quarta-feira, abril 27, 2011

O verdadeiro amor nos torna livres

Imagine um pai que deseja, mais do que qualquer outra coisa, ter um bom relacionamento com seu filho, apenas ser ouvido por ele. Todos os dias, esse mesmo pai tenta estabelecer um diálogo com seu filho. O pai então lhe dá uma casa, com um ótimo jardim e uma vista maravilhosa. Você sabe como um bom terreno custa caro hoje em dia. Mas o pai não se importa com isso. Ele quer apenas agradar seu filho, pois o ama mais do que tudo. Dá ao filho o poder de administração sobre todos os seus bens. Dá-lhe até uma linda esposa. O filho, entretanto, despreza os conselhos de seu pai e acaba perdendo tudo que, de graça, recebeu. Uma atitude impensada coloca tudo a perder. O filho então foge e se esconde, porque tem medo, porque tem vergonha.

Você conhece essa história?

Quando Deus criou Adão, ele não o criou com algum tipo de programação robótica. Adão não foi “programado” para obedecer. O ser humano não foi criado para obedecer a Deus. Deus criou o homem para que fosse simplesmente seu filho. Deus jamais quis escravos. Pelo contrario, ele sempre desejou ter uma relação fraternal com sua maior criação, porque Deus ama o homem.

O medo e a vergonha, fruto da má utilização da liberdade que Deus concedera ao homem, são os responsáveis pela quebra dessa relação tão sonhada pelo Criador.

Uma das expressões do amor de Deus é a liberdade concedida ao homem. Liberdade para fazer o bem ou para fazer o mal.

E qual a razão para Deus ter colocado no Jardim do Éden uma árvore de ciência do bem e do mal? Não seria mais fácil ele apenas não colocar essa árvore? Porque Deus colocou a possibilidade do mal?

Justamente para que o homem não fosse escravo do bem. Sem liberdade de escolha, seríamos semelhantes a um animal dominado pelo instinto para a prática de um determinado tipo de vida. Seríamos incapazes de tomar decisões, de fazer nossas próprias escolhas.

O amor de Deus nos torna livres.

Jesus disse: “Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos céus” (Mateus 5.44)

O amor não é apenas uma questão de sentimento. É uma preocupação real pelo bem estar do próximo. Essa preocupação, ou desejo positivo, se estende de modo igual tanto para amigos quanto para inimigos.

O termo “inimigo”, usado por Jesus, não se refere exclusivamente às pessoas que nos fazem mal. Não é um conceito que deve ser interpretado de modo conveniente para cada pessoa. Se trata, na verdade, de um entendimento inverso do que estamos acostumados a considerar. “Inimigo” se refere às pessoas que eventualmente possamos não gostar ou simplesmente não temos uma afinidade natural. O mandamento de Cristo significa muito mais do que somente mudar nossos sentimentos em relação às pessoas que não nos relacionamos bem.

Como o amor funciona muito mais como um processo que se expande de dentro para fora do que algo que adquirimos exteriormente, nossas atitudes devem, necessariamente, refletir nossa real intenção. As palavras de Jesus não dão espaço para especulações. Elas ordenam que devemos amar aqueles que nos perseguem ou desprezam, do mesmo modo que amamos pessoas que nos apóiam e nos amam. Esse amor só é possível mediante o poder de Cristo, que nos amou exatamente dessa maneira.

Jesus disse: “Amai a vossos inimigos e fazei bem, e emprestai, sem nada esperar, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso” (Lucas 6.35,36)

Jesus nos convida a amar como ele amou. Devemos compartilhar esse mesmo amor com pessoas que, aparentemente, não tem qualquer habilidade para retribuir o favor. Não devemos esperar algo em troca de boas atitudes.

Essa prática só se torna possível através de uma transformação sobrenatural que gera em nós uma ordem de resposta diferente daquela comum à natureza humana. O amor excelente deve ser tão dramaticamente contrário à falsa idéia de amor apregoada pelo mundo a ponto de separar o servo de Deus do mundo. Esse amor deve transcender as respostas humanas que esperam uma recompensa terrena pela generosidade praticada.

Jesus disse: “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos” (João 15.12,13).

Pense nisso: a perfeição do amor de Deus refletida em nós pode ganhar uma atenta audiência em prol do Reino Celestial.

Que esse amor excelente possa frutificar em sua vida a cada dia.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo portal gospel ICRVB.com em 12.04.2011)

Um comentário:

Jacson Cardoso disse...

Que benção amado encontra-lo aqui... já estamos seguindo este espaço abençoado.

Em Cristo, sempre.

Jacson