domingo, outubro 05, 2008

A Igreja emergente das ovelhas sem aprisco

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VALMIR NASCIMENTO MILOMEM

Blog: E agora, como viveremos?

Entre uma navegação e outra na internet, entre sites e blogs, topo com o texto de alguém que diz ter saído da igreja e que mesmo assim sente-se feliz. Ele tenta justificar o abandono do templo com argumentos nada convincentes de que o cristão pode ser cristão ser ter que participar de qualquer ministério. Ele faz parte do contingente de pessoas que acreditam na igreja emergente. Não quero aqui discutir o aspecto teológico desse nova teologia liberal.

O que me leva a escrever sobre o fato é que essa mesma pessoa, em um de seus últimos posts, relata em tom deprimente e melancólico como tem sido a sua vida depois que abandonou a igreja. Ele reconhece que tem estado confuso, sem identidade e que há poucos dias sentiu-se fora do céu. Ele diz que foi abandonado pelo antigos amigos de igreja, e que os seus domingos já não são mais os mesmos, principalmente na parte da manhã, na hora que estava acostumado a ir para a escola bíblica dominical.

Confesso que ao ler as palavras dele fui tomado por um sentimento de tristeza. Triste ao ver o seu estado de luta consigo mesmo, tentando em vão encontrar argumentos para não voltar ao aprisco do Senhor. Fico triste ao perceber que o seu coração está magoado, contrito e esfacelado e, mesmo assim, luta contra o desejo do seu espírito em voltar para a casa do Pai. Triste em ver o seu estado de abandono e desolação voluntária.

OVELHAS QUE SE PERDEM

Em uma de suas parábolas Jesus falou sobre um homem que tinha cem ovelhas, e, em determinado dia, acabou perdendo uma delas (Lc. 15.4). Na situação hipotética, quem perdeu a ovelha foi o pastor. O motivo? Não se sabe. São infinitas as possibilidades. Como resolver o problema? Deixar as 99 no deserto e partir em busca da ovelha perdida. Se analisada na forma literal a alternativa apresentada pelo Mestre parece estranha; mas é isso mesmo. As 99 ficariam no calor escaldante do deserto até o pastor reencontrar a ovelha perdida. Pela matemática convencional essa equação não seria a mais viável. Não é certo que mais vale 99 na mão do que 100 voando!? Entretanto, na matemática da graça essa não é a equação ideal. Uma ovelha vale tanto quanto 99! O pastor não pensa em números, mas sim em vida. Ele não analisa quanto ele quer ganhar, mas sim quanto ele não quer perder.

Mas, outro problema se impõe. E se ovelha não quiser voltar para o aprisco. Pior, e se foi a própria ovelha quem quis se perder? Talvez, quem sabe, ela mesma colocou algumas idéias fixas na mente, insuflada pelo urubu que sempre a visitava, e arrumou várias desculpas para procurar novos horizontes: “Não consigo mais viver nesse aprisco”; “O aprisco é muito apertado, vou buscar um lugar melhor para viver”; “A nossa alimentação não é tão boa”; “Sou muito mais esperta e moderna que essas outras ovelhas”; “E tem mais, o pastor não é lá essas coisas; acho que posso sobreviver sozinha”.

Justificativas e mais justificativas. Subterfúgios e mais subterfúgios.

TEMPO DE VOLTAR

Problema, grande problema. Quando a ovelha acha que o aprisco não é o melhor lugar para viver, ela pode encontrar outro local onde possa somente sobreviver, porém com lembranças nostalgicas da vida no aprisco, das suas irmãs ovelhas e do pastor. Chega um momento em que ela percebe que fora do aprisco ela não tem segurança, nem alimento certo e constante. Assim, o pensamento de falta de identidade e confusão mental começa a invadiar a sua mente. A tristeza se impõe e a desolação assola o seu ser.

E agora, fazer o quê? O certo, óbvio, é voltar para o aprisco. Entretanto, as justificativas ainda permancem na sua mente: “O aprisco está muito institucionalizado; são muitas as regras, e as ovelhas agora só vivem de aparência. Algumas pintam seus pêlos; outras se tosam completamente. E o pastor tem levado uma comida que não me agrada. Então, acho que vou permanecer fora do aprisco, com lembranças dos bons tempos”.

Esse é o erro das ovelhas emergentes. Elas acham que por existir problemas no aprisco, podem viver fora dele. Ledo engano. Problemas existem dentro do aprisco, e mais ainda fora dele. Alguém abandona a sua família quando há brigas dentro do lar?

A espiritualidade sadia não se conquista individualmente, mas somente por meio da comunhão com aqueles que participam do aprisco. O problema em querer abandonar esse ambiente nasce no momento em que imaginamos que estamos ali somente para receber algo. Esse é um erro. Estar ali é um ato de adoração e de entrega. Estamos ali não para receber, mas para oferecer. Foi isso o que Deus ensinou ao seus filhos, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. A entrega sem reservas é importante não porque Deus exige; mas porque no momento em que nos entregamos somos também esvaziados de nós mesmos; de nosso individualismo e da nossa prepotência. Olhamos para Deus não como o presenteador, mas como o nosso Pai. Olhamos para nossos irmãos, não como associados, mas como irmãos.

Abandonar o aprisco não é sinônimo de verdadeira espiritualidade, mas de individualismo espiritual, pensando que podemos resolver os problemas abandonando as outras ovelhas. A questão é que, mais cedo ou mais tarde, a ovelha que abandonou o aprisco perceberá o senso de desconforto fora do aprisco, e se tudo correr bem, ela voltará para perto do Sumo-Pastor. Espero que isso aconteça!

Visite o Blog do irmão : Valmir Milomen

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Um comentário:

Anônimo disse...

meu Deus isso so mostra o quanto muitos de nos nao temos feito nada para Deus,enquanto eles estao sofrendo muitos de nos estamos bem sentados em nossas poltronas,vamos a igreja,reclamamos de tudo,e ainda achamos que fizemos tudo,mas na verdade ainda ha muito para ser feito.