terça-feira, maio 10, 2011

Não Julgueis - Mateus 7;1

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"Não julgueis, para que não sejais julgados."
(Mateus 7.1)
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Michael Diego Machado Caceres

Blog Shema

Certa noite, quando acabei de pregar, me surpreendi ao ouvir do jovem senhor, que tinha em média seus 30 anos – que sempre mantinha a cabeça abaixada e que jamais tirava os olhos da Bíblia, – agora de pé diante de mim, me fazendo um pedido que eu nunca pensei que ouviria. “Me perdoe por ter te julgado?”.

– Por ter me julgado? – perguntei repassando rapidamente os eventos dos últimos dias para avaliar se me dissera alguma coisa, ou um olhar atravessado, ou até um comentário de sua parte. Mas não consegui pensar em nada que justificasse o seu pedido. Na verdade durante os últimos dias ele se comportara de maneira perfeitamente decente, e seu testemunho era de um bom obreiro e não consegui lembrar alguma confusão. Não havia nada, nada que o acusasse, nada que me fizesse entender o seu pedido.

Eu era ministro de louvor e jovem obreiro.

Não tenho dificuldade de me relacionar, mas sou reservado, do tipo que nunca irá bater em sua porta para pedir um pouco de açúcar. Não vou te convidar para tomar um chimarrão e contar da minha vida. Nunca vou mostrar o projeto da minha casa, ou contar como pretendo construí-la. Mas também não sou um mau anfitrião. Sei sorrir, pois aprendi que a alegria embeleza o rosto (Provérbios 15.13).


– Por quê? – perguntei – Não me lembro do senhor ter me julgado! – declarei hesitante.

Realmente não sei o motivo que alguém teria de me julgar. E até então pensava que só deveria pedir perdão aqueles que fizeram algo contra mim – não tenho uma lista de inimigos públicos – talvez por isso a surpresa.

– Te julguei – disse o homem – tive um mau pensamento a seu respeito. Pensei que não tinha compromisso algum com Deus, que só queria aparecer.

Então entendi que julgar é imaginar, formar juízo contra uma pessoa, supor que essa pessoa seja ou esteja assim ou “assado”, opinar sobre a conduta de alguém.

Talvez eu já tivesse sido julgado anteriormente. Com certeza já fui. Mas nunca alguém me pediu perdão. Olhares atravessados, sussurros de condenação e conversas paralelas de desapontamento. Isso já havia acontecido comigo. Mas me pedir perdão. O homem branco, da minha altura e com um olhar profundo e penetrante, no qual eu respeitava. Estava me dizendo: “Me perdoe te julguei”. “Tive um pensamento a seu respeito, mas você me provou o contrário”.

A ordem de Jesus, “não julgueis”, visa repreender aqueles que julgam e depreciam alguém. É especificamente contra a hipocrisia, a falsidade, é um chamado para discernir nossos erros.








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