quarta-feira, dezembro 31, 2014

Orações que Deus Não Recebe

Jonas M. Olímpio
http://ebvirtual.blogspot.com.br/

Orações com interesses meramente
materiais ou por motivos injustos não 

apenas são recusadas por Deus como
também consistem em pecado
    Os fatores determinantes para o êxito de uma oração não são simplesmente a fé, a necessidade e nem mesmo a santidade; embora esses itens sejam de extrema importância (Mt 21:22; Sl 69:33; Jo 9:31), é necessário que se tenha em mente que, além da vontade ou propósito divino, é a sua intenção, ou seja: a razão que move o seu coração a te levar a pedir algo para Deus é o que pode definir se você será atendido ou não. No texto de Tiago 4:3 há uma perfeita explicação sobre isso: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites.”; essa afirmação mostra claramente que a oração precisa ter um propósito justo que não vise simplesmente satisfazer nossos próprios prazeres, pois isso consiste numa forma errada de se dirigir a Deus. E, em seu contexto, ele vai além, mostrando a cobiça[1] como a causa das contendas devido ao fato de muitas pessoas lutarem entre si por seus objetivos em vez de  os pedirem a Deus, sendo também que quando pedem, fazem isso de maneira errada, pois seu coração está voltado apenas para si próprios, sem a intenção de ajudar ou edificar o próximo e muito menos de adorar o Senhor.
Sem um coração sincero e
humilde regado pelas lágrimas do
amor e do arrependimento, nossas
orações são desagradáveis aos
ouvidos de Deus
    Na prática, isso é o que muitos chamam de “oração contrária”, que é aquela que vai contra os princípios divinos ensinados na Bíblia; são orações pedindo coisas sem sentido como, por exemplo, vingança contra os inimigos, posição ministerial ou profissional pelo simples prazer de ser admirado, a queda de alguém para se favorecer, dinheiro para ter uma vida de conforto, conquista de objetos por invejar alguém que adquiriu algo, condições para melhorar a aparência pela mera vaidade do exibicionismo e várias outras coisas que são desnecessárias ou que ferem os mandamentos divinos. Ao contrário disso, o tipo de oração que o Senhor espera de seus servos, em seu conteúdo geral, é aquele que busca perdão e justiça em relação aos que lhe prejudicam (Mt 5:44), crescimento espiritual ou secular para que o nome de Deus seja glorificado através de sua vida (1ª Tm 3:1; Jo 3:30[2]), a prosperidade do próximo e misericórdia para que ele reconheça e procure consertar seus possíveis erros (Fp 2:3; Tg 5:16), condições financeiras suficientes para viver honradamente (Pr 30:8), conquista daquilo que for útil para si próprio agradecendo a Deus pelo crescimento de seu irmão (Mt 6:11,12) e humildade para não deixar que preocupações banais em relação a sua estética te impeçam de servir ao Senhor com pureza sendo um canal de pecado devido a sua sensualidade (Rm 8:13). E tudo isso deve ser feito sem mágoa no coração, pois a falta de perdão é um dos fatores que que mais impedem uma oração de ser atendida por Deus (1ª Pe 3:7-9[3] [4] [5]). Orar sem um justo propósito não apenas produz uma resposta negativa ou silenciosa sobre o seu pedido, como também forma uma barreira que atrapalha a sua comunhão com Deus, porque isso indica que seu coração está mais ligado às coisas da terra do que às espirituais  (Lc 12:34).
A oração, para ser ouvida por Deus,
deve ser feita de acordo com os
princípios ensinados nas Escrituras
Sagradas
    Dentre todos os motivos, o principal diferencial entre ter uma oração recebida ou não é o propósito divino, ou seja: a vontade de Deus. De fato, o Salmo 37:4 diz que devemos nos alegrar no Senhor para que Ele conceda o desejo do nosso coração. Porém, isso não nos dá o direito de pensarmos que Jeová está a nossa disposição simplesmente para nos satisfazer, porque essa Palavra é para quem o obedece e procura conhece-lo profundamente. Pois no versículo 23 desse mesmo Salmo está escrito que os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor, e que Ele se agrada do seu caminho; isso significa que aquele que o busca e vive de acordo com a sua justiça é quem alcança as suas bênçãos. E, com isso, somos levados a refletir: será que o Senhor está se agradando do nosso caminho? Em outras palavras: será que Ele está satisfeito com as nossas atitudes? Resumindo, para estar dentro do propósito divino é preciso estar vivendo de acordo com os ensinamentos da sua Palavra. Nossas orações não são ouvidas se elas ferem os seus mandamentos (Pr 28:9) ou se não estão dentro daquilo que Ele tem proposto para a nossa vida de um modo pessoal (Êx 4:10-14[6] [7]). Antes de orar, reflita sobre as condições e a razão pela qual você pretende fazer essa oração (Pr 21:13).




[1]Cobiça: Desejo veemente de conseguir alguma coisa. Ânsia ou ambição de honras ou riquezas. Avidez. Concupiscência.
[2]Episcopado: A função de bispo (1ª Tm 3:1). supervisão. Ministério de supervisão, ofício, cargo, ofício de um ancião. Supervisores ou dirigentes de uma igreja cristã.
[3]Coabitar: Ter relações sexuais com alguém. Conviver intimamente.
[4]Compassivo: Que tem compaixão.
[5]Afável: Benévolo. Delicado, cortês.  Agradável nas maneiras e na conversação. Bem educado.
[6]Eloquente: Aquele que tem eloquência (grande capacidade para falar).
[7]Levita: Membro da tribo de Levi (um dos filhos de Jacó). Foi a tribo escolhida por Deus para cuidar dos trabalhos sagrados. Todos os sacerdotes também tinham que ser levitas. Os levitas serviam no santuário, ajudavam nos sacrifícios, carregavam a arca da aliança, ensinavam e tinham o direito de ser sustentados com os dízimos e as ofertas. Sua história e suas funções está registrada detalhadamente no livro de Levíticos.

Jonas M. Olímpio

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