quarta-feira, outubro 24, 2007

O caráter de Cristo

Lições Bíblicas


Pastor Altair Germano

1. UMA BREVE INTRODUÇÃO E RETROSPECTIVA


O final de um trimestre de estudos nas Lições Bíblicas, é sempre uma ótima oportunidade para se fazer uma retrospectiva geral. Pedagogicamente, isso é salutar e aconselhável.

Dentro de uma visão panorâmica das lições, pode-se afirmar que todos os personagens bíblicos estudados tinham algumas coisas em comum. Como exemplo, podemos citar os seguintes aspectos:

- Primeiro, tinham um caráter digno de ser admirado e imitado. A sinceridade de Davi, a determinação de Elias, o altruísmo de Ester, a piedade de José, a incorruptibilidade de Noé, a coragem de Débora, a autenticidade de Paulo, o dinamismo de Pedro, a submissão de Sara, a eficácia de Moisés, e a fidelidade de Abraão, são uma clara prova disso.

- Em segundo lugar, todos eram passíveis de erros. Não estavam livres de grandes falhas ou de pequenos deslizes. Eram homens sujeitos as mesmas paixões que nós (Tg 5.17).

- Por fim, apesar de suas imperfeições e limitações, manifestavam um intenso e profundo desejo de melhorar, crescer, amadurecer, aperfeiçoar-se. Eram dramaticamente insatisfeitos, inconformados, e até angustiados, pelo fato de serem o que eram, quando sabiam o que deveriam ser (Rm 7.18-23). Agonizavam como qualquer um de nós, em razão da miserabilidade do pecado, e da necessidade de suportar suas próprias contradições interiores e exteriores, seus conflitos internos e externos (Rm 7.24).

Nossas imperfeições, não justificam qualquer tipo de acomodação espiritual ou moral.

2. TRANSPARÊNCIA

A Bíblia Sagrada é fascinante. Não oculta, não omite, não esconde, não faz de conta, não ilude, nem joga para debaixo do tapete os aspectos negativos da vida de seus personagens, as falhas de caráter dos mesmos. Tudo foi registrado para nos servir de alerta. Essa transparência bíblica, ao mesmo tempo, revela-nos a superabundante graça do Senhor (Rm 5.20), que o leva a escolher, a capacitar e a comissionar para a realização de seus projetos, aqueles que sem a sua misericórdia, não serviriam para nada.

Vivemos em tempos trabalhosos (2 Tm 3.1). Tenho constantemente declarado que se instaurou no seio da igreja evangélica brasileira, uma profunda, diabólica, e abominável crise de integridade e caráter (Leia em CORRUPÇÃO GENERALIZADA). A falta de transparência, associada a essa crise, acaba por desacreditar nossas instituições, nossos líderes, e a igreja cristã evangélica como um todo.

Não dá para falar, ensinar e pregar acerca de um evangelho transformador, se as pessoas não percebem transformação em nosso caráter, como também em nossos modelos institucionais, em alguns casos, já completamente desacreditados. É sal sem sabor, e velador sem luz (Mt 5.13-16).

Nossa autoridade não está fundamentada na eloqüência dos nossos discursos, que por vezes não passa de mero “moralismo” hipócrita. Ela está, acima de tudo, relacionada com o nosso testemunho pessoal, com a nossa integridade de caráter.

Como já dizia Spurgeon, havia uma pessoa que pregava tão bem e vivia tão mal, que quando estava no púlpito, todos afirmavam que jamais deveria sair dali; e quando não estava no púlpito, todos afirmavam que jamais deveria voltar para lá. Que o Senhor tenha misericórdia de nós!

3. O CARÁTER DE CRISTO

É somente na pessoa de Cristo, que mensagem cristã e vida se fundem numa plena perfeição. Nele habita, verbaliza-se e manifesta-se toda a plenitude do caráter divino (Cl 2.9).

No Sermão da Montanha (Mt 5.1-12), conforme a presente lição, a essência de um caráter genuinamente cristão, é caracterizado pelas seguintes qualidades: humildade, mansidão, fome e sede de justiça, misericórdia, pureza de coração e pacificador.

Algumas dessas qualidades são reafirmadas em Gálatas 5.19, onde fica bastante claro que, sem uma total dependência ao Espírito Santo, associada a um sincero e ardente desejo de agradar a Deus, buscando assim a sua vontade (Rm 12.1-2), torna-se impossível, inalcançável e intangível, nossa constante transformação, segundo a imagem daquele que criou em nós um novo homem (Cl 3.10).

4. CONCLUSÃO

Entendo que o nosso maior problema em termos de caráter cristão, não está na falta de textos e exemplos bíblicos, literatura sobre o assunto, pregações ou estudos. O que na realidade está faltando é tornarmo-nos cumpridores da palavra, e não meros oradores e ouvintes (Tg 1.22).

O que nos falta, é aplicá-la a nossa vida, materializá-la, concretizá-la, encarná-la em todos os nosso atos, nessa efêmera, passageira, temporal e histórica existência.

O momento é de arrependimento, confissão e abandono de pecado (Ne 9.1-3).

Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 2.7, 11, 17, 29; 3. 6, 13, 22)!


Pastor Altair Germano - Blog: http://altairgermano.blogspot.com


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