Jota A, nem  Regis Danese - a meu ver,  duas grandes ausências no evento. Claro, eles não são da Som Livre...

Creio, que da mesma forma que a Rede Globo ainda tem vergonha de ser gospel, as maiores lideranças evangélicas também ainda não se esqueceram do preconceito "global" fartamente documentado pelos papeis ridículos atribuídos a personagens crentes em suas novelas. No meio evangélico mais conservador o entendimento de que "a globo é do diabo" e vive espalhando porcaria por meio de novelas nojentas, é uma realidade.

Por outro lado, não deixa de ser uma vitória evangélica. Não são os evangélicos que precisam da Rede Globo.  É a Rede que precisa dos crentes para garantir seu faturamento. Os evangélicos são, hoje, 1/4 da população brasileira em 2012. Em 2020 serão 1/3, cerca de 70 milhões, crescendo naturalmente e sem pressa à mesma taxa anual de 4,9% dos últimos 70 anos. E chegamos até aqui debaixo do preconceito da família Marinho. 

No quesito IBOBE, embora não se deva misturar duas coisas diferentes, No ano passado a Glob do Rio deu 13 pontos no Ibope. Em São Paulo, em 2012, atingiu 10.2.  Nas duas ocasiões marcou a primeira colocação.

Por fim, quero dizer que a música e os músicos evangélicos evoluíram muito em qualidade no Brasil. Vendem tanto quanto os melhores artistas seculares. Seu crescimento e  sucesso  foram tantos, que chamou a atenção da maior rede de televisão do país.